Opinião

Opiniao 22 04 2019 8045

Por que o ar-condicionado ‘Inverter’ é mais econômico? – Felipe Brochier 

Imagine que você tem um carro que ao invés de um acelerador normal tem apenas duas opções de velocidade: 0 ou 100 km/h. Você liga um botão e ele vai até 100 km/h, você desliga o botão e o carro imediatamente se desliga, indo a 0 km/h.

Mas, e se você quiser andar a 50 km/h? Bom, aí você teria que ficar ligando e desligando o botão alternadamente para manter esta média de velocidade. É desta forma que funciona um condicionador de ar convencional, ligando e desligando o compressor para ajustar a temperatura que foi selecionada.

Para conseguir fazer sua mágica, o condicionador de ar precisa estabelecer uma diferença de pressão no gás refrigerante entre a unidade interna e externa do Split. Quando ligado em modo frio, o aparelho eleva a pressão da unidade externa para rejeitar o calor na rua, enquanto a pressão da unidade interna é diminuída para absorver o calor do ambiente.

No caso do condicionador de ar convencional, essa diferença de pressão precisa ser restabelecida a cada ciclo liga/desliga do compressor e a energia necessária para restabelecer tal diferença de pressão, portanto, é desperdiçada.

Um condicionador de ar do tipo Inverter consegue variar a velocidade do compressor e, desta forma, manter a diferença de pressão entre a unidade externa e interna. Sem desperdiçar a energia utilizada para restabelecer as pressões. É como se o botão do carro que falei antes fosse substituído pelo que conhecemos como “acelerador”.

Todos os aparelhos são desenvolvidos para a condição padrão de 35°C de ar externo, mas sabemos que durante a maior parte do ano as temperaturas ficam abaixo disto. A tecnologia Inverter consegue se ajustar melhor às variações de clima justamente por conseguir regular sua velocidade e por isso consegue economizar até 40% de energia ao longo do ano, dependendo das condições de instalação, clima e ajuste de temperatura selecionado pelo usuário.

Mas, e se eu usar 23°C?

Ah, então se eu colocar o aparelho em 23°C economizo 50% de energia, que somados aos 40% obtidos com a tecnologia Inverter resultam em 90% de economia!? Não, infelizmente não é assim… Mas a tecnologia contribui, sim, para aumentar ainda mais a economia de energia. Imagine um aparelho convencional operando a 17°C em um cômodo de uma casa e em um cômodo ao lado, exatamente igual, temos um aparelho Inverter, operando a 23°C. Somando os efeitos, ao longo do ano teríamos uma economia de até 70% comparando um ao outro. É uma bela diferença!

*Engenheiro de sistemas da Midea Carrier

Do calvário para nossa libertação, isso é Páscoa! – Wender de Souza Ciricio

“E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” – João 8:32

Em todos os tempos, em todos ambientes dessa terra e pelos mais variados tipos de seres humanos, sejam pobres ou ricos, pessoas negras, brancas ou pardas permeia o tema “liberdade”. Somos livres? No Brasil, nossa maior autoridade, o presidente da República, expõe, via texto bíblico, a palavra liberdade. O que é liberdade? Seria assumir um autocontrole sobre nossas próprias vidas deixando fluir, sem interferência alheia, todos nossos desejos e nossas vontades? A liberdade manteria esse status sendo restringida por leis, normas e autoridades? Afinal, ser livre de quê e para quê? Estamos presos para precisarmos de liberdade?

Segundo o “Deus acima de todos”, lema de nosso Brasil cristão, segundo o Deus revelado e exposto nas Escrituras Sagradas, carecemos de sermos libertos. Há na história programada por Deus um projeto de vida traçado para o homem e para mulher. Essa história desenhada por Deus e descrita na Bíblia, através de homens inspirados, revela uma cultura montada por Deus onde se tem valores, princípios de conduta e uma rota para uma relação intensa e madura com o próprio Deus que a criou. Essa estratégia de Deus, ao ser abraçada e levada a sério pelos seres humanos, redundaria em paz, maturidade nas relações humanas e legítima comunhão com Deus, carinhosamente chamado de Pai e Senhor por muitos que experimentam dessa proposta.

Esse projeto traçado lá no céu não é determinismo como alguns filósofos insistem em escrever. Determinismo é prisão e Deus traça para o homem o caminho da liberdade. O pai, em sua soberania, dialoga com esse tema liberdade exatamente porque o ser humano está preso, está subjugado a um tipo de mundo que machuca, que macula, que arranha, que promove caos e o vazio atordoante da calada da noite. Nossa comunhão com Deus se desvanece em meio à vaidade e prepotência do homem em achar que sua pseudoautonomia é de fato liberdade.

Então, se estamos afastados de Deus, somos escravos, reféns da audácia de acharmos que podemos caminhar sozinhos, sem Deus e sem princípios eternos. Por isso o caos, por isso guerras, opressão, desigualdades e tantos devaneios e desgraças. 

Nesse ínterim, entra a Páscoa, entra Jesus, entra em cena a possibilidade de encontrarmos o caminho da liberdade. Não uma liberdade para se fazer o que bem entende, pois se assim continuarmos, destruiremos Brumadinho, levaremos judeus aos campos de concentração, escravizaremos africanos, aumentaremos o contingente demográfico no cemitério com mulheres mortas por maridos e adolescentes assassinados em assaltos. 

Jesus Cristo é o homem que liberta, Ele é a verdade. É lindo voltar ao trânsito da história e perceber que alguém trafega com o objetivo exclusivo de resgatar esse homem e mulher cativos para, enfim, se verem livres e prontos para estar com Deus. Isso não foi simples. O calvário, feito para delinquentes da pior estirpe, foi o local em que o preço da nossa liberdade foi pago. Naquele lugar, Jesus foi humilhado, sangrado e assassinado debaixo de risos, sarcasmo e impiedade de soldados romanos. Ele morreu, porém, para espanto de um aglomerado de pessoas, Jesus não permaneceu morto. A liberdade demandava muito mais que a morte, demandava ressurreição, exigia que nosso Jesus não fosse derrotado pela morte, pois, se ali ficasse, nossa esperança de sermos livres morreria junto. Então, Jesus Cristo, três dias depois, sai em triunfo daquele túmulo, sai para a vitória, sai para nossa libertação. Isso é Páscoa. Páscoa é bênção, é refrigério, é conquista, é resgate, é encontro com Deus, é aproximação com o céu. Precisamos da Páscoa, precisamos de Jesus Cristo, pois Ele é o caminho, a verdade e a vida (João 14:6).

*Teólogo, Psicopedagogo e historiador. [email protected]

As desgraças nossas de cada dia – Hudson Romério

Oitenta tiros! …. Quantos tiros são necessários para saber se foi engano? … O antigo rap ressoou novamente de minhas memórias – uma rima tão simples de um contexto tão real e duro que, provavelmente, eu já ouvi tantas vezes e, tantas vezes, passou despercebido por mim:

Era só mais um Silva que a estrela não brilha. Ele era funkeiro, mas era pai de família”. Então aconteceu de novo! Mais uma vez a barbárie se fez presente! Mas a vítima e as desculpas são as mesmas: ele era preto e parecia suspeito…

Quando você for convidado pra subir no adro Da casa da Fundação Jorge Amado Pra ver do alto a f
ila de soldados, quase todos pretos Dando porrada na nuca de malandros pretos De ladrões mulatos e outros quase brancos Tratados como pretos Só pra mostrar aos outros quase pretos (Que são quase todos pretos) E aos quase brancos pobres como pretos Como é que pretos, pobres e mulatos E quase brancos quase pretos de tão pobres são tratados”.

A emblemática estrofe martelou com toda força na minha cabeça: pobres soldados pretos, matando pobres pretos em nome da ordem e do progresso – e assim, segue a sina dos desvalidos e miseráveis, são os paradoxos das nossas pareidolias – somos o que parecemos não ser, aceitando com passividade ser o que querem que sejamos.  

Todos os dias eles cantam o hino e hasteiam a bandeira. São todos soldados do nosso grande Exército brasileiro. O poder que a farda e a arma dão para quem a veste e a usa é enorme. O soldado é personificação dessa performance que o imaginário popular perpetua: força, lealdade e honestidade. Então, tudo se soma aos fatos que um dia foi belo e se subtrai das coisas que um dia foi feia. 

Era só mais um Silva que a estrela não brilha…

A patrulha não excitou, foram oitenta tiros! Ele era preto… todo preto é suspeito…foi engano…oitenta tiros…a criança não para de perguntar, onde está meu pai?… … Ele era funkeiro, mas era pai de família…

Em Canudos, foi assim! 

Eles foram lá, mataram todos e voltaram vitoriosos pra casa. 

(Depois de exterminarem o próprio povo!) … Pátria amada, Brasil! … Referências: -Rap do Silva – Compositor: MC Bob Rum -Haiti – Compositor: Caetano Veloso

*Escritor e Cronista [email protected]

Sofra não – Afonso Rodrigues de Oliveira

“O melhor retrato de cada um é aquilo que escreve”. (Padre Antônio Vieira)

Acredite, não sou nenhum intelectual nem culto. Mas acredite em mim. O que aprendi através de minhas mais de sete décadas de vida, são experiências calcadas pelo peso da vida vivida. Não perca seu tempo com pessimistas, derrotistas nem com assuntos derrotistas, negativos. Não dê crédito aos derrotistas que acham que o mundo está naufragando na violência e coisa assim. Nem fique sentado esperando que Deus faça por você o que você mesmo pode e deve fazer. Nunca duvide do seu potencial. Quando você duvida de você mesmo, não consegue ir além do chinelo. A violência hoje não está maior do que foi na Idade Média. O fato é que você não tem conhecimento dela nem analisa a diferença do mundo em que vivemos com a do mundo que desconhecemos por puro descaso. Tamerlão foi um dos mais violentos dos conquistadores mongóis do século XIV. Toda a história da humanidade está calcada na violência, seja na Igreja, nos exércitos. Onde quer que haja um ser humano, há indícios de violência como marca da evolução humana.

Você pode mudar esse quadro. A única maneira de não colaborar com a violência é cuidando do seu interior, formando sua personalidade dentro dos seus limites, mas sem se impor limites. Mas para não nos limitarmos é necessário que saibamos para onde vamos; e só saberemos quando soubermos o que realmente somos. Tá meio enrolado? Ótimo. Procure desenrolar. Acredite em você mesmo, no seu papel dentro deste universo, aonde chegamos por conta do livre-arbítrio. E se fomos responsáveis pela nossa chegada neste mundo em que vivemos, somos igualmente responsáveis pela nossa volta ao mundo de onde viemos. Se se considerar tal responsabilidade, ver-se-á que o poder está conosco e não atemos por que ficar na dependência da vontade dos deuses. Confie em você e você conseguirá se libertar dos nós que prendem seu desenvolvimento mental, espiritual e até intelectual. “A vida é como um espelho, quando sorrimos para ela, ela sorri para nós”. Então, sorria para a vida e não fique aí lendo, vendo, assistindo nem se impressionando com os pessimistas que só veem o lado negro da vida; que é exatamente onde ficam os perdedores.

Não perca seu tempo com assuntos negativos. Ponha-os longe de você e mantenha-se distante deles. “O reino de Deus está dentro de nós”. Acredite nisso e você será capaz. Não permita que ninguém, além de você, dirija sua vida. Isso por si só já indica o quanto você é poderoso, ou poderosa. Só precisa acreditar nisso. Pense nisso.

*Articulista [email protected] 99121-1460