Bom dia,
A semana começa no Brasil sob a expectativa de como vai ficar o relacionamento do governo de Jair Bolsonaro (PSL) com a imprensa e com o Congresso Nacional depois das manifestações populares realizadas ontem, em todas as capitais do Brasil, e em várias outras cidades brasileiras de médio porte. Os números ainda estão sendo contados, mas as primeiras avaliações indicam que o movimento promovido por admiradores do atual presidente, se não tiveram a participação de muitos milhões de participantes, decididamente, estão muito longe do fracasso. Ao contrário, elas demonstraram que o presidente, e o conjunto de ideias que ele defende, têm forte apelo popular.
Essas centenas de milhares de pessoas nas ruas – os primeiros números dizem que a presença de militantes passou de um milhão de participantes –, podem animar o presidente a engrossar o discurso contra aquilo que ele genericamente chama de “velha política”; e poderá ainda animá-lo a perseguir a aprovação de reformas, que dependem dos deputados federais e senadores, que seguramente não ficarão indiferentes ao apoio popular demonstrado nas ruas ao governo.
Por outro lado, com apoio popular é possível que o novo governo se sinta revigorado para enfrentar as resistências das corporações, e das organizações não governamentais que aparelharam o Estado Federal brasileiro, contra as novas diretrizes do governo Bolsonaro em questões como o meio ambiente e a politica indigenista. O mesmo é também aplicável a grande mídia que recebe recursos externos de fontes do ambientalismo internacional e do sistema internacional de direitos humanos, como estratégia para evitar a utilização de recursos naturais em países de soberania mitigada, como é o caso do Brasil.
DESTAQUE
O Tribunal de Justiça do Estado de Roraima (TJERR) foi destaque nacional na última semana. Foi durante um encontro promovido pela Associação dos Magistrados do Brasil – 7º Encontro de Juízes Estaduais (Enaje)-, realizado em Foz de Iguaçu (Paraná). O TJERR foi apresentado como modelo para outros no Brasil por ser o único no país que realiza eleições diretas e universais entre todos os seus magistrados (juízes e desembargadores) para a escolha de presidente e vice-presidente da instituição.
ELEIÇÕES DIRETAS
O presidente do Tribunal de Justiça de Roraima, desembargador Mozarildo Cavalcanti, e o corregedor-geral, desembargador Almiro Padilha, foram os únicos dirigentes de tribunais estaduais convidados a participar como palestrantes do evento promovido pela Associação dos Magistrados do Brasil. Além deles, só ministros de tribunais superiores e dirigentes de associações de magistrados. O destaque do evento foi a experiência inédita das eleições diretas em Roraima, apresentada ao público presente ao evento – composto de magistrados do Brasil –, como um caso de sucesso e de vitória da democracia.
SUCESSO
Em seu discurso, o desembargador Mozarildo Cavalcanti disse não ter dúvida que a participação de todos os magistrados roraimenses na escolha de seus dirigentes foi um dos fatores que colocaram o TJERR como um dos mais produtivos do Brasil. E um marco que está se tornando uma marca dos dirigentes do Poder Judiciário roraimense é que eles se sucedem no cargo, e em vez de jogar pedras no antecessor, fazem rasgados elogios aos dirigentes substituídos.
PACARAIMA 1
Um morador de Pacaraima mandou e-mail para a Parabólica dizendo que a bandidagem naquela cidade fronteiriça é hoje em dia praticada quase que exclusivamente por venezuelanos. “Eu acompanho bem de perto as ações das forças de segurança brasileiras e, nos últimos tempos, todos os registros de homicídio, assaltos, roubos e furtos são praticados por marginais venezuelanos, que aproveitam a falta de triagem para entrarem no Brasil e praticar todo tipo de transgressão. E vou dizer uma coisa, em matéria de organização, eles deixam os marginais brasileiros no chinelo”, diz o morador brasileiro da fronteira.
PACARAIMA 2
“Os bandidos venezuelanos já descobriram duas facilidades na legislação brasileira para escapar das ações das forças policiais e de segurança, na fronteira com o Brasil. Eles sabem que quando são pegos traficando drogas, e estão portando pouca quantidade, eles se dizem usuários de drogas e não traficantes, que têm tratamento diferenciado pela lei brasileira. Por outro lado, eles já sabem também que juízes brasileiros são mais complacentes com a prática de pequenos roubos e furtos, e por isso se alternam na prática desses delitos menores. Em ambos os casos eles quase sempre são soltos depois da audiência de custódia. Aí, a polícia prende, mas logo eles voltam para as ruas”, diz o leitor.
MOVIMENTO
E o morador de Pacaraima diz mais: “Tem muita gente ganhando dinheiro em Pacaraima. Noutro dia, um pequeno comerciante de estivas descuidou com o cofre e os ladrões venezuelanos o explodiram, levando de seu interior nada menos que R$ 150 mil, fruto das vendas de um único fim de semana. Lá também está ocorrendo muita venda de ouro. Vários dos venezuelanos que atravessam a fronteira para fazer compras pagam a conta com ouro em pó. O movimento financeiro é tanto que as poucas casas bancárias que existem por lá estabelecem um valor total dos depósitos que recebem por dia. Fazem isso, talvez, para evitar assaltos”.
SEI
O governador Antônio Denarium (PSL) utilizou suas redes sociais para dizer que foi a Porto Alegre (RS) para uma reunião com o desembargador federal Thompson Flores, que é presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-04). Denarium assinou convênio com aquele tribunal federal que vai garantir ao governo estadual ter acesso ao sistema Eletrônico de Informações (SEI), que gerencia processos administrativos.