Bom dia,
JUNDIÁ
Usuários do Posto Fiscal da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz), no Jundiá, divisa com o Estado do Amazonas, utilizaram o WhatsApp para denunciar a enorme fila de caminhões e carretas que aguardam a liberação dos fiscais para poderem chegar a Boa Vista. Os funcionários alegam que não podem trabalhar porque falta luz elétrica da rede pública e os grupos geradores próprios da Sefaz não podem ser acionados por conta da falta de combustível e de óleo lubrificante. Ontem, domingo (24.03), a fila já alcançava cinco quilômetros dentro da Terra Indígena Wamiri-Atroari. Com certeza, a justificativa será por causa da grave crise financeira que o governo estadual atravessa.
FOGO
Aliás, essa é a mesma justificativa oficial que vem sendo dada pelos órgãos responsáveis pela proteção do meio ambiente e da defesa civil para a postura de inércia quase total, ante os incêndios que tomam conta das florestas e dos lavrados roraimenses. Quando se pergunta porque ninguém faz nada, a reposta é uma só: não existem recursos para que esses órgãos cumpram com suas obrigações. Na verdade, já não dá para fazer muito coisa, afinal, quase tudo já foi consumido pelas chamas, a maioria de origem criminosa. Até quando?
POSSIBILIDADE
Ontem, em entrevista concedida ao programa Agenda da Semana, da Rádio Folha FM 100.3, o deputado federal Antônio Nicoletti (PSL), que é agente da Polícia Rodoviária Federal, chamou a atenção para o fato gravíssimo que pode ocorrer na vida dos roraimenses. Segundo o parlamentar, embora sejam muito boas as condições da BR-174 entre Manaus e Boa Vista, nada pode assegurar que não ocorram interdições da rodovia quando as chuvas chegarem para valer. Infelizmente, se isso ocorrer, o abastecimento de combustível para as termoelétricas – com consumo diário estimado em 1.000.000 de litros por dia – estará irremediavelmente comprometido. Seria o caos total.
GURI
É por conta da possibilidade da interrupção do fornecimento de combustíveis para abastecer as termoelétricas que o deputado federal Antônio Nicoletti diz que vai defender junto ao governo federal que sejam retomados os entendimentos com o governo venezuelano de Nicolás Maduro, a fim de ser restabelecido o fornecimento da energia de Guri para Roraima. O parlamentar disse que isso deveria ser feito, mesmo que o governo brasileiro tivesse que financiar a manutenção da rede de transmissão que traz a energia até Boa Vista. A ideia não é ruim, mas como dialogar com um governo presidido por um presidente que o Brasil não mais reconhece?
BANCADA
O governador Antonio Denarium (PSL) começa a semana com um novo líder na Assembleia Legislativa do Estado (ALE), o deputado estadual Soldado Sampaio (PC do B). Fontes da Parabólica dizem que com a nova liderança e com o acordo político com o deputado estadual Jalser Renier (SD), a bancada de apoio do governo na ALE pode chegar a 22 parlamentares, o que será quase uma unanimidade. Essas mesmas fontes dizem que mesmo na hipótese de uma eventual desavença política entre o governador e Jalser Renier, ainda assim haverá uma maioria governista na ALE, embora com uma margem de segurança bem menor.
NEO-GOVERNISTA
Ontem, domingo (24.03), em entrevista ao programa Agenda da Semana da Rádio Folha FM 100.3, o deputado estadual Jefferson Alves (PTB) deu todos os indícios de que estará integrando a bancada de apoio do governador Antonio Denarium na Assembleia Legislativa do Estado. O parlamentar petebista, de históricas ligações políticas com o senador Telmário Mota (PROS) – que tem uma conduta e um discurso de oposição ao governador do Estado –, disse que a situação financeira de Roraima é gravíssima, e só com a união de todos pode ser enfrentada. Logo…
SEGUNDO ESCALÃO
Parlamentares e especialistas nos bastidores da política local dizem que o governador Antonio Denarium não irá abrir negociação com os parlamentares estaduais em torno de indicações de cargos do primeiro escalão para consolidar sua base de apoio na ALE. Denarium já iniciou negociações, através da Casa Civil, comandada por Disney Mesquita, para indicações por deputados estaduais para ocupantes de cargos de segundo e terceiros escalões. E tudo indica que até agora a estratégia parece estar dando certo.
INDICATIVO
A estratégia do governo de não negociar com os deputados estaduais a indicação para ocupantes de cargo do primeiro escalão ficou bem clara após a exoneração do secretário de Gestão Administrativa Gefter Chagas, anunciada ontem, domingo. O antigo secretário era indicação de seu irmão, o deputado estadual Coronel Chagas (PRTB), e saiu do cargo menos de 24 horas após o anúncio da saída deste do cargo de líder do governo na ALE. O governo não perdeu tempo. E para não gerar pressões por indicações políticas, anunciou de imediato a escolha do advogado e administrador de empresas Pedro Cirino. Uma opção técnica.
AFASTADO
E a fronteira entre o Brasil e a Venezuela continua fechada, dando enorme prejuízo para os habitantes de lá e de cá. No bojo da crise, um fato passou quase despercebido: acusado de ter se afastado do cargo por mais de 15 dias, o prefeito de Santa Elena de Uairén, Emílio Gonzalez, foi defenestrado daquela prefeitura. Sob clara pressão do governo Maduro, os vereadores declararam vago o cargo de alcaide daquela cidade fronteiriça. Gonzalez tem origem indígena, da etnia Pemón, que faz clara oposição à ditadura venezuelana.