Opinião

Opiniao 11 06 2019 8362

Como conduzir uma negociação? – Mário Rodrigues Sua opinião em uma reunião de equipe ou enxergar qual a melhor maneira de apresentar um novo projeto diante da concorrência podem ser fundamentais no trabalho.

No setor de vendas, por exemplo, geralmente as melhores compras nascem de uma negociação bem-feita. Muito mais do que ter alguém interessado em vender e uma pessoa disposta a comprar, a busca pelos números positivos exige alguns passos a serem seguidos para que tudo se concretize da forma ideal.

A proposta não é ter um indivíduo “bom de papo”, mas, sim, alguém com habilidades para conduzir uma conversa e chegar a um acordo comum, capaz de trazer benefícios a todos. Como já foi dito por muitos estudiosos do assunto, é essencial que se tenha uma situação do tipo “ganha-ganha” para que uma troca traga resultados no longo prazo. No contrário, em questão de dias, uma das partes vai se perceber como prejudicada e uma sensação negativa será sedimentada no lugar do sentimento de bem-estar.

Antes de iniciar qualquer aproximação com um possível cliente, é de grande importância conhecer plenamente os produtos e serviços a serem comercializados e quais são os verdadeiros valores da empresa, assim será possível criar argumentos sólidos, que contribuirão para solucionar futuras dúvidas ou questionamentos. Além disso, a iniciativa também transmite a sensação de segurança, que torna o cliente mais confiante e certo de que fez a melhor opção ao fechar o negócio.

Vale lembrar também que as pessoas possuem necessidades distintas, por isso observar o motivador de compras de cada um faz a diferença. Dificilmente um mesmo produto será oferecido para um profissional do setor técnico e um comprador comum com os mesmos argumentos, pois eles possuem interesses diferentes dentro da companhia. Talvez, um preze pelo preço e condições de pagamento, enquanto o outro pode ficar mais atento às características específicas para atender a sua demanda.

A negociação tem que ser conduzida com maestria. Saber ouvir quais são as expectativas do cliente e tomar alguns cuidados básicos, como avaliar as palavras que serão utilizadas, os gestos feitos com as mãos e a postura adotada diante de uma reunião de negócios, por exemplo, poderão servir como itens decisivos na hora de fechar um contrato. O processo em si é uma arte e aqueles que conseguem dominá-lo alcançam seus objetivos com mais facilidade.

*Diretor do Instituto Brasileiro de Vendas (IBVendas) – www.ibvendas.com.br

O Deus poeta – Walber Aguiar    

Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou de antemão para que andássemos nelas. Efésios 2:8

Era um dia como outro qualquer. Talvez nem fosse. Dia de entender por quem os sinos dobram. De tentar compreender por que um só Deus ao mesmo tempo é três. De dançar, conforme textos de Kivitz e Caio Fábio, com o Deus que está tanto na poesia quantos nos chinelos, tanto nas coisas loucas quanto nas disparatadas.

Assim, não dá pra encarar o divino no quadro estereotipado dos “artistas” do legalismo, dos “mestres” da religião farisaica, dos escritores da letra morta. Não dá pra conceber aquele Deus de queixo comprido, com cara de São Benedito, pois o rosto do Sagrado sempre tem que comportar o brilho das cores, a leveza do infinito, a efetividade da palavra poética.

Ora, ao elegermos um projeto de espiritualidade integral, ou holística, carregamos na bagagem cotidiana o louvor, o lazer, o trato com o dinheiro, a coisa pública, a indignação, a palavra profética contra os governantes corruptos e tudo aquilo que consiga comportar a vida.

Sem dúvida, a arte aparece como elemento redentivo do ser em conflito consigo mesmo e com a complexidade existencial que o circunda. 

Com isso, o Deus poeta se manifesta. Quando Paulo diz que somos feitura dele, quer dizer que somos poesia de Deus, verso do sagrado, estilização do autor de todas as palavras.

A arte de mexer com as letras e dar significado a tudo passa pela angústia de Drummond, quando o mesmo diz: Meu Deus / porque me abandonaste/ se sabias que eu não era Deus/ se sabias que eu era fraco… Também pela poética romântica de Vinicius de Moraes, pelo toque estilizado de Allinge Mafra Mcnight.

Deus se revela na face de Ferreira Gullar, com seu canto de protesto, sua rebeldia, seu desejo de entender a dualidade do universo no poema traduzir-se. 

Também figura o divino na arte de Thiago de Mello, o poeta de Barreirinha, quando este traduz para vários idiomas sua declaração universal dos direitos do homem, onde menciona que … a verdade será servida antes da sobremesa …

Ora, se Deus se reveste de simplicidade e calça as sandálias do pescador, isso pode ser revestido de poesia. No entanto, não dá pra ficar contando estrelinhas e rimando o universo sem a gravidade da palavra profética. Deus consegue vaticinar com gravidade, ainda que carregue consigo um carrinho de mão cheio de flores que enfeitam e dão cheiro à podridão pela qual somos abrigados a passar.

Uma das letras mais fascinantes de Renato Russo diz: venha/ meu coração está com pressa/ e vem chegando a primavera/ nosso futuro recomeça/ venha que o que vem é perfeição… faz lembrar Salomão, quando diz que “a esperança que se adia faz adoecer o coração”. Embora os cabeças roxas da religião distorçam as palavras e hipertrofiem a graça do Deus poeta, este vai continuar redimindo através do belo e da sensibilidade das manifestações artísticas. Por isso, temos que captar cada detalhe que Deus deixa cair no caminho em forma de graça e ludicidade. O que passar disso pertence aos caretas, que não gostam de poesia nem tiram Deus pra dançar…

*Poeta, professor de filosofia, historiador e membro da Academia Roraimense de letras [email protected]

Compromisso zero – Marlene de Andrade

“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm”. (1ª Coríntios 6:12).

Após os anos 60 a moral e os bons costumes no mundo todo vêm mudando o modo de viver de muitas pessoas sem pensar nas consequências e por isso o hedonismo vem imperando, assim sendo, as pessoas visam apenas os prazeres e as satisfações materiais, buscando dessa forma somente o seu próprio bem-estar aqui e agora. Sendo assim, deu vontade de dar um “cavalo de pau” pode dar sem pensar nas consequências, pois o negócio é curtir o momento? 

Nesse andar da carruagem, os hábitos conservadores da ética, da moral vêm se diluindo cada vez mais. Aí dizem: “A gente tem que viver o momento”. Nesse viés, os jovens foram abandonando cada vez mais os bons costumes das tradições judaicos-cristãos e fazendo o que bem entendem.

Desse modo as relações funcionam, na maioria das vezes, assim: Olhou? Gostou? Então “fica” que é bom à beça e esse modo moderno de se relacionar vem crescendo assustadoramente como se os relacionamentos fossem descartáveis e o que importa é a pessoa se sentir feliz naquele momento, não se comprometendo, inclusive com as possíveis gravidezes ou doenças sexualmente transmissíveis.

Ocorre que nessa prática do “ficar” muitas vezes acabam nascendo bebês, e aí, fazer o quê? Cometer o pecado do aborto? Evidentemente, que não. Tirar a vida de uma criança, mesmo que ela ainda seja um embrião, é pecado e ponto final. Ou a maternidade é algo sem nenhum compromisso e abortar se tornou procedimento normal? É verdade que tudo nos é lícito, mas a Bíblia diz que nem tudo nos convém. E aí, dizer o que a esse respeito?

Hoje, pelo que escuto nas consultas médicas, ninguém quer mais se envolver com ninguém, e se de um relacionamento “ficante” nascer uma criança não estão nem aí. Bem-estar do outro? Quase não há mais essa preocupação.

Gosto muito de uma passagem bíblica que diz assim: “Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.” (Filipenses 4:8). Esse versículo nos ensina que devemos seguir o caminho da retidão, mas nós temos a livre agência, ou seja, uma agência voluntária para fazermos o que bem quisermos, porém não podemos nos esquecer de que sempre iremos colher os frutos amargos das nossas semeaduras.

Dentro da visão hedonista cada um fica no seu quadrado, pois o que importa é ser feliz aqui e agora sem o mínimo de compromisso com ninguém, visto que o importante, dizem alguns, sou eu ser feliz e os outros que se virem e corram atrás da sua felicidade, pois não vim ao mundo para cuidar de ninguém e sim somente de mim.

Somos livres? Até certo ponto sim, mas vejamos o que nos diz Abraham Kuyper a esse respeito: “… A água é livre para descer numa cachoeira. Uma rocha quando solta do seu lugar no pico do Everest é livre para descer! Mas a água não é livre para subir a cachoeira e nem a pedra para subir o Everest…”

*Médica Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMT CRM-339 RQE 431

A trilha de ação – Afonso Rodrigues de Oliveira

“Toda ação deve-se a uma ou outra das sete causas: acaso, natureza, compulsão, hábito, raciocínio, ira ou apetite.” (Aristóteles)

O importante é que você saiba qual das sete causas está perturbando você, hoje. Se for a que lhe interessa, vá em frente. O importante é que você tome ação e faça o que deve ser feito. Fiscalize, observe, escolha e siga os rumos estipulados pelos seus pensamentos. Mas antes você tem que ter pensamentos amadurecidos pelo racional. Você nunca chegará ao pódio do enriquecimento racional sem o aprimoramento dos pensamentos. Poder que você tem de sobra. Só não sei é se você está levando em consideração o poder que você tem sobre você mesmo, ou mesma. Vá refletindo sobre isso nos seus momentos de descanso.

Nunca se deixe levar pelos maus pensamentos. Eles sempre levam você para o mal. E quanto mais você se embriaga pelos “benefícios” que os maus pensamentos lhe trazem, mais você se afunda no pantanal da desgraça. Temos um zilhão de políticos brasileiros que se exibiram, com gastos exorbitantes em farras particulares e que estão envelhecendo nas prisões. Pessoas que nunca imaginaram que um dia estriam sob custódia da justiça. Cuidado com o que você pensa. Sua força maior está no seu subconsciente. E ele é dirigido pelos seus pensamentos. Pense nisso antes de pensar que está voando, quando, na verdade, você está remando em canoa furada. 

Cuidado com os momentos de raiva. Eles podem estar levando você para a encruzilhada. E é lá que você vai se desorientar. Controle suas raivas. Você pode fazer isso, julgando-se superior a quem ou ao que fez você ficar enraivecido. Se se deixar levar pela raiva, estará se igualando ao motivo da raiva. Que é o que você, com certeza, não quer. E cuidado quando se sentir muito compulsivo. A compulsão, na maioria das vezes leva você ao descontrole emocional. Às vezes você pode ser mais forte obedecendo à calma. Nunca se aborreça com o bobo que pensou que você era um bobo. Porque se você se deixar levar por ele, estará se igualando a ele. Simples pra dedéu. Já lhe falei daquele delegado de polícia que conheci em São Miguel Paulista, em São Paulo, na época dos Contos-do-vigário. Uma malandrice bem rasteira. E sempre que alguém registrava, na delegacia, uma queixa sobre um golpe do vigário, o delegado mandava a pessoa se sentar e esperar a ação da polícia. Só que ele nunca providenciava ação nenhuma. Quando, um dia lhe perguntei por que ele fazia aquilo, ele me respondeu: 

– Afonso… Não existiria o vigarista se não existissem os otários. 

É claro que o delegado não estava correto, mas faz sentido. Pense nisso.

*Articulista [email protected] 99121-1460