Bom dia,
Luís Melo é um autônomo que vive da limpeza de terrenos e poda de árvores. Seu filho adolescente de 16 anos comprou com grande sacrifício uma bicicleta para ir à escola e ajudar o pai no trabalho. Na sexta-feira (26.07), o jovem foi com a bicicleta a um supermercado onde foi atacado por uma dupla de venezuelanos que lhe tomaram a “magrela”. O jovem reagiu ao assalto, mas foi agredido violentamente pelos migrantes que utilizaram para tal um machado, ferindo gravemente o jovem na cabeça e noutras partes do corpo. O rapaz que concluiria o ensino médio no final do ano corre o risco de perder o semestre e o vestibular para o qual ele já estudava.
Embora as câmeras de segurança do supermercado disponham de fartas imagens do assalto, a polícia não conseguiu até agora encontrar os meliantes, embora tenha conseguido identificar para quem a bicicleta foi vendida. Mas a tragédia da família do jovem agredido não termina por aí. A família do rapaz está dependendo da ajuda de outras pessoas para comprar remédios para curar os ferimentos – o da cabeça, por exemplo pegou 17 pontos –, pois não os conseguiram no hospital Geral de Roraima (HGR).
Esta é uma das milhares de histórias que marcam o cotidiano da população roraimense que sofre diretamente os impactos da massiva migração de venezuelanos para o estado, sob o olhar passivo e pouco eficaz, quase de omissão, do governo federal. No caso desse roubo desenfreado de bicicletas, as forças de segurança do estado estão até hoje sem esboçar qualquer reação.
SEM AGIR
Ontem, ao meio dia, no cruzamento das avenidas Júlio Bezerra com Santos Dumont, um grupo de três migrantes venezuelanos vendia livremente peças de bicicletas, incluindo quadros, pneus, aros, correntes e outras. E esta tem sido a estratégia montada pela indústria de roubos desse tipo de veículo. Os bandidos tomam as bicicletas de pessoas indefesas, as desmontam e remontam misturando as peças para dificultar a identificação delas. Toda a polícia sabe disso, mas não esboça qualquer reação.
DIFERENTE 1
Quando decidiu pedir demissão do cargo de secretário estadual de saúde, o médico anestesista Ailton Wanderley disse que a Secretaria Estadual de Saúde era inadiministrável nas condições em que se encontrava, com problemas graves com os profissionais médicos e paramédicos que se recusavam cumprir com suas obrigações contratuais. Disse ainda que grande parte das empresas contratadas para o fornecimento de materiais médicos, medicamentosos e de prestação de serviços tinham por trás políticos do estado, o que dificultava a cobrança de resultados, além de conterem, em muitos casos, preços superfaturados.
DIFERENTE 2
Ontem, domingo, (28.07), em entrevista concedida ao programa Agenda da Semana, da Rádio Folha FM 100.3, a atual secretária estadual de saúde, Cecília Smith Lorezom, descreveu um cenário diametralmente oposto àquele descrito por Ailton Wanderley. Entre outras coisas, ela disse que desconhece a existência de vínculos entre empresas contratadas pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) e qualquer político do estado. Disse que ao fazer auditoria nalguns contratos verificou que os valores eram inadequados e na forma da legislação vigente propôs às firmas contratadas redução de até 25% dos valores pactuados, tendo conseguido êxito em quase todas as iniciativas.
EXONERAÇÃO
Fontes bem confiáveis da Parabólica junto à Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz) garantem que a diretora da receita estadual pediu, neste fim de semana, a exoneração do cargo, em caráter irreversível. As mesmas fontes dizem que já tem inclusive um substituto interino para o cargo: trata-se do fiscal de tributos estaduais Caio Monteiro. Existe de fato, um clima de insatisfação na área da receita estadual, a ponto dos servidores que trabalham no posto fiscal do Jundiá já terem feito paralisação de advertência, apesar dos resultados apresentados no primeiro semestre, que elevaram em quase meio bilhão a arrecadação própria do estado.
VISTORIA
A visita do ministro Toffoli a Roraima teve alguns fatos inusitados que foram contados pelos leitores da Parabólica. O primeiro foi que o Ministro teve toda sua bagagem vistoriada na Base Aérea de Boa Vista. É que após o caso de 40 quilos de drogas encontrados com um militar das Forças Armadas na Espanha, Bolsonaro mandou intensificar a fiscalização em aviões de autoridades.
DESPIDA
Ainda segundo conta o leitor, o Presidente do STF teria esbarrado com uma moradora de rua despida, tomando banho de caneco, em uma das torneiras que fica ali mesmo a alguns passos da recepção do hotel em que se hospedou. Toffoli teria visto a cena e pedido para seguir direto para o jantar que ocorreria fora das dependências do hotel.
GOTEIRA
Já na segunda-feira, a tempestade que desabou em Boa Vista teria atrapalhado o sono do ministro. Tudo devido à existência de goteiras na suíte presidencial onde ele ficou hospedado. O presidente da Suprema Corte brasileira teria levantado zangado durante a madrugada, reclamando de sua assessoria, que encontrou outro quarto para o ministro.
PROIBIDOS
Ainda sobre a visita do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, a Roraima, o ministro deu uma esticada até a fronteira com a Venezuela e foi direto ao comando local do Exército Brasileiro, em Pacaraima. O prefeito municipal e os vereadores do município tentaram uma audiência com Dias Toffoli, mas foram impedidos de entrar naquelas dependências militares. Decididamente, as autoridades políticas estaduais estão em baixa junto às autoridades de Brasília.