Bom dia,
Embora quase todos os políticos do estado não acreditem na possibilidade de uma intervenção federal total no governo estadual, muitos deles estão clamando por intervenção do governo federal no sistema público de saúde. Parece haver um consenso entre esses políticos de que resta quase impossível aos técnicos e executivos locais exercerem a gestão de um setor fundamental na prestação de serviço à população roraimense. Embora reconheçam a dificuldade da solução, esses mesmos políticos sabem de sobra as razões da ineficiência do setor público estadual de saúde: o desperdício e a corrupção.
É decepcionante saber dessa aceitação de incompetência por parte desses políticos quanto à capacidade local de enfrentar os problemas do setor estadual de saúde. Seguramente, o que existe é a falta de vontade política de muita gente no estado para acabar com a histórica e viciante influência de políticos na contratação de empresas prestadoras de serviços e fornecedoras de material médico, medicamentoso e de equipamentos para a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau). E para esse enfrentamento não é necessária qualquer intervenção federal.
VEZ DOS ÍNDIOS
Em entrevista ao programa Agenda da Semana, da Rádio Folha FM 100.3, concedida ontem, domingo (21.07), o senador Mecias de Jesus (PRB) disse que faz algum tempo que, em Brasília, só se falava de Roraima em relação aos direitos dos povos indígenas. Eram tempos de demarcações dos territórios indígenas que hoje ocupam quase 50% da superfície do estado. Ninguém demonstrava preocupação pelo restante dos 400 mil habitantes locais não índios que viviam em terras roraimenses, precisando de apoio e espaço para produzir, e viver com dignidade, a mesma dada a outros brasileiros que viviam nos demais estados brasileiros.
VEZ DOS VENEZUELANOS
Agora, segundo o senador, as autoridades de Brasília quando se referem a Roraima só têm como objeto de preocupação os milhares de venezuelanos e venezuelanas que migraram para o Brasil nos últimos anos fugindo da miséria e da ditadura comunista de Chávez e Maduro. Essa preocupação é tão centrada nos migrantes que, segundo Mecias de Jesus, parecem ignorar os direitos e aspirações do restante de uma população que hoje supera os mais de 500 mil habitantes, e que paga o preço maior pela ineficaz estratégia do governo federal de acolher esses migrantes. Será que ele tem razão?
PERDIZES 1
Perdizes é um pequeno município do Triângulo Mineiro com superfície menor que todos os municípios roraimenses. Lá se produz, em abundância, milho – cujo saco de 60 kg é vendido a R$ 18,00 – soja, café e sorgo. Boa parte do café é industrializada por indústrias locais; e grande parte dos demais grãos é utilizada para fazer ração utilizada na criação de gado confinado, na avicultura (de corte e postura), na criação de peixes, e na suinocultura. Próxima de grandes centros consumidores, tudo que se produz tem mercado garantido.
PERDIZES 2
Perdizes, que é a capital do município, é uma pequena cidade de 28 mil habitantes com comércio relativamente variado, capaz de suprir as principais necessidades da população local. Suas ruas são asfaltadas e limpas, o esgoto atinge quase 100% da população e os empreendedores dispõem de um distrito industrial onde estão instaladas dezenas de indústrias que geram milhares de empregos para a população. A vida em Perdizes corre com pouca violência, que até parece monótona. O orçamento da Prefeitura Municipal de Perdizes não ultrapassa os R$ 200 milhões anuais.
VISITA
Segundo o senador Mecias de Jesus, tão logo sejam equacionadas todas as pendências que ainda impedem o início das obras de construção do Linhão de Tucuruí, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), deverá vir a Roraima para anunciar a boa nova. Esta é a razão pela qual o presidente não dará uma esticada até o estado quando de sua próxima viagem a Manaus para presidir a reunião do Conselho de Administração da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).
PRINCIPAL
A principal pendência, que ainda retarda o início da construção do Linhão de Tucuruí, é o pedido do consórcio vencedor do leilão realizado em 2011 pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O consórcio pede a Aneel um realinhamento dos custos do empreendimento em torno de R$ 400 milhões de reais. O governo já admite conceder esse reajuste em até pouco mais de R$ 250 milhões. Comparado o pedido com o gasto anual exigido pela geração térmica utilizando diesel, é bem possível que a decisão ocorra em curto prazo. Tomara.
RISCO
Como você vai ler na edição de hoje da Folha, segundo o secretário estadual de Justiça e Cidadania, André Fernandes, os riscos de novas rebeliões na Penitenciária Agrícola da Monte Cristo (PAMC), por conta da transferência de cerca de 500 presos da Cadeia Pública de Boa Vista para lá, são pequenos. Ele garante que a situação existente hoje na PAMC é diametralmente oposta àquela vigente um ano atrás. Esta diferença existe principalmente porque o controle da situação no interior daquela penitenciária está absolutamente nas mãos das forças de segurança do sistema penitenciário estadual.