Política

Solução para quedas de energia é Linhão de Tucuruí, diz Eletrobras

Com as constantes interrupções do fornecimento de energia pela Venezuela, companhia conta com auxílio de termelétricas

Para esclarecer à população roraimense os motivos das constantes quedas de energia, o gerente da assessoria de Operação, Manutenção e Geração da Eletrobras Distribuição Roraima, Jocely Ferreira, esteve nos estúdios da Rádio Folha AM 1020 e participou do programa Agenda da Semana na manhã de ontem, 18. Durante o programa, ele afirmou que a solução para o fornecimento seguro e confiável de energia no Estado é a interligação com o Sistema Interligado Nacional (SIN) por meio do Linhão de Tucuruí.

Entrevistado pelo radialista Getúlio Cruz, o gerente da Eletrobras disse que, apesar da necessidade da conclusão do Linhão de Tucuruí, a companhia tem condições de garantir o fornecimento de energia elétrica na Capital e em mais nove municípios, caso haja uma quebra de contrato por parte do governo venezuelano, que fornece o Linhão de Guri, responsável atualmente por 60% da geração da energia consumida em Roraima.

“É importante dizer que nós estamos enfrentando problemas com o Linhão de Guri, da Venezuela. Ele tem causado desligamentos repentinos no fornecimento sem que nós sejamos informados e, por isso, tem ocorrido as quedas de energia”, explicou Jocely Ferreira.

De acordo com o gerente da Eletrobras, após ser sentida a queda de energia, a empresa tem como procedimento padrão esperar 20 minutos para o restabelecimento da energia por parte do país vizinho. Caso não ocorra dentro deste tempo, a Eletrobras solicita ligamento dos sistemas das termelétricas para aumentar o fornecimento e suprir a demanda até que a Venezuela volte a transmitir energia.

“Hoje 60% da energia consumida em Roraima vem da Venezuela. Quando ocorre um corte de energia de lá, as termelétricas aqui, que geram cerca de 50 a 60 qw/h, não conseguem segurar toda a demanda que foi interrompida na velocidade que precisaria para que população não perceba o desligamento e por este motivo ocorrem as quedas de energia”, disse.

Conforme explicou Ferreira, para que as termelétricas possam iniciar a geração de energia que atenda a demanda local é necessário um tempo superior a 20 minutos. “Para que a empresa acione todas as termelétricas e faça com que elas gerem energia que supra toda a demandasem depender da Venezuela, o tempo gasto para que a energia chegue até o consumidor é muito maior. Por isso é preferível aguardar os 20 minutos para o restabelecimento de Guri, do que acionar todas as outras usinas separadas”, pontuou.

O gerente explicou que a Eletrobras é responsável por distribuir a energia e não pela geração dela. “Nós compramos a energia de companhias geradoras e a distribuímos para os nossos clientes e, por este motivo, não temos como prever os apagões que ocorrem nas fornecedoras”, ressaltou. Durante o programa, o gerente da Eletrobras explicou ainda que o sistema venezuelano não atende mais as demandas do Estado, pois só oferece somente 120 quilowatts por hora (qw/h), enquanto Roraima necessita de uma média de 180 qw/h. De acordo com Jocely Ferreira, para complementar os outros 60 qw/h, a empresa mantém um contrato de fornecimento com três termelétricas. “Mesmo quando não há quedas, a quantidade de energia fornecida pela Venezuela é insuficiente para abastecer o nosso Estado. Por isso é feito a complementação com essas usinas”, reforçou.

“Caso a Venezuela pare de fornecer a energia hidrelétrica, a Eletrobras tem como atender a demanda do Estado por meio das termelétricas até que as obras de Tucuruí estejam prontas, não sofrendo o consumidor com o corte efetivo da energia. Porém, o consumidor só terá um fornecimento de energia seguro e confiável quando recebermos a energia gerada pelo SIN”, avaliou.

Para encerar,o gerente afirmou que todo o consumidor que se sentir lesado com a queima de algum equipamento, devido as constantes quedas de energia, deve entrar em contado com a Eletrobras por meio do telefone 0800-70-1920, pelo site (http://www.eletrobrasroraima.com/) ou indo diretamente a loja da companhia, localizada na Av. Ene Garcez, 691, no Centro de Boa Vista. “Pedimos desculpa pelos transtornos causados a população com as quedas e oscilações de energia, mas informamos que a empresa está disponível para ressarcir qualquer dano que o consumidor venha a sofrer”, concluiu. (J.L)