Bom dia,

Depois das manifestações populares do último domingo (26.05), os quatro homens mais poderosos politicamente, do país, Jair Bolsonaro (presidente da República), Dias Toffili (presidente do Supremo Tribunal Federal), Rodrigo Maia (presidente da Câmara dos Deputados) e Davi Alcolumbre (presidente do Senado Federal) decidiram, ontem (terça-feira), tomar um café da manhã no Palácio da Alvorada – residência oficial do primeiro – para discutir o Brasil e seus problemas. No fundo quiseram passar a impressão para a opinião pública tupiniquim que não estão insensíveis aos sussurros que vêm das ruas.

Por iniciativa do presidente do STF, Dias Toffili, os quatros listaram um conjunto de problemas a serem encarados por todos os poderes como fundamentais para o país sair da crise moral, ética, política e econômica em que está atolado. O levantamento dos problemas é pré-condição para a elaboração de uma espécie de acordo pela nação, que deve ser assinado nos primeiros dias de junho próximo, – a previsão inicial é para o dia 10 – no qual os chefes dos três poderes da República vão se comprometer a cumprir como uma agenda mínima, no âmbito de suas respectivas competências.

NEM TUDO

Tudo leva a crer que a atitude dos chefes dos poderes da República brasileira não é mero jogo de cena e, se ela se transformar em ações concretas, a nação tem muito a ganhar. Eles podem muito, mas não podem tudo. O presidente, o mais poderoso dos quatro, pode decidir e mandar que seus ministros cumpram suas ordens, mas os outros três presidem órgãos colegiados sob os quais não têm controle absoluto. Senadores e deputados têm lógica e interesses próprios, por razões ideológicas e de espaço político. Já o Supremo Tribunal Federal é composto por onze ministros que estão absolutamente divididos entre dois grupos que só muito raramente se entendem.

NÃO PRECISAM

Mesmo que se tenha otimismo e que se torça para que dê certo essa iniciativa de acordo pela nação, ele tratará seguramente de macro problemas, como as reformas da previdência e da tributária, bem como do pacote de leis para combater a criminalidade, o crime organizado e a corrupção. Já seria um grande passo, mas o Brasil também vive enredado em problemas localizados que não precisam de qualquer reforma para serem enfrentados. Dependem absolutamente de vontade política, de gestão, e de competência para serem resolvidos, mas estão aí a desafiar os governantes brasileiros em seus três níveis de governo: federal, estadual e municipal.

CALAMIDADE

A reportagem publicada ontem, terça-feira (28.05), sobre a situação de calamidade do Hospital Geral de Roraima (HGR) é exemplar. Se alguém se der ao trabalho de reler o que a imprensa publicou sobre o HGR nos meses de outubro e novembro de 2018, poderia equivocadamente pensar que a Folha estivesse esquentando problemas do passado. Ledo engano, a precariedade dos serviços prestados naquele principal hospital público do estado continua a mesma, ou quem sabe, está pior. E o atual governo Antonio Denarium (PSL) já vai completar seis meses, aí incluído o período da intervenção. Nada, absolutamente nada de novo foi trazido pela atual administração em matéria de saúde pública. E isso não depende de reformas, e nem de pacto de poderes.

PRORROGADO

E por falar na saúde pública estadual, o Diário Oficial do Estado (DOERR), de segunda-feira, 27, publicou o Decreto Nº 26.928-E, que decide prorrogar por mais 90 dias o Decreto 26.577-E, de 24 de fevereiro de 2019, que declarou Estado de Calamidade Publica na Saúde do Estado de Roraima. O Decreto, assinado pelo governador Antonio Denarium (PSL) define que a medida será prorrogável “enquanto permanecerem as circunstâncias causadoras do colapso do sistema de saúde”. Os efeitos da medida entram retroativamente a 25 de maio de 2019. Sem a definição clara das “circunstâncias causadoras do colapso”, parece que a coisa vira permanente.

REAJUSTE

O Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (TRT 11– que tem jurisdição nos estados do Amazonas e Roraima – informou que a 3ª Vara do Trabalho de Boa Vista homologou acordo em dissídio coletivo entre a Boa Vista Energia S/A (hoje representada pela Roraima Energia S.A.) e o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas do Estado de Roraima (Stiurr) que garante reajuste salarial da categoria.

CANCELADOS

A Justiça Eleitoral fechou, na última sexta-feira, 24, a relação de pessoas que tiveram o título de eleitor cancelado por ausência aos três últimos pleitos. Cada turno é contabilizado como uma eleição. Em Roraima, foram cancelados 5.469 títulos. Para saber se o seu título foi cancelado, basta consultar a situação no Portal do Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE-RR) na área de “Serviços ao Eleitor – Situação eleitoral – consulta por nome ou título”.

REDUÇÃO

Ontem, veiculamos aqui, neste espaço, a informação de que a Mesa Diretora da Assembléia Legislativa do Estado (ALE) houvera decidido reduzir o salário dos ocupantes de cargos comissionados na instituição em torno de 10%. Uma fonte mais próxima daquela Mesa Diretora garantiu à Parabólica que não é verdadeira aquela história de redução salarial. “O que houve foi uma pequena diminuição – cerca de cem reais – do auxílio alimentação”, garante a fonte.

COLABORADORES

E a página de “Opinião” da Folha ganhou mais dois bons colaboradores. Os professores doutores da Universidade Federal de Roraima (UFRR), Linoberg Almeida – que é também vereador de Boa Vista – e Luis Cláudio de Jesus Silva – que é também dirigente sindical – passam a assinar semanalmente uma coluna no jornal. Os dois representam tendências políticas e ideológicas diferentes, como deve ser um jornal plural.