Bom dia,
Ronald Hillbrecht é economista e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Doutor em economia por uma conceituada universidade norte-americana, ele votou em Jair Bolsonaro (PSL) nas últimas eleições. Liberal convicto, por formação acadêmica ele escolheu o candidato que melhor sintetizou seus ideais de uma economia com menos Estado e mais mercado. Essa é a crença de todo liberal, embora existam os mais ortodoxos; e outros nem tanto, aceitando com tranquilidade o papel de regulador do Estado.
Ontem, terça-feira (02.04.19), Hillbrecht fez o seguinte comentário: “Impressionante. Emite opinião sem qualquer conhecimento de causa, mesmo tendo o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), uma talentosa equipe econômica, e mesmo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) facilmente acessíveis para lhe prover a informação necessária. Realmente impressionante.” Ele reagia às declarações voluntaristas – porque destituídas de conhecimento técnico – do presidente da República, Jair Bolsonaro, que acusou o IBGE de produzir estatísticas sobre o desemprego no País para enganar os brasileiros.
O voluntarismo, destituído de qualquer reflexão mais aprofundada e sem qualquer base técnica, parece ser uma das marcas registradas do atual governo. Por conta disso, em várias ocasiões Bolsonaro teve de rever afirmações ou foi desmentido por seus auxiliares mais diretos. E como disse o professor gaúcho, de insuspeita harmonia ideológica com o atual governo, o presidente deveria ouvir mais os técnicos que lhes são disponíveis. O Ipea, por exemplo, é um centro de excelência em estudos sobre a realidade brasileira, e ali podem ser encontrados técnicos, que sem viés ideológico, poderiam orientar o governo para minimizar esse voluntarismo exacerbado.
Daqui mesmo da Parabólica já fizemos o registro desse voluntarismo que vem sendo utilizado pelo governo estadual, por políticos locais, e também pelo governo federal. O caso do discurso de que o desenvolvimento de Roraima poderia ser alcançado rapidamente, via exploração de nossas decantadas riquezas minerais, não se sustenta quando os geólogos que conhecem o assunto se manifestam. Eles são unânimes em afirmar que, rigorosamente, não temos nenhuma ocorrência mineral apta a ser explorada. Todas – e existem dezenas delas – carecem de pesquisas cujos resultados para fazê-las exploráveis demandariam um mínimo de 15 a 20 anos. O resto é pura demagogia.
AFINAL
Uma declaração do governador Antonio Denarium (PSL) dada à reportagem da Folha, ontem de manhã, logo depois da posse do ex-deputado estadual Brito Bezerra como conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), provocou enorme confusão sobre a liderança do governo na Assembleia Legislativa do Estado. Indagado se estaria enfrentando resistência ao nome do deputado estadual Soldado Sampaio (PC do B), Denarium disse que conta com o apoio de cerca de dez deputados estaduais, e que qualquer deles poderia virar líder do governo na ALE. Sem rodeios, garantiu estar analisando esses nomes e que logo faria a indicação de seu líder no parlamento estadual.
OFICIAL
Acontece que a Assembleia Legislativa do Estado já recebeu ofício assinado pelo governador, lido em sessão plenária, indicando o nome do deputado estadual Soldado Sampaio como o líder governista naquela Casa Legislativa. Para escolher outro líder, o governador terá que encaminhar outro ofício para a ALE, desconstituindo Sampaio da liderança, para poder indicar um novo nome para o cargo. Convenhamos que nesta hipótese, haverá imenso desgaste político para o parlamentar, e para o próprio governador.
CRISE?
A Parabólica vai registrar o fato, mas como ainda aguarda informações mais detalhadas, o nome do personagem não será revelado. De qualquer forma, recebemos espelhos de faturas pagas pelo governo estadual ao Senado Federal, com valores superiores a R$ 50 mil mensais. No primeiro trimestre, essas faturas superaram R$ 160 mil e seriam referentes ao ressarcimento do salário de servidor daquela Casa Legislativa Federal, que está colocado à disposição do governo estadual para exercer um cargo de segundo escalão. Isso é quase duas vezes o salário de um secretário estadual.
VOLTARÁ
Fontes da Parabólica garantem com todas as letras que o ex-deputado federal Airton Cascavel (PRB) voltará à ribalta política como integrante do primeiro escalão do governo estadual. A ele seria destinado o comando de uma das supersecretarias, a que ficará responsável pela condução da política agroindustrial, quando sair a reforma administrativa, em gestação no governo. Na pasta, estarão aglutinadas a Agricultura, fundações e autarquias com ingerência no setor agroindustrial.
MILITAR
Fontes da Parabólica garantem que o governador Antonio Denarium cogita procurar um oficial militar para assumir a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) na vaga do médico anestesista Ailton Wanderley. Outras fontes fazem alusão à escolha de uma médica conhecida pela dedicação e rigor com que trata as questões. De qualquer forma, apesar das evidências quanto à saída do atual titular da Sesau, o governador garantiu, ontem (quarta-feira), que não cogita fazer mudanças na pasta. Não é o que se fala nos bastidores da política local onde é dada como certa a informação de que o secretário Ailton Wanderley e seus dois adjuntos já teriam entregado os ofícios pedindo exoneração.