Parte dos familiares de detentos da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), que saíram às pressas enquanto faziam visitas, relatou que o clima era de pânico e relataram agressões nas dependências do presídio. Até o final da tarde, muitas pessoas permaneceram lá para obter informações a respeito dos detentos.
“Nós ouvimos tiros que, mesmo sendo de borracha, como disseram, machuca. Enquanto a gente não tiver a certeza de que não houve feridos, vamos ficar aqui, porque se foi meu esposo, eu quero acompanhar até o hospital e saber o que aconteceu”, comentou uma das visitantes.
A mãe de um presidiário disse que saiu rapidamente assim que os policiais e agentes comunicaram que todos deveriam se retirar. “Saí olhando para meu filho e vi uma cena triste, que foi alguns presos ajoelhados e os policiais batendo neles. Uma amiga minha que estava saindo foi agredida com um tapa no rosto, mas não sei quem foi o agressor, e ouvimos dois tiros. Estou aflita e ninguém apareceu para acalmar a gente”, disse.
De acordo com as pessoas que aguardavam notícias dos parentes que estão no presídio, todos tiveram que se refugiar dentro da igreja enquanto o esvaziamento da Pamc acontecia. “Inclusive, quem levou a gente para um lugar seguro foram os próprios presos, nossos maridos e filhos. Dentre os que estavam com a gente, podemos destacar os idosos e grávidas que sequer tiveram a possibilidade de correr, por isso foi melhor procurar um local onde ninguém estivesse exposto, enquanto ouvíamos gritos da confusão”, declarou.
Familiares disseram que doze presos ficaram próximos à grade da unidade prisional e os policiais bateram nos detentos. “Nós vimos isso. Na hora, estávamos saindo. Nós ligamos para a imprensa assim que começou, porque ela é o nosso refúgio nessas horas. Não fomos respeitados”, frisou outra mulher.
PM – Conforme o comandante da Polícia Militar, a visita teve que ser interrompida por conta da identificação do túnel e da ação que o policiamento teve que realizar. “Não houve tiros. Estou aqui desde as 11h da manhã e não ouvi isso. Não houve feridos. Não houve rebelião, somente a descoberta do túnel, que era uma tentativa de fuga”, frisou o coronel. (J.B)