O jardineiro – Francisco Habermann
Nada na vida se consegue sem o suor do trabalho. Isso todo mundo sabe. Mas tem algo que descobri com um jardineiro muito especial, dedicado.
Aqui em Botucatu-SP, conheço o senhor José Roberto dos Santos, um atento profissional do cuidado com as plantas. Cuida delas com tanto desvelo que às vezes se esquece de si mesmo. Dedica-se tanto ao seu desempenho profissional que minimiza o seu próprio repouso garantido por lei.
É o que venho observando com o passar dos anos, acompanhando-o em suas atividades. Nunca falta ao trabalho, mesmo nos feriados.
Já o vi trabalhando em datas como Natal, carnaval, Sexta Santa, primeiro de janeiro e, entre outros, até no Dia do Trabalho. “As plantas não sabem se é feriado”, ele diz. José Roberto trabalha para a alegria das plantas, o que me faz refletir.
Ando intrigado com a exploração desatenta que fazemos com o reino mineral, vegetal e animal, no nosso jardim que é a Terra. Sem falar da lamentável e perigosa contaminação das águas. Nem vou enumerar aqui os desastres decorrentes dessa exploração desenfreada, pois os jornais diários dão conta do assunto (e das investigadas propinas inclusas).
Se não cuidarmos deste jardim, sucumbiremos e teremos que procurar outros planetas para a sobrevida da espécie. Aliás, já se está pensando nisso, tal o descuido acumulado nos últimos tempos da era consumista que atravessamos. Nosso descuido tem várias facetas.
Por fazermos parte do jardim temos que administrar o relacionamento do planeta com seus ocupantes e destes entre si. Não temos o direito de ocupar irresponsavelmente e de modo ilimitado todos os espaços deste planeta; não podemos explorar o reino mineral, vegetal e, especialmente o animal (fazemos parte deste) irresponsavelmente; cuidar da criação – nossos companheiros de jornada – é uma obrigação. Não podemos ameaçar – como estamos ainda fazendo – a existência das espécies animais, o equilíbrio vegetal e mineral neste jardim tão especial chamado Terra.
Portanto, somos dependentes do equilíbrio ecológico, nitidamente em perigo.
Assim, acho que o exemplar cidadão aqui citado tem razão em cuidar com o maior respeito do jardim. Ele dá o exemplo com a sua dedicação ao trabalho – até no Dia do Trabalho – e com seus cuidados profissionais. Chega a pedir desculpas às formigas cortadeiras (as ‘quenquém’, da família Acromyrmex, semelhantes à saúva) quando protege as plantas ornamentais. Cidadão consciente da vida planetária.
Um jardineiro diferenciado.
As flores e frutos do jardim da vida agradecem.
Nós também!
*Professor da Faculdade de Medicina da Unesp em Botucatu. Contato: [email protected]
‘Quando a dor é preta, não viraliza’ – Dolane Patrícia
A alma não tem cor e quando tornamos a união nossa principal arma na luta por um objetivo comum, vencer é uma tarefa que se torna bem mais fácil.
O ciclone Idai, de mais de 200 quilômetros por hora, passou pela África, deixando 843 mortos em Moçambique, Zimbábue e Malaui, de acordo com o escritório da ONU de Coordenação para Casos Humanitários. O maior número de vítimas é contabilizado em Moçambique, que registrou 598 mortos e mais de 1.640 feridos até o momento.
“Se depender da comoção das grandes mídias sobre o que acontece no continente africano, ficaremos na mesma sem saber o que se passa do lado de lá. As agências da ONU e ONGs estão se esforçando para que a ajuda humanitária chegue para essas pessoas. E eu não vejo filtro de Facebook, banner no Instagram, hashtag bombada no Twitter. Cadê o Pray for Moçambique? Agora, se fosse na França, EUA e na Europa toda, o mundo já tinha parado e estaríamos pelas ruas falando sobre isso. A onda racista está no mundo e a dor do povo preto afeta só o povo preto mesmo”. (Preta Rara – Rapper, turbanista, professora de História).
Segundo o site globo.com, após a passagem do fenômeno, o país também sofre com a deterioração das condições sanitárias, o que resultou em uma epidemia de cólera. No total, são 1.428 casos confirmados da doença, que já deixou cinco mortos.
A Igreja Adventista do 7º Dia tenta ajudar, existe inclusive Universidade Adventista em Moçambique que foi duramente atingida pelo ciclone e que receberia este mês ajuda para ser reformada, no entanto, agora, necessita de doações para sua reconstrução.
Michelson Borges, pastor adventista do sétimo dia, jornalista formado pela Universidade Federal de Santa Catarina, mestre em Teologia, divulgou informações no site: michelsonborges.wordpress:
Os números de desabrigados nas principais províncias moçambicanas – Sofala, Manica, Zambézia e Tete – alcançam 843 mil.
A Organização das Nações Unidas estima que os números de desabrigados passem de um milhão e meio de pessoas em toda a região afetada, informações obtidas pelo siteveja.abril.com.br.
Através de comunicação com a Associação Geral Adventista foi feito um protocolo para que as doações para a reconstrução da Universidade Adventista de Moçambique [Beira] sejam contabilizadas e processadas pela Associação Geral, por meio do Departamento de Missão Global [Missão Adventista]. Ajuda especial [em dinheiro] pode ser enviada por meio das seguintes opções:
Envio de cheque pessoal e/ou cheque da sua igreja para o escritório da “Missão Adventista”, lembrando de marcá-lo com a seguinte mensagem: “MozambiqueAdventistUniversityStormRelief – Cyclone IDAI.” Endereço: Global Mission – C/O: Mr. Jeff Scoggins General Conference – SDA Church 12501 Old Columbia Pike Silver Spring, MD 20904 USA. Doação direta on-line – siga as orientações abaixo: Acesse: https://gm.adventistmission.org/giving. Clique: Donate Preenchaoscampos com: “My donation is for *”: No menu, escolha: “Other – Put details in comments below” E escrevamaisabaixo (no Payment Information) em “Comments”: “Mozambique Adventist University Storm Relief – Cyclone IDAI.”
Em Boa Vista, houve várias manifestações de crianças em favor da África, em especial em Moçambique. O Ministério Pequenos Adoradores da AAMAR – Associação Amazonas Roraima, um grupo de crianças adventistas que cantam, inclusive em libras e fazem também campanha contra violência infantil, fez uma grande programação e um colossal apelo em favor dessa causa, no que foi chamado de “Programa Especial do Décimo Terceiro Sábado”.
A situação desperta a comoção de grupos aqui e ali, mas nada comparado aos apelos já feitos em outros países europeus. O site esportes.r7.com publicou a imagem do garoto João Chico, de Moçambique, clicado por RafaellaKalimann, embaixadora da ONG Missão África e viralizou na Internet. Na foto, o menino, com ar inocente e pés descalços, segura uma bola feita de retalhos e traja uma camisa suja do Santos.
Muito compartilhada nas redes sociais, a imagem fez com que o Santos
se manifestasse em seu site oficial. O clube decidiu dar visibilidade à instituição, que busca desenvolver crianças e adultos que vivem em regiões de extrema pobreza.
Precisamos ajudar, afinal, “enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos, sempre haverá guerra”. Esta é a adaptação de um trecho do discurso de Selassie na Liga das Nações em 1963, que inclusive serviu de inspiração à música “War”, de Bob Marley.
Verinha Sfalsin traz uma frase muito oportuna nesse momento em que países da África sofrem com as consequências da passagem de um ciclone de mais de 200 km/h e a situação não viraliza: “Não precisamos ser negros para lutar contra o racismo. Só precisamos ser humanos.”
*Advogada, Juíza Arbitral, Mestre em Desenvolvimento Regional da Amazônia, Pós Graduada em Direito Processual Civil e Direito de Família, Personalidade da Amazônia e Personalidade Brasileira Acesse: dolanepatricia.com.br
Uma lição de vida – Afonso Rodrigues de Oliveira
“Bendita crise que veio tirar minha ilusão de permanência.” (Mirna Grzich)
Por que ficar se aborrecendo com ela? As crises fazem parte do nosso crescimento. O importante é que você não se incomode nem se acomode com elas. Faça sua parte no que você deve fazer para superar toda e qualquer crise. Ela nunca será maior nem mais poderosa do que você, se você se valorizar. É sua vez. Você sempre será superior a qualquer crise. Mas não espere que alguém faça por você o que você mesmo, ou mesma, deve e pode fazer. Nunca se julgue nem se sinta inferior. A nada nem a ninguém. E ser superior não indica ser arrogante. Sua superioridade está na sua capacidade de respeitar a superioridade das outras pessoas. E você só conseguirá isso, respeitando-lhes as diferenças. Lembre-se sempre de que somos todos iguais nas diferenças.
Nunca perca seu tempo baixando sua cabeça para a crise. Ela vem para nos ensinar a encarar e enfrentar as dificuldades da vida. Porque tudo que acontece na vida faz parte da vida. Não fosse assim, não teríamos por que viver. Porque sabemos viver é que vivemos. Há os que passam pela vida e não vivem. Mas tenho certeza de que você não faz parte desse grupo de incompetentes. Somos todos da mesma origem. Viemos todos do mesmo Universo Racional. O estado em que vivemos aqui nesta Terra faz parte do nosso desenvolvimento racional. Porque só quando nos desenvolvermos, voltaremos ao nosso mundo de origem. Mas ninguém pode fazer isso por você. Só você mesmo, ou mesma, tem o poder de se desenvolver no progresso a regresso da imunização racional. E comece por não confundir isso com religião, filosofia ou seja lá o que for. É uma questão meramente de racionalidade.
Por pior e maior que seja a crise, ela não deve ser maior do que você. Ela nunca terá o poder de subjugar você. Não ria dela, mas não lhe dê bola. Lembre-se de que você nunca encontrará uma solução para o problema pensando nele e se prendendo a ele. Leve isso a sério e aprenda a se olhar no seu espelho interior. Porque é nele que você vai se ver no que você realmente é. Se se vir como inferior, sorria para você e se veja na pessoa que você realmente quer ser. E é só isso. Quando alguém magoar você e você o considerar um boboca, olhe-se no seu espelho interior e se pergunte: quem está sendo boboca aqui, ele ou eu? Você descobrirá que é você, porque você está se aborrecendo com alguém mais boboca do que você. Logo, você está se igualando a ele. Sorria e vá nessa: ”Não há bobo mais bobo do que o bobo que pensa que eu sou bobo.” É a sua vez de mostrar ao mundo o que e quem você realmente é. Pense nisso.
*Articulista [email protected] 99121-1460