Polícia

Viciado de 19 anos confessa ter matado dois idosos em 24 horas

Preso em flagrante, acusado confessou friamente como matou os dois idosos, um na tarde de domingo e outro na madrugada de terça-feira

O jovem de 19 anos, Anderson da Silva Sousa, conhecido no mundo do tráfico como “Noinha”, foi preso numa operação conjunta entre a Polícia Militar e agentes da Delegacia-Geral de Homicídios (DGH) da Polícia Civil, na tarde desta quarta-feira, 21. Ele é acusado de ter matado dois idosos, a sangue frio, num espaço de 24 horas, um na noite de domingo, 18, no bairro Senador Hélio Campos, e outro na madrugada do dia 21, terça-feira, no bairro Dr. Sílvio Botelho, ambos na zona Oeste.

No primeiro caso, o comerciante Raimundo Vieira, de 80 anos, estava sozinho no bar, onde também morava com a esposa, quando o acusado chegou e pediu comida. Quando o idoso negou, no mesmo instante foi agredido por Anderson. Ao confessar o crime, disse não ter se arrependido.

“Na hora que estava passando o jogo, eu passei no bar e tinha fome, por isso pedi um prato de comida. Ele disse que ‘não tinha comida para noiado’ e falou para eu ir embora. Na hora, só tinha nós dois no bar e aquilo subiu pra minha cabeça. Eu já estava muito louco e entrei no bar, enforquei e matei ele. A mulher dele estava dormindo, mas eu não fiz nada com ela porque não foi ela quem me negou”, relatou o acusado.

Depois de ter cometido o crime, Anderson disse que ainda pegou cigarro e refrigerante que estavam à venda no bar. “É por isso que não me arrependo. Ele negou um prato de comida para mim e eu matei mesmo”, insistiu, ao narrar o fato com frieza.

No segundo caso, que ocorreu no Silvio Botelho, o acusado disse que pulou para o quintal da vítima e, como sabia que o idoso de 85 anos morava sozinho, abriu a porta com uma chave e encontrou o aposentado José Sousa Neto dormindo. “Eu acordei ele e pedi o dinheiro. Ele falou que não tinha e eu dei uma terçadada na cabeça dele. Perguntei de novo pelo dinheiro, aí ele disse que não tinha e eu falei que então ele iria morrer. Matei ele enforcado, mas me arrependo de ter matado. Foi efeito da droga. Agora é só pagar o que estou devendo”, narrou Anderson da Silva.

Depois de descrever os dois assassinatos a sangue frio, o acusado citou um trecho da música “Vida Loka”, do grupo Racionais Mc’s: “Vamos brindar o dia de hoje, porque o dia de amanhã, só pertence a Deus”. Ele será conduzido para a Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, onde vai cumprir pena pelos latrocínios, que é o roubo seguido de morte. (J.B)

 

Polícia Civil dá detalhes de como chegou à autoria dos assassinatos

O delegado Paulo Migliorin, titular da Delegacia-Geral de Homicídios (DGH), recebeu a imprensa, na tarde de ontem, a fim de esclarecer as mortes e como as investigações apontaram Anderson da Silva Sousa como autor dos crimes.

“Tudo começou quando descobriram o corpo da segunda vítima. Logo a equipe já saiu em campo realizando diligências”, disse, ao frisar que começaram as ligações para o celular da DGH informando quem seria o autor. “Então, começamos a confirmar essas denúncias e realizar diligências. Desde ontem dando continuidade, fomos conferindo alguns endereços e conseguimos localizar o autor. De imediato, ele confessou a autoria e também foi reconhecido no primeiro caso, o qual também confessou”.

O acusado foi preso em flagrante pelo homicídio qualificado de ontem, após ser encontrado dormindo nos fundos de uma residência do bairro Pintolândia, na zona Oeste. “Ele é acusado de dois homicídios, um no bar, que ocorreu no dia 18 de outubro à tarde, quando ele ‘gravateou’ o dono do bar, enrolou um fio no pescoço e o enforcou. De lá, ele roubou cigarro, pen drive e refrigerantes. O outro homicídio, pelo qual ele está sendo flagranteado, foi na madrugada de segunda para terça-feira. O corpo foi descoberto no período da tarde do dia 21”, descreveu o delegado.

A Polícia Civil informou que, no segundo homicídio, Anderson invadiu a residência da vítima, conseguindo ter acesso ao interior do imóvel, depois de ter a chave do cadeado em suas mãos. “Ele desferiu um golpe de terçado na cabeça da vítima e depois enforcou a vítima que, enquanto tentava se soltar, deu três estocadas de terçado no peito da vítima. Após estar sem vida, ele desmontou a casa do idoso procurando dinheiro, quando localizou R$ 700,00”, acrescentou Paulo Migliorin.

O acusado disse aos policiais que passou toda a terça-feira fazendo uso de entorpecentes. Enquanto o delinquente usufruía as drogas compradas com o dinheiro de uma das vítimas, as diligências estavam acontecendo, sem haver sequer substituição da equipe de investigadores.

O delegado da DGH afirmou que o flagrante está relacionado ao segundo caso pelo artigo 157 do Código Penal Brasileiro, que é matar para roubar, configurando crime de latrocínio. “Ele sabia que a vítima tinha dinheiro. Quando pediu dinheiro à vítima e ela disse que não tinha, ele falou: ‘Então tu vai morrer’. Matou a sangue frio. É um rapaz perigoso, já foi conduzido este ano duas vezes, uma por furto de um celular e outra por um roubo de uma motocicleta. Ele está sendo flagranteado porque desde o momento que descobrimos o corpo, as diligências foram ininterruptas”, frisou Migliorin.

Os agentes da Polícia Civil auxiliados pela PM fizeram o cerco e prenderam o acusado após terem recebido a denúncia de que estava no bairro Pintolândia. Não houve resistência porque os policiais não deram tempo para uma reação. O delegado esclareceu que as lesões que Anderson apresenta não são oriundas da prisão, mas de uma vítima do roubo de uma motocicleta, dias atrás. “Ele tentou roubar uma motocicleta e foi agredido pelo proprietário do veículo e pelas pessoas que presenciaram o fato”, pontuou o delegado. (J.B)