Bom dia,

A semana começou com clima pouco favorável ao governo de Jair Bolsonaro (PSL) no que se refere à sua capacidade de fazer aprovar no Congresso Nacional, primeiro na Câmara dos Deputados e depois no Senado Federal, a reforma da Previdência Social, considerada por muitos como o teste de fogo para a governabilidade de sua administração e marco inicial para a retomada do crescimento econômico do País. A ideia de que a reforma da Previdência é imprescindível para o governo e para o País foi criada pelo discurso do próprio governo.

Nesse sentido, está certo o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM) quando diz que a responsabilidade pela aprovação dessa reforma é do governo que precisa construir uma base sólida no Parlamento. Essa posição de Maia tem irritado o Palácio do Planalto, especialmente o presidente da República, azedando a relação entre os dois. Esse azedamento é o principal fator de pessimismo quanto à aprovação da reforma, na Câmara dos Deputados, por enquanto. Apesar dos acenos de paz, o ambiente entre o Planalto e Maia continua tenso.

No fundo, esse imbróglio é consequência muito mais da má comunicação do governo Bolsonaro, que utiliza as redes sociais como principal veículo de informação do governo para a sociedade. É natural, portanto, o equívoco de considerar essa reforma como interessante especialmente ao governo e não, como seria correto, de interesse da sociedade brasileira, que pode sofrer sérias consequências, especialmente nas camadas mais pobres da população. Como a compreensão – equivocada como dissemos anteriormente – é de que a reforma da Previdência só interessa ao governo, quem a ele se opõe trabalha contra sua aprovação. É uma pena.

CANDIDATO

Adailton Alves Fernandes já publicou o edital, exigido pelo Banco Central do Brasil, manifestando seu interesse em ocupar um cargo na diretoria da Agência de Fomento do Estado de Roraima (Desenvolve – RR). Ex-funcionário de um banco privado e candidato nas últimas eleições no Estado do Amazonas, ele foi indicado pelo governador Antonio Denarium (PSL) para ocupar o cargo de diretor de crédito da Desenvolve – RR. Como de praxe, quem quiser pode apresentar impugnação ao indicado, desde que municiado de documentos que comprovem sua inabilitação para o cargo. Essa inabilitação pode ser de ordem moral ou se restar comprovada sua inexperiência para tal.  Dificilmente essa impugnação ocorre.

INDICAÇÃO

Como dissemos ontem, o governador Antonio Denarium está construindo sua base de apoio na Assembleia Legislativa do Estado via indicação dos deputados estaduais para cargos de segundo escalão no governo estadual. Ontem, foi anunciada a escolha do ex-deputado estadual Renan Beckel para ocupar um cargo de membro do Conselho de Administração na quase extinta Companhia Energética de Roraima (Cerr). O indicado, como revela o nome, é pai do deputado estadual Renan Beckel Filho (PRB). Nos próximos dias, com certeza, novas nomeações continuarão a ser publicadas no Diário Oficial do Estado (DOE), com base nessas indicações.

NOMEAÇÕES

Aliás, apesar de rugir desde o Palácio do Planalto, afirmando que no seu governo não haverá aquela história de “toma lá, dá cá”, chegando mesmo a insinuar que os políticos dizem estar faltando articulação política com o Congresso Nacional porque ele não está aceitando a “velha política”, o presidente da República, Jair Bolsonaro, já liberou seus ministros para nomear o titulares de órgãos federais nos Estados, a partir da indicação das bancadas. Em nome da verdade, o novo método de indicação para esses cargos não obedece aos velhos critérios adotados pelo governo do PT e MDB, especialmente no governo de Michel Temer e de sues amigos enrolados na Lava Jato.

PODE? 1

Um pequeno agricultor roraimense resolveu plantar uma área de pouco mais de seis hectares de pasto para criar suas ovelhas. Obediente à recomendação técnica, ele mandou colher duas amostras do solo onde o plantio será realizado a fim de calcular a necessidade de correção do solo (feita à base de calcário) e de adubação. Coletadas as amostras do solo, elas foram embaladas e despachadas para serem analisadas no laboratório de solo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFURGS). O custo da análise é de modestos R$ 45 por amostra, que acrescidos do frete (R$ 105 por amostra) eleva o custo total da análise das duas amostras para R$ 300. O tempo de espera do resultado é de, em média, 13 dias.

PODE? 2

O leitor e a leitora da Parabólica podem imaginar que estamos exagerando ao relatar que um pequeno agricultor tenha que esperar 13 dias, pagando um frete caríssimo para mandar uma amostra de solo atravessar o País de Norte a Sul, para obter dados essenciais para o plantio de meros seis hectares de pasto. É claro, outros técnicos utilizam laboratórios do Centro-Oeste do país, com frete e custo de serviço assemelhados ao custo de mandar para o Rio Grande do Sul. E a pergunta que pode o leitor fazer é: nós não temos uma universidade federal em Roraima? Ela não tem laboratório de solos? A resposta é muito simples: temos sim, a Universidade Federal de Roraima, e ela dispõe de um bom laboratório de solos e de excelentes professores para operá-lo. Só que não atende a comunidade.

ESCOLHA

Será hoje (terça-feira), ainda de manhã, a sessão plenária da Assembleia Legislativa do Estado (ALE) que vai escolher o novo conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE). A Parabólica ratifica a informação de que o favorito na escolha é o deputado estadual Brito Bezerra (PP).