Bom dia,

Para muitos parece ser preocupante as escaramuças neste começo da presidência de Jair Bolsonaro (PSL), entre o governo e boa parte da burocracia federal. Está realmente evidente a existência de um conflito desta burocracia – especialmente aquela encarregada de executar a política ambientalista, indigenista, cultural e educacional, com ênfase na educação superior do governo federal – e as novas orientações do presidente e de seus ministros.

Para os que acreditam ainda na democracia representativa como regime de governo e de sociedade, consagrada na Constituição de 1988, tais escaramuças são decorrentes de um processo político que está no bojo de uma mudança de sucessivos governos de esquerda/estatizante para um novo governo liberal em matéria econômica e conservador do ponto de vista dos costumes.

Sem dúvida, a corda está esticada por interesses corporativistas permeados de ideologia, que têm sustentação de milhares de organizações não governamentais e de governo estrangeiros; e a decisão política do novo governo de quebrar a espinha dorsal do evidente aparelhamento dessa burocracia estatal federal. Neste cabo-de-guerra vale ajuda de um prefeito democrata de Nova York; abaixo-assinado de “cientistas” estrangeiros; e outras pressões de igual natureza.  

Quem vai vencer? Ainda não dá para prever. O certo é que qualquer mudança que se queira fazer neste país com um Estado paquidérmico, ineficiente, que apesar de policialesco é incapaz de enfrentar a criminalidade, só será feita com vontade férrea de mudanças.

CRESCIMENTO

Um empresário boa-vistense, do ramo do varejo, procurou ontem a Parabólica para fazer o seguinte comentário: “Fiquei agradavelmente surpreso com o movimento da minha loja. As vendas aumentaram incríveis 15% em abril, relativamente a março. Embora satisfeito e feliz, fiquei algum tempo sem entender qual a razão daquele aumento de venda. Hoje, segunda-feira, 06.05, ao ler a Folha, descobri que o governo federal injetou no mês passado cerca de R$ 600 milhões na economia local por conta de pagamento de precatórios a professores e ex-professores públicos estaduais”.

SINTER

E segue o comentário do empresário: “O que é necessário dizer é que a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Roraima (SINTER), ao ganharem na justiça o pagamento desses precatórios, fizeram pela economia local muito mais que todos os políticos locais, inclusive os governantes. E tem mais; o pagamento desses R$ 600 milhões foi feito quase que totalmente para pessoas que moram em Roraima, e por isso gastam a grana no mercado local. Diferente de muita gente da elite dos servidores públicos locais que ganham muito dinheiro aqui para gastar noutros estados”, disse o empresário.

GASTOS

É ainda do mesmo empresário o seguinte comentário: “para que se tenha uma ideia do quanto fazem pouco os políticos e governantes locais, basta dizer que tenho que aumentar meus custos para manter a loja aberta. Devido o número de pedintes – entre eles muitas crianças – que abordam meus clientes na entrada da loja – alguns entram no interior para pedir esmola – bem como do número de pessoas usuárias de drogas que infestam as ruas de Boa Vista, estou sendo obrigado a contratar um segurança, o que pode intimidar os clientes, mas lhes dá segurança. É a evidência de que as autoridades não estão fazendo a sua parte”, concluiu o empresário.

DROGAS

Aliás, no domingo passado (05.05), o fotógrafo Antônio Diniz, um dos mais experientes e respeitados de Roraima, ligou para Rádio Folha FM 100.3, durante o programa Agenda da Semana. Ele estava na cidade de Mucajaí, voltando de uma viagem de uma semana aos municípios da região Sul de Roraima. Entre outras coisas, Diniz relatou ter voltado triste e impressionado com a dominação que o tráfico de drogas está submetendo a população jovem das pequenas cidades do interior de Roraima. Segundo ele, o consumo de drogas nessas cidades interioranas é o flagelo, sem qualquer combate por parte das autoridades.

NA PELE

Acredite se quiser, mas numa escola privada de Boa Vista, uma professora de arte mandou seus alunos fazerem um trabalho de pesquisa sobre a influência da ditadura militar no Brasil sobre a cultura. Ela, é claro, disse aos alunos que esta influência foi deletéria, entre outras coisas, por conta da censura. Seus alunos têm idade média de 15 anos, por conta disso a professora disse o seguinte: “Vocês não sabem o que é viver sob ditadura, eu sou testemunha disso. Senti na própria pele o que é enfrentar um regime ditatorial”.

ARITMÉTICA

Detalhe sobre as afirmações da professora: ela tem 26 anos, e a eleição de Tancredo Neves, que todos consideram como o fim da ditadura no Brasil, ocorreu em 1984, com posse de Sarney em 1985. Considerando este fato histórico, faz no mínimo 34 anos que o regime militar acabou, logo, a professora de 26 anos não pode tê-lo vivenciado. Deve ter lido muito sobre ideologia, mas esqueceu de estudar aritmética.

LINHÃO

A receita futura do Linhão de Tucuruí que conectará Roraima ao Sistema Elétrico Nacional poderá ser elevada por decreto do governo. A medida é decorrente de pedido do consórcio vencedor do leilão realizado em 2011, e tem como justificativa o atraso do início das obras. A informação foi publicada pela Reuters que explicou que a Alupar e Eletrobrás têm argumentado que seus cálculos mostram que o linhão só é viável para elas se a receita for revista para cerca de R$ 396 milhões/ano. Quando o projeto foi licitado a receita prevista era de R$ 121 milhões/ano. Hoje, cálculos com metodologia da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em casos semelhantes, sugerem elevação dessa receita para cerca de R$ 200 milhões/ano.