SE OBRIGUE A SER FELIZ Paulo Nicholas*
Certa vez ouvi um conto árabe em que um Senhor, para testar o caráter de seu empregado, decidiu lhe doar uma fortuna de 99 moedas de ouro juntamente com um bilhete em que dizia: Querido amigo, como forma de agradecer a uma vida dedicada a me servir, deixo-lhe neste saco uma fortuna de 100 moedas de ouro para gozares a vida.
O servo conferiu as moedas e, ao ver que havia apenas 99 moedas, ficou tomado pela raiva e pela frustração e passou o resto da vida infeliz em seu castelo, rodeado de riquezas, mas infeliz porque nunca descobriu que havia lhe roubado aquela moeda de ouro.
Será que não somos iguais?
Nunca entendi direito isso: Essa nossa facilidade de ficar triste, de encontrar um motivo para focar a infelicidade quando temos tantos outros a comemorar. Tem gente rica que é triste, gente que é triste estando com o amor de sua vida do lado, gente triste com filhos criados e encaminhados, gente saudável na velhice…, porém triste.
Tendemos a nos esquecer de nossas alegrias e nossas conquistas, e nos concentrar em nossas frustrações e a pôr nelas a culpa por uma infelicidade que, na verdade, é nossa porque simplesmente queremos. Parece ser uma coisa nata do ser humano, como diria Kafka em sua metamorfose: De repente, um dia, nos achamos tão insignificantes e infelizes que percebemos que viramos uma barata. Um ser desprezível.
Podemos ouvir dezenas de elogios, mas se dentre eles tiver uma crítica, nos apegamos a ela como um afogado na boia de salvação e tendemos a ficar com ela, abraçados, remoendo a crítica e ruminando uma infelicidade tremenda.
Sabendo que isso é, no mínimo, uma tendência da psique humana, temos que ter a responsabilidade e a obrigação de sermos felizes. Veja, você está lendo este artigo porque, na pior das hipóteses: Sabe e pode ler, goza de boa saúde mental, tem um tempo livre para se dedicar à leitura e gosta de cultura. Será que isso já não é motivo suficiente para ser feliz?
Entenda que “ter problemas” é uma característica da existência. Como diz meu pai: Problemas, ah os problemas! Todo mundo os tem. E sempre. Como lidar com eles é que vai definir como será a sua vida.
É uma opção de vida, ou nos agarramos àquela moeda de ouro faltante e seguimos na infelicidade diária, ou usufruímos das 99 que temos, olhando os motivos para ser felizes e, num exercício mental, nos obrigamos a isso.
Está cansado, estressado, endividado, traído, decepcionado? Olhe para o outro lado, veja o que construiu e realizou, pense nos momentos bons que já passou e se imponha à felicidade. Todos os dias e todas as horas siga o fluxo da vida e se obrigue a ser feliz!
*Advogado e escritor @pnicholas
Tempo de maior reflexão
Vera Sábio*
Todos os dias são oportunidades de recomeçar, refletir sobre o ontem, fazer melhor no presente e planejar o futuro. Mas mesmo assim, muitos deixam rolar o ano a solta e nesta época param para pensar como foi e como poderá ser o ano que vai chegar.
Porém é em cada dia que acontece os anos, em cada momento que se faz os minutos, que se deixa para trás o que passou e por mais que pensamos no futuro, só conseguimos viver o agora.
A vida permite com que as coisas aconteçam como elas são e ainda que em todo final de ano paremos para refletir sobre o que passou e como tudo poderia ser melhor. É só no hoje que conseguimos mudar nossa história.
Sei que muitos já ouviram isso, porém os erros teimam em se repetir, já que ainda temos como costume achar que algo não deu certo porque outras pessoas não fizeram certo e com isso, dificilmente fazemos a nossa parte.
A culpa é dos corruptos; mas às vezes não somos honestos nas pequenas coisas.
A culpa é da educação, mas às vezes não somos educados ou não educamos aqueles que estão sobre nossa responsabilidade.
A culpa é da falta de saúde pública, porém a saúde doméstica nem sempre acontece como deveria. Pois nem sempre temos uma alimentação saudável, não dormimos direito, não praticamos exercícios físicos e não temos bom humor.
As igrejas estão desorientadas, mas nem sempre orientamos com prudência, com limites e com verdade, nem nós e nem aqueles que por eles somos responsáveis.
Há pouca fé e, no entanto, a fé depende de nós mesmos e não está na placa de nenhuma denominação religiosa.
Há pouca solidariedade, mas somos nós que precisamos esvaziar os armários e o coração para acolher o próximo e sermos solidários.
Há pouco amor, no entanto guardamos raivas e temos ódio, somos egoístas e muitas vezes incapazes de reconhecer nossas falhas e pedir perdão, ou perdoar.
Enfim, tudo de bom o ruim que acontece, precisa partir de nós, sem a demagogia de que somos só uma gota, afinal é de gota em gota que a chuva renasce a terra seca.
Assim desejo que neste natal e durante o próximo ano, estejamos cheios de boas ideias e principalmente de verdadeiras ações de fraternidade e paz, colocando em nós a responsabilidade por um mundo melhor.
Jesus sempre renasce a cada nascer do sol, a cada pingo de chuva, a cada sorriso de uma criança, a cada gesto de bondade e a cada sinal de paz. Por isso, somos nós quem precisamos abrir a vida para que sejamos o local adequado para que Jesus nos transforme em seres humanos mais humanos e mais gratos, a tantas bênçãos que o universo nos oferece. A fim de concretizá-las e sermos felizes.
*Psicóloga, Palestrante, Escritora, Servidora Pública, esposa, mãe e cega com grande visão interna adquira meu livro Enxergando o Sucesso com as Mãos pelo cel. 95 991687731 blog. enxergandocomosdedos.blogspot.com.br
Menos antibióticos para alimentar o futuro com segurança
Stefan Mihailov*
As infecções resistentes aos medicamentos antimicrobianos crescem em um ritmo alarmante em todo o planeta. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 700 mil pessoas morrem todos os anos devido a bactérias resistentes. Se o cenário não mudar, até 2050 cerca de 10 milhões de pessoas terão morrido devido à resistência aos antibióticos, superando as mortes por câncer, de 8 milhões de pessoas.
Essa realidade é devastadora e ocorre devido a uma série de fatores. As bactérias têm a capacidade de trocar informações genéticas entre si, sem a necessidade de reprodução. Do outro lado, o uso de antibióticos é essencial para proteger a saúde humana e animal, pois são os únicos medicamentos capazes de tratar as infecções de origem bacteriana, destruindo as paredes desses micro-organismos.
É indiscutível que, desde a penicilina, em meados do século passado, os antibióticos transformaram a medicina (humana e veterinária), contribuindo para o aumento da expectativa de vida das pessoas, além de proporcionar animais mais saudáveis e produtivos – cujas proteínas aliment
am o mundo.
Também é importante destacar que os antimicrobianos têm sido utilizados como aditivos melhoradores de desempenho na cadeia da produção animal durante esse mesmo tempo, dando sua contribuição para o aumento da oferta de carnes, leite e ovos.
A atenção deve estar no seu uso indiscriminado, que os tornam cada vez mais ineficazes para o tratamento de enfermidades. Esse fenômeno, aliás, ameaça o controle de doenças animais em todo o mundo.
Pesquisas demonstram que a estratégia integrada nas granjas, com o uso racional de antibióticos e das alternativas já disponíveis, possibilita a obtenção de altos índices de sanidade e produtividade, sem explosão de custos. Os ácidos orgânicos estão entre as principais alternativas para melhorar a saúde intestinal de aves e suínos, com reflexos em melhor resposta imune dos animais.
A saúde animal migra cada vez mais a prevenção, beneficiando a produção e na redução de custos para tratamento dos animais.
Importante esclarecer que a legislação brasileira ainda não restringe o uso de antimicrobianos na produção animal. Em outras regiões, como a União Europeia, o uso de antibióticos como promotor de crescimento é proibido, sendo permitido apenas em sua forma terapêutica.
Reduzir o uso de antibióticos de forma gradativa é a melhor forma de os produtos de origem animal atenderem às exigências do mercado em termos de segurança alimentar, sem contar a confiança dos consumidores – estes cada vez mais exigentes e com fácil acesso à informação.
O Brasil, como fornecedor mundial de alimentos de origem animal, tem de liderar esse movimento.
*Presidente da Trouw Nutrition para América Latina
Esculpindo a vida
Afonso Rodrigues de Oliveira*
“A arte da vida é fazer da vida uma obra de arte.” (Gandhi)
Seja o artista. E comece cedo. E mesmo que você já tenha ultrapassado o período inicial para o trabalho, não se apoquente. Vá em frente. Em cada momento de sua vida há sempre algo que lhe chama a atenção para como devemos viver. Ou mesmo para como deveríamos ter vivido o passado. E tudo que foi vivido pode e deve servir de exemplo. Fiquei muitos minutos, ainda há pouco, com o Alexandre, ali na varanda, vendo as crianças brincarem nos balanços, escorregadores e escadas. Diverti-me tanto quanto as crianças. Mesmo porque, pela manhã, assisti a um pouco de um programa televisivo onde um especialista falava sobre a importância das brincadeiras e brinquedos para as crianças. Mas, mesmo parecendo chato, vou mais além. A importância não está só para a criança, mas para o mundo em que ela irá viver.
Divirta-se com seu filho enquanto ele é criança. O resultado disso você vai desfrutar quando ele for adulto. E ele, com certeza, será um adulto feliz nas lembranças simples da infância. Mas deixe seu filho se expandir nas brincadeiras. Sua atenção deve ser constante, mas sem protecionismo. As quedas, escorregões e mais travessuras fazem parte do amadurecimento precoce. E isso é muito importante, tanto para quem cresce como para quem acompanhou o crescimento. Leve isso em consideração quando estiver se divertindo com seu filho.
Uma coisa importante observei nos comportamentos dos pais, avôs e avós enquanto as crianças brincavam. Muito dos cuidadores brincavam com as crianças. Fiquei olhando um empresário brincando com os filhos durante o expediente no comércio. Ele corria em volta dos brinquedos, como uma criança. Os filhos divertiam-se numa correria animada. Depois de muito tempo eles pararam, saíram, entraram no carro e se foram. Enquanto isso, outros pais e mais ficavam sentados nos bancos digitando nos celulares, enquanto as crianças brincavam. Uma porção de exemplos que devem ser levados em consideração, uma vez que a atenção dos que estavam ali era exatamente no divertimento das crianças. Simples pra Dedéu, mas muito importante, se se considerar que estávamos numa quarta-feira.
Dê mais de você ao seu filho. E no que você lhe dá na formação dele não lhe custa nada e retribui com a alegria em fazer a coisa certa. E não pense que a importância nesse comportamento não tem importância. Você está dando a seu filho o que ele necessita para ser feliz com lembranças no futuro. Construa a arte da sua vida com o material da felicidade na família. E ser feliz é fazer os outros se sentirem felizes. Pense nisso.
*Articulista [email protected] 99121-1460