Bom dia,

A crise migratória é assunto da agenda diária dos roraimenses, pelas várias facetas que o ingresso em massa de venezuelanos que fogem da opressão e da miséria em seu país apresenta. Ontem, pela primeira vez desde que essa crise começou, parlamentares federais, estaduais e municipais se reuniram conjuntamente no centro de comando da Operação Acolhida para conhecer os números dessa ação e também falar das reivindicações da população, uma vez que são eles os legítimos representantes do povo. Estiveram no encontro os deputados federais Nicoletti e Shéridan. Da Assembleia Legislativa, compareceram Ione Pedroso, Tayla Peres e Renan Filho. O maior número de parlamentares saiu da Câmara Municipal de Boa Vista: Míriam Reis, Pastor Jorge, Magnólia, Genival, Rômulo, Mauricélio, Ítalo e Genilson. Eles foram os que mais falaram, ainda estupefatos pela reunião que tiveram em Brasília, dias atrás, quando autoridades federais foram enfáticas ao dizer que as coisas por aqui estão muito bem e que não há uma situação de caos como relatada pelos edis. A equipe do general Eduardo Pazuello, que coordena da Operação Acolhida também apresentou números que, avaliados por quem nunca pisou os pés por aqui, levam a crer que o choro é sem sentido. Na saúde, os dados apontam que Roraima recebe hoje o maior financiamento per capta do país. O relatório apresentado aos parlamentares aponta que houve incremento nos repasses de 2016 até 2018 na ordem de R$ 113,7, milhões para o governo do Estado e para os municípios de Boa Vista e Pacaraima. Somente entre 2017 e 2018, o relatório aponta que as transferências para a saúde aumentaram 13,77% para o governo; 14,6 para a Prefeitura de Boa Vista e 67,81% para o município de Pacaraima. Além disso, foram doadas 14 ambulâncias para o Samu atender todos os municípios. Mas tanto o governo quanto as prefeituras alardeiam que não receberam qualquer apoio do governo federal para amenizar os impactos da migração na rede pública de saúde. A conclusão a que se chega é uma só: alguém está faltando com a verdade. Cabe a essa comissão de parlamentares, que esteve ontem na 1ª Brigada de Infantaria de Selva, examinar esses números e fiscalizar o emprego desses recursos, cada um na sua esfera de atuação.   INTERIORIZAÇÃO

O Exército Brasileiro trabalha com a meta de reduzir o número de abrigos a partir do ano que vem. O general Eduardo Pazuello não trabalha com a hipótese de solução para a crise na Venezuela, mas no fortalecimento do processo de interiorização para levar para todos os estados e cidades brasileiras os venezuelanos que buscam refúgio no país.

INTERIORIZAÇÃO 2

Em 16 meses, a operação interiorizou pouco mais de 15 mil venezuelanos, seja por atuação direta do governo federal ou por intermédio de entidades da sociedade civil. Esse trabalho se intensificou depois que as empresas aéreas que operam em Roraima fizeram acordo para transportar os imigrantes, ocupando as vagas ociosas das aeronaves, gratuitamente. O acordo foi mediado pelo empresário Carlos Wizard e as companhias Azul, Gol e Latam, com o governo.

CHARTER

Mesmo com o apoio das empresas aéreas, a Força Aérea Brasileira continua disponibilizando aeronaves para fazer o transporte dos venezuelanos cadastrados e aptos à interiorização, mas a Operação Acolhida deve incrementar esse serviço com voos charter. A licitação para contratar a empresa está em andamento.

LEGADO

Os oficiais que atuam na Operação Acolhida estão convencidos que essa crise migratória só terá resultados positivos para Roraima, embora a população não consiga enxergar por essa perspectiva. Como legado, eles elencam o aumento da oferta de internet em Boa Vista e Pacaraima, além da melhora do PIB por conta dos serviços contratados pela operação que impactam na geração de empregos e na economia.

RÉU

O ex-senador Romero Jucá (MDB) e Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, subsidiária da Petrobras, viraram réus na Lava Jato pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A denúncia do Ministério Público Federal (MPF), que aponta envolvimento dos réus em um esquema de corrupção na subsidiária, foi aceita pela Justiça no dia 11 de junho, pelo juiz Luiz Antônio Bonat, da 13ª Vara Federal de Curitiba.

RÉU 2

A suspeita é que Jucá e Sérgio Machado teriam solicitado pagamento de R$ 22,4 milhões à empreiteira Galvão Engenharia, referentes a 5% de contratos e aditivos firmados com a Transpetro. As defesas dos dois acusados negam.

FICHA LIMPA

O presidente Jair Bolsonaro assinou um decreto, ontem, que amplia as restrições para nomeações de cargos em comissão e funções de confiança na administração federal. Agora, os critérios da lei da Ficha Limpa valem para nomeação de todos os cargos da administração pública tidos como de confiança e que não são preenchidos por concurso público.