Cotidiano

Nasa confirma maior seca da história

Devido ao El Niño, as temperaturas em Roraima poderão chegar, com facilidade, a graus acima dos 40

O fenômeno El Niño provocará, este ano, o aumento drástico das temperaturas em Roraima. De acordo com a Agência Espacial Norte-Americana (Nasa, na sigla em inglês), o período de 2015/2016 irá se equiparar ao de 1997/1998, considerada a época mais quente da história. Na média, as temperaturas no Estado poderão chegar, com facilidade, a graus acima dos 40.

O meteorologista da Fundação Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh), Ramon Alves, disse que para os próximos meses, de acordo com as análises de dados observacionais e prognósticos de modelos numéricos, o indicativo é de que as águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial manterão o padrão de aquecimento nas regiões do El Niño.

“A alteração na circulação atmosférica permanecerá modulando o clima em Roraima com os seguintes impactos para o trimestre de outubro, novembro e dezembro de 2015: precipitação abaixo dos padrões climatológicos e temperaturas acima dos padrões climatológicos da região”, destacou.

Ele ressaltou que esse será, possivelmente, o período mais seco e rigoroso já sofrido no Estado em decorrência do fenômeno. “Isso ocorre devido à continuação de um El Niño com muita intensidade desde o início do ano”, frisou.  

Para o especialista, grande parte da causa do fenômeno é de responsabilidade do ser humano.  “Ainda existe uma grande discussão em relação às mudanças climáticas em nível mundial, mas a maioria dos especialistas acorda que o microclima local sofre alterações devido à ganância do ser humano”, disse.

Alves atribui, entre as causas da intensidade do El Niño, o intenso desmatamento e a agressão ao meio ambiente. Ele considerou que para ajudar a reduzir os efeitos causados, as pessoas, principalmente empresas e governos, precisam realizar ações de combates e reposição de áreas desmatadas.

“Enquanto não houver punição ou conscientização desse pessoal, o nosso caminho será inevitavelmente cada vez mais sofrer com as diversas situações climáticas que venham a ocorrer; e não haverá Deus que possa reverter a destruição que nós, seres humanos, estamos provocando”, disse.

“A grande pergunta é: o que estamos fazendo para minimizar os efeitos colaterais desse fenômeno? A resposta é curta e simples: Nada! Não estamos fazendo nada! Pelo contrário! Estamos destruindo cada vez mais. Parece discurso piegas, ultrapassado, mas é a realidade. É muito cômodo, para nós culparmos esse ou aquele evento atmosférico, fugindo assim de nossa inteira responsabilidade”, complementou.