Bom dia,
A Parabólica antecipou. Fosse qual fosse a forma, ou o conteúdo, os adversários de Jair Bolsonaro (PSL) iriam tentar desqualificar seu discurso na abertura dos trabalhos da assembleia-geral anual da Organização das Nações Unidas (ONU). E não erramos, a pauleira bateu de Norte a Sul; Leste a Oeste; no Brasil; e no exterior. Os adjetivos atenderam todos os gostos: de tosco a agressivo; passando por mentiroso, impreciso e exagerado. Os críticos e adversários foram esmiuçar os números – e eles foram muitos – para tentarem provar que Bolsonaro é um presidente despreparado e isolacionista, incapaz de governar o Brasil.
Já dissemos daqui e voltamos a repetir: ninguém é obrigado a concordar com tudo que Bolsonaro diz e faz, mas é preciso reconhecer certos aspectos de sua fala perante a assembleia-geral da ONU, que o diferenciam de todos os seus últimos antecessores. E vamos começar pelo final, quando o presidente brasileiro, já no encerramento de seu discurso, disse em alto e bom som que a ONU é uma organização de nações, e não pode ser uma instituição fomentadora de um governo mundial. Nunca um chefe de Estado havia sido tão direto contra essa postura daquela organização que trabalha pelo enfraquecimento explícito de países com deficit de soberania, ou seja, dos países mais pobres.
Bolsonaro foi também “grosseiro” quando disse em alto e bom som que o Brasil não renuncia à soberania absoluta – e não relativisa – sobre a parcela da Amazônia que fica em seu território, com limites pacificados faz mais de dois séculos. E o presidente brasileiro lembrou que figuras da vida brasileira, como o cacique Raoni Metuktire, vêm sendo utilizadas por governos estrangeiros para questionar a soberania brasileira sobre a Amazônia. Nada contra aquele cacique do Xingu, mas isso vem sendo feito faz décadas. Por fim, Bolsonaro disse claramente que seu governo terá preocupações com a questão ambiental na Amazônia, mas que isso tem de ter compatibilidade com o desenvolvimento sustentável.
Ah, sim! Nunca o discurso de um presidente brasileiro foi aguardado com tanta expectativa, e mereceu atenção, como o de Bolsonaro. Nem o de Fernando Henrique Cardoso – e seu refinado conceito de intelectual de escola – e nem o de Lula – paparicado pela esquerda mundial – tiveram igual audiência.
CARGOS
O governador Antonio Denarium (PSL) mandou mensagem na tarde de ontem, quarta-feira (25.09), à Assembleia Legislativa do Estado (ALE), pedindo para criar 54 cargos comissionados no âmbito da Secretaria Estadual de Infraestrutura (Seinf), ao custo mensal de R$ 273.364, 63 (duzentos e setenta e três mil, trezentos e sessenta e quatro reais e sessenta e três centavos), ou anual de R$ 3.553.740,19 (três milhões, quinhentos e cinquenta e três mil, setecentos e quarenta reais e dezenove centavos). Faz pouco menos de uma semana, o Ministério Público do Trabalho e o Ministério Público do Estado (MPE) entraram com uma ação judicial contra o governo estadual por achar exagerado o número de servidores em cargos comissionados na estrutura de pessoal do governo. Pelo que parece, não surtiu efeito. Nem sequer de inibição da prática.
PRÓXIMO
Sobre o Projeto de Lei de autoria do vereador Júlio César, que limita em 0,5% das receitas correntes do município as despesas com propaganda e publicidade pela Prefeitura de Boa Vista, publicada em nota na edição de ontem, da Parabólica, recebemos a contribuição de um leitor que transcrevemos: “A validade da lei só começa no mandato do novo, ou nova, prefeita. E como naquela Câmara de Vereadores só é aprovada matéria que o Executivo quer, eu tenho cá minhas dúvidas se a aprovação dessa lei não teve inspiração no interior do Palácio 9 de Julho. A aprovação foi quase por unanimidade e isso reforça minhas desconfianças. O novo gestor terá pouca grana para mostrar seu trabalho, o que pode favorecer a imagem da atual prefeita quando ela sair”. Está feito o registro.
AUSÊNCIA
Jornalistas que cobrem os trabalhos na Assembleia Legislativa do Estado (ALE) dizem que um deputado estadual está ausente do plenário, e mesmo das comissões; faz mais de três meses. Segundo um desses jornalistas virou rotina esse parlamentar encaminhar justificativa por escrito para a Mesa Diretora da ALE sobre a ausência, o que resulta sempre em aceitação da falta. Até quando?
VOLTOU
Faz quase três semanas que o Diário Oficial do Estado (DOE) publicou decreto assinado pelo governador do estado, Antonio Denarium, exonerando Luiza Maura da Secretaria-Adjunta da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). Ontem, fontes da Parabólica, de dentro do Palácio Senador Hélio Campos, garantiram que Denarium voltou atrás e já assinou novo decreto reconduzindo Luiza Maura ao posto, do qual fora sacada. Ela assinou, na semana passada, a ficha de filiação do Solidariedade – do presidente da ALE, Jalser Renier – pelo qual deverá ser candidata à prefeita do município de Baliza, no Sul do estado.
COMO ENTENDER?
Os senadores Chico Rodrigues (Democratas) e Mecias de Jesus (Republicanos) são considerados fiéis apoiadores do governo de Jair Bolsonaro no Senado Federal. Já o senador Telmário Mota (PROS) é considerado, no mínimo, como independente em relação ao Palácio do Planalto. Pois bem. Na votação de ontem, quarta-feira, quando o Senado Federal apreciou os vetos do presidente Jair Bolsonaro à Lei de Abuso de Autoridade, Chico Rodrigues – reconhecido como fiel escudeiro dos militares – e Mecias de Jesus votaram pela derrubada da maioria dos vetos; enquanto Telmário Mota votou com o governo na manutenção dos vetos. Dá para entender?