Bom dia,

O Brasil até criou uma lei – a Lei de Acesso à Informação – como objetivo de dar cumprimento constitucional ao princípio da transparência que se deve exigir dos atos públicos. Apesar disso, o poder público brasileiro, em todos os seus níveis de governo e poderes, prima por esconder do público a maioria de seus atos, decisões e condutas como se o interesse social não tivesse a menor importância. E tudo resulta, quase sempre, do desinteresse da própria população em acompanhar o que fazem os agentes públicos, mesmo em relação a assuntos e fatos que aparentemente estejam no rol de prioridades comuns a todos.

É exemplo típico do que estamos falando o caso da construção do Linhão de Tucuruí. Se o leitor/leitora se der ao trabalho de perguntar às pessoas que moram em Roraima se querem a construção desta obra, seguramente a imensa maioria diria que ela é fundamental para o futuro do estado. Mas quantas estão acompanhando, ou tentam se informar, sobre a questão. As poucas que se interessam são barradas nos órgãos que teriam obrigação de informar à população sobre o andamento das providências necessárias para o início efetivo das obras. Os órgãos públicos envolvidos fazem absoluta questão de trabalhar na penumbra, como se fosse necessário manter o sigilo sobre fatos que são absolutamente do interesse público.

E por que fazem assim? Pela simples razão de que a construção e a colocação em operação do Linhão de Tucuruí contrariam interesses econômicos e políticos poderosíssimos. E não sairão sem pressão popular. Tem muita gente que ganha montanhas de dinheiro sem a energia vinda de Guri (Venezuela) ou de Tucuruí (Pará). São centenas de milhões de reais que pararão de entrar nos cofres governamentais, de empresas e, seguramente, de alguns políticos malandros que se beneficiam, faz muito tempo, desse caos energético vigente no estado. Entendeu, caro leitor, o porquê dessas instituições não informarem à população sobre o Linhão de Tucuruí?

CONCORDAM

Ainda sobre a questão da construção do Linhão de Tucuruí. Fonte da Parabólica, com bastante acesso às lideranças dos índios Waimiri-Atroari, garante que aqueles indígenas, já faz bastante tempo, concordam com a construção do Linhão, nos termos da Convenção 169/OIT. A mesma fonte garante que o Plano Ambiental Básico (PAB) apresentado pelo Consórcio TNE já foi traduzido para o idioma Wamiri-Atroari e avaliado em reuniões com as diversas comunidades que o aprovaram. Os Waimiri-Atroari querem apenas uma compensação financeira que, comparada aos recursos envolvidos em toda a operação, não passa de uma merreca.

ESPINHA

Você pode até discordar de muita coisa que o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PSL), falou no discurso de abertura dos trabalhos na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que começou ontem, terça-feira (24.09), em Nova Iorque. O que é certo, no entanto, é que ele não aceitou verga-se (quebrar a espinha) frente à enorme pressão do aparato ambientalista internacional que queria ouvir o mesmo discurso feito por presidentes brasileiros que o antecederam, que foram àquela assembleia geral falar exatamente de um Brasil submisso aos interesses internacionais sobre a Amazônia, especialmente sobre a soberania nacional.

MUDANÇA

Outro ponto a ser destacado no discurso de Bolsonaro, e que parece ser um recado curto e grosso para o conjunto de países que compõem a ONU, faz referência à questão ideológica. Bolsonaro disse claramente que o povo brasileiro elegeu, na eleição de 2018, um presidente da República de direita, conservador nos costumes, liberal em matéria econômica, eque olha muito mais para seus interesses estratégicos do que para o que do Brasil querem as forças internacionais do ambientalismo radical e do governo mundial, objetivos tão caros aos dirigentes da ONU para os países de fraca soberania.

CRISE

Eles, os dirigentes,dissimulam, mas é impossível esconder a existência de uma crise de afirmação dos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) no Brasil. E essa crise está muito longe de acabar. Enquanto durar,vai empurrando para frente decisões que são importantes para o conjunto da sociedade brasileira, como, por exemplo, as reformas da previdência e tributária. E eles enfrentam suas brigas sem qualquer preocupação com o que pensa a população brasileira sobre o fato, por exemplo, de adiamento da votação da reforma da previdência por conta da vingança dos senadores porque o ministro do Supremo, Luis Roberto Barroso, mandou a Polícia Federal fazer busca e apreensão no gabinete do senador pernambucano Fernando Bezerra (MDB).

POR RORAIMA

A Polícia Federal de Fortaleza prendeu o colombiano Guillermo Amaya Ñungo, de 55 anos, considerado um dos chefes do narcotráfico mais procurados do mundo, principalmente pela Colômbia e pelos Estados Unidos. Ele é ex-guerrilheiro das FARCs (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), e apontado como chefe de uma organização criminosa especializada no tráfico internacional de drogas. “El Patron”, como é mais conhecido, ainda teria contato com grupos de guerrilha. Ele morava com a família (esposa e duas filhas) no Ceará e, segundo a PF, o colombiano entrou a pé no Brasil pelo município de Pacaraima, na fronteira do Estado de Roraima com a Venezuela, com identidade falsa.

LIMITE

Os vereadores de Boa Vista aprovaram Projeto de Lei de autoria do vice-presidente da Casa, o vereador Júlio Medeiros, estabelecendo limites e critérios para os gastos com a contratação de serviços de propaganda e publicidade pelo Poder Executivo Municipal de Boa Vista. O limite ficou estipulado em 0,7% da receita corrente,líquida, e a medida passa a valer a partir em 1º de janeiro de 2021, data de início de um novo mandato no executivo municipal.O Projeto de Lei 315/2018 recebeu 10 votos favoráveis, uma abstenção e um contrário. Falta agora o veto ou a sanção da atual prefeita.