Cotidiano

Bancários rejeitam reajuste de 8,75% e greve continua

Em nova negociação ocorrida na tarde de ontem, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) rejeitou a proposta de reajuste salarial de 8,75% apresentada em mesa de negociação pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). A categoria reivindica reajuste de 16%. Com isso, agências bancárias de todo o País continuarão fechadas por tempo indeterminado.

Em Roraima, de acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários de Roraima (Sintraf-RR), Adalto Andrade, todas as 35 agências espalhadas pelo Estado aderiram ao movimento grevista, realizando apenas serviços voltados a públicos específicos, como idosos e portadores de necessidades especiais.

“Em algumas agências bancárias está ocorrendo atendimento diferenciado para pessoas idosas que precisam sacar benefícios como aposentadoria, auxílio doença e outros, porque são pessoas que realmente dependem disso. Então, a gente tem dado uma certa abertura porque não podemos simplesmente ignorar essas condições”, comentou.

Desde o dia 06 bancários de todo Brasil estão de braços cruzados reivindicando uma série de melhorias ao trabalhador. Além do reajuste salarial de 16%, a categoria cobra o cumprimento de outras pontualidades, como melhorias nas condições de trabalho, fim do assédio moral e a contratação de pessoal para suprir a necessidade das agências

“A Caixa Econômica Federal em Roraima, por exemplo, que fez concurso público há um ano e três meses, até o momento não empossou sequer um aprovado, mesmo tendo conhecimento do déficit de profissionais no Estado”, frisou o sindicalista.

Andrade salientou que uma nova rodada de negociação entre Fenaban e Confraf-CUT deverá ocorrer ainda nesta quinta-feira, em São Paulo. A intenção é pressionar a federação a pelo menos acatar parte das necessidades impostas pela categoria.

“A gente sempre destaca o apoio que a população tem nos dado em relação a essa questão. É uma luta em prol dos trabalhadores, justamente pensando não só no bem estar dos profissionais, mas também nas melhorias ao público”, pontuou.  

Com os bancos em greve, muitas pessoas têm recorrido às casas lotéricas como única alternativa para manter as contas em dia, no entanto, muitos estabelecimentos apresentam limites de pagamento, o que acaba prejudicando os consumidores.

“A recomendação nossa é que esses clientes entrem em contato com a empresa ou operadora de serviço para que emitam boletos com valores menores que compensem o quantitativo total da conta em questão. Eles precisam providenciar isso, até porque o cliente não tem culpa por essa situação”, frisou Adalto Andrade.  (M.L)