ROLE COM OS SOCOS Paulo Nicholas*
Há uma expressão comum no boxe: “rolar com os socos”. Diz-se isso para que o lutador possa suavizar ou desviar ataques recebidos. Tomar socos é um fato inerente à luta, logo, o melhor a fazer é aceitar o fato que eles acontecerão e encontrar uma forma de amortizar estes impactos. É uma filosofia também adotada no judô, que diz algo como que uma árvore rígida quebra os galhos com as intempéries enquanto a flexível se enverga e sobrevive intacta.
Trazendo para o nosso mundo, “Rolar com os socos” se refere a como você pode lidar com os socos metafóricos que tomamos na vida real! Situações difíceis, imprevistos e o modo com que devemos receber e apenas lidar com elas. Muito mais fácil falar do que fazer!
Você acabou de levar um golpe, um revés, um fracasso. Ninguém gosta disso. Ainda pior: aconteceu na frente de um grupo. Eles viram você em um momento ruim; a vergonha simplesmente suga seu ego e te deixa do tamanho de um botão.
Uma hora como esta nunca parece ser um bom momento para tentar a sua sorte novamente, para continuar focado num objetivo. Mas então você se lembra que você tem que rolar com os socos. Este termo é um farol de luz no meio de pensamentos nublados e depreciativos.
Você não pode deixar que uma falha te defina e te derrube. Em vez de se deixar nocautear com o golpe e ficar para baixo, no chão esperando a contagem, você vira o ombro, muda sua compreensão e sua abordagem…
… e você rola, levanta e bate de volta!
Claro! Existem maneiras de reagir a uma situação difícil que não seja deitar na cama e ficar chorando em posição fetal. O problema é a mudança de atitude diante da vida. Não escrevo isso da boca pra fora. Por várias oportunidades a vida me pregou peças e eu tive que aprender a rolar com os socos ao invés de sentar e chorar.
A dificuldade existe porque envolve uma mudança de mentalidade, abraçar novos pensamentos. E isso se torna mais uma dificuldade do que uma solução, diante de quem já se encontra numa situação difícil. Mas a longo prazo, se torna mais uma solução, ou um escudo emocional que nos deixa mais maduros para encarar os futuros problemas.
Encare o fato de que problemas são uma parte importante da vida. É o que nos torna mais fortes e constrói o caráter, mas ser capaz de lidar efetivamente com os problemas é a parte mais difícil do processo de crescimento. Sentimentos de derrota e frustração fazem com que seu ânimo seja abalado e isso definitivamente não faz bem nem para você nem para quem está perto.
Então, coloque os problemas em perspectiva, aprenda com eles e não repita o mesmo erro. Role com os socos!
*Advogado e escritor @pnicholas
Semana do Natal Dolane Patrícia*
A semana do Natal é uma semana especial onde geralmente as pessoas estão mais felizes, e é notório que a euforia pela compra de presentes e preparação para a ceia nos faz muitas vezes esquecer o verdadeiro significado do Natal: O nascimento de Jesus que veio nos dar um exemplo de simplicidade e da maior de todas as certezas: As pessoas são mais importantes do que as coisas.
Nesse sentido, é hora de refletir sobre alguns pontos importantes existentes dentro de nós mesmo.
Qual seria então o verdadeiro presente? O melhor presente que daríamos a nós mesmos primeiramente e depois devolvê-lo aos outros. Posso começar falando da própria maneira de pensar sobre si mesmo e de sermos agradecidos pelo que temos ao invés de reclamarmos pelo que não temos.
Afinal, o que realmente é mais importante? Ser feliz, ou fazer alguém feliz? Dar ou receber presentes?
Levar através de palavras uma visão mais otimista da vida é um grande privilégio. Este não é um artigo jurídico, mas é Natal! Momento perfeito para descobrirmos que Deus já nos deu o melhor presente: A vida!
Então, nessa data tão especial, vamos refletir juntos nas palavras de otimismo que ouvimos primeiramente de Deus quando declama através do salmista Davi, uma das mais belas frases de otimismo: “Mil cairão ao seu lado, e dez mil a tua direita, mas tu não serás atingido!”
Já li que “ninguém pode brilhar no palco do mundo se não brilhar no palco da sua inteligência.” É uma frase do escritor Augusto Cury, que também traz outras importantes colocações sobre a importância de sermos autores de nossa própria história e que as nossas escolhas, na verdade, é que determinam o nosso destino.
Ele traz em seu livro SEJA LIDER DE SI MESMO, uma visão de otimismo que emociona. Sei que existem pessoas nessa época de ano, que refletem sobre sua vida toda, como se fosse um filme. Gostaria que hoje, neste dia especial, refletíssemos juntos nas palavras do autor, no momento em que peço licença para deixar para você não minhas palavras agora, mas palavras que li e que jamais esquecerei:
“Certa vez, você passeava tranquilamente pelas avenidas da vida. De repente, resolveu entrar num teatro. Ficou fascinado com sua beleza e arquitetura. O público, pouco a pouco, o lotou. Você iria assistir à peça mais importante da sua vida.
De repente, as cortinas se abriram, seu coração palpitou. Os atores eram de primeiro time. A peça logo de início o cativou. O ator principal representava a biografia de um personagem magnífico. Era inteligente, sutil, fino, corajoso. Você se encantou com o personagem e com o desempenho do ator principal. A peça continuou. O personagem tornou-se mais atraente. Mostrava gentileza com as crianças, amabilidade com os idosos e sensibilidade com os amigos. Contemplava flores, tinha tempo para as pequenas coisas. Você suspirava, identificava-se com ele. Queria aplaudi-lo, mas se continha.
Ao mesmo tempo que era afetivo e sensível, vivia a vida com aventura. Era ousado, tinha grandes metas e grandes sonhos. Esse personagem era tudo que você sempre quis ser. Você se apaixonou por ele. Por isso, num golpe de coragem, ficou de pé e o aplaudiu calorosamente. Todos o acompanharam. O teatro vibrou. O ator principal ficou deslumbrado. De repente, uma surpresa. Enquanto os aplausos cessavam, duas pessoas entraram no palco, interrompendo subitamente a peça. Desenrolaram uma faixa na frente dos atores. Você ficou pasmado! A faixa revelava o nome do personagem cuja biografia estava sendo encenada. Talvez estivessem homenageando uma pessoa importante do passado, você refletiu. Mas se surpreendeu…
Ao desenrolarem a faixa, você quase desmaiou na cadeira. Na faixa constava seu nome! Assombrado, esfregou os olhos e beliscou os braços para verificar se não estava sonhando. “Não é possível!”, você dizia. Nesse momento, o público inteiro se levantou, o focalizou e o aplaudiu prolongadamente. No palco, os atores também o ovacionaram. Você não sabia o que fazer. Sua emoção estava arrebatada, não conseguia reagir de tanta alegria. Então, descobriu que, quando se apaixonara pelo personagem, você se apaixonara por si mesmo. Não sabia que tinha uma autoestima tão borbulhante. Você chorou…
Passado o êxtase, você ficou de pé, deu largos sorrisos para a plateia e distribuiu muitos acenos. De repente, outra grande surpresa. Ao percorrer a
plateia com os olhos, descobre que ela é constituída por pessoas que passaram pela sua vida.
Lá estavam seus amigos de infância. Você marcou a vida deles, por isso eles estavam lá o prestigiando e torcendo por você. Na plateia também estavam os queridos professores. Alguns ensinaram você a pegar no lápis, outros a entender os números e ainda outros a não temer a vida. Seus colegas de trabalho mais íntimos também estavam lá. E você pensava que eles não se importavam com você.
Lá se encontravam ainda todos os membros da sua família, dos mais íntimos aos mais distantes. Todos acreditavam em você, o amavam profundamente.
Você nunca imaginou que era tão especial e querido. Sentiu-se a pessoa mais realizada e importante do mundo. Sentiu que era valorizado como ser humano. Então você abaixou a cabeça e agradeceu a todos. O palco era seu. O teatro se tornou sua casa. Neste momento, alguém lhe passou um microfone. Todos silenciaram. Esperavam suas palavras. Emocionado e sincero, você disse que não entendia o que estava acontecendo. Tudo parecia um sonho maravilhoso.
Agradeceu a homenagem e disse humildemente que não merecia tanto carinho. Mais aplausos, mais lágrimas. Você agradeceu aos atores. Fixou os olhos no ator principal, sentiu que tinha algo em comum com ele. Disse-lhe: “Muito obrigado, você é demais!”. E falou para a plateia: “Construí amigos, enfrentei derrotas, venci obstáculos, bati na porta da vida e disse-lhe: não tenho medo de vivê-la!”.
O livro Seja Lider de Si Mesmo nos obriga a fazer uma viagem dentro de nossa própria história. Se descobrirmos nossa real identidade e deixar Jesus nascer todos os dias dentro do nosso coração, para sempre será Natal e seremos felizes em todas as épocas no ano!
*Advogada, Juíza Arbitral, apresentadora de TV, escritora, Mestre em Desenvolvimento Regional da Amazônia, Pós Graduada em Direito Processual Civil e Pós Graduanda em Direito de Família. WhatsApp: 9111-3740. Acesse: dolanepatricia.com.br
POLÍCIA X POLÍCIA VETO AO PSEUDO ALTRUÍSMO
Luis Cláudio de Jesus Silva*
Nossa sociedade tem assistido o embate entre delegados e demais categorias de servidores da polícia civil de Roraima. O imbróglio foi motivado pela aprovação de projeto de lei que prevê um aumento de mais de 47% para delegados, e que aguarda a sanção ou veto do Poder Executivo. Primeiro convém analisar as contradições entre o discurso e a prática com que o chefe do executivo conduz o Estado. O mesmo governador que pede a população que tenha paciência diante da paralisia geral que tomou conta da gestão, que alega uma suposta e interminável crise financeira como justificativa para negar direitos aos servidores, que ignora a greve legítima dos profissionais da saúde, que não paga a reposição inflacionária, progressões, plantões e diárias a várias categorias, é o mesmo que envia para o Poder Legislativo um projeto de lei com um reajuste que foge completamente da realidade de arrocho fiscal por que passa todo o país. No mínimo, essa atitude é uma afronta não só aos servidores, mas a toda a sociedade roraimense.
O projeto de lei em debate passou como um cometa na Assembleia Legislativa. Chegou de manhã e no final do mesmo dia já havia tramitado em todas as comissões e sido aprovado em primeiro e segundo turnos. Ao registrar que os agentes de polícia tem representante no parlamento, fico sem entender onde estava o nobre parlamentar que deixou tudo isso acontecer sem nenhuma resistência e, até este momento, sem qualquer ação, manifestação ou justificativa. Espero que os agentes, seus eleitores, já tenham essas respostas. O que fica é a impressão que a representação dos delegados no parlamento, mais uma vez, foi mais eficiente nas articulações. Quando um parlamentar é eleito por uma categoria, jamais deveria se apresentar como imparcial, isento ou independente, pois se espera que tenha um lado e a este seja sempre fiel.
Infelizmente, os delegados ao tentarem convencer a sociedade de que o projeto não traz nenhum aumento em seus vencimentos, zombam da nossa inteligência e tentam se pintar com as tintas do desapego, do desprendimento, da desambição, buscando se camuflarem como altruístas. Fala sério! Na verdade, o que se tenta aprovar é um verdadeiro golpe nas contas públicas. Os pseudoaltruístas querem fazer crer que não se trata de aumento e sim de um ajuste que irá trazer economia para as finanças públicas. Só não informam que, ao agregar os valores de plantões (horas extras e adicionais noturnos), auxílio alimentação e outros penduricalhos, passarão a receber tudo isso em forma de subsídio e que, no final das contas, quando se aposentarem transferiram a soma dessa conta para o Instituto de Previdência do Estado (IPERR). Também não explicam que, os plantões continuaram ocorrendo e que por força da legislação federal devem ser remunerados. Ou seja, num futuro bem próximo, estarão brigando para voltar a receber tanto pelos plantões quanto pelos demais benefícios que hoje tentam agregar. O “desapego” de hoje é apenas a cortina de fumaça para tentar esconder as estratégias de amanhã.
Nunca devemos esquecer que, os “altruístas” de hoje, formam o mesmo grupelho que em dezembro de 2013, foram acusados de usar o Programa Guardião para promover escuta ilegal de autoridades e chantagear governador e deputados para aprovarem o projeto de lei que lhes garantiu promoção na carreira. Se esse foi o convencimento usado no passado, imaginem qual foi o argumento (chantagem) para convencer o governador e os deputados de hoje.
Por fim, não sou contra que se valorizem o mérito e remunerem bem qualquer servidor que demostre compromisso com o Estado e a sociedade, só não concordo com o jogo sujo e o falseamento da verdade. Nossa sociedade não precisa desse tipo de desapego, não queremos que os senhores delegados abram mão de nenhum benefício, não desejamos o sacrifício de ninguém, não precisamos suspeitar de chantagem, não desejamos que essa briga continue e não precisamos de um governo fraco que se deixa chantagear. Já basta as máscaras que caíram, já basta de desrespeito a sociedade e aos direitos dos servidores públicos. Senhor governador, ainda dá tempo de pensar mais no Estado e menos em grupos de falsos altruístas, não se renda as chantagens de abandono de cargos ou qualquer outra, venha de que lado vier, se não for assim, será sempre vítima destas chantagens. Diante de tantas discussões, tantas resistências, mais prudente seria invocar o brocado jurídico in dubio pro societate, vetando logo esse projeto e, enfim, começando a governar para todos.
*Professor universitário, Doutor em Administração. [email protected]
É um barulho chato
Afonso Rodrigues de Oliveira*
“Pessoas sem sonho nem objetivos queixam-se muito do barulho que a sorte faz quando bate à sua porta.” (André Blanchard)
As pessoas negativas estão sempre irritadas. São pessimistas, negativas e, via de regra, antipáticas. Nas Relações Humanas, no trabalho, aprendemos como lidar com pessoas negativas. Aprendemos que devemos respeitá-las, mas nunca familiarizar-se. E familiarizar-se, aqui no caso, significa juntar-se na convivência. Você não deve deixar de cumprimentar o vizinho em quem você não confia. O que não deve é aliar-se a ele, até mesmo as convers
as. Cumprimentei muito, muitos moradores de rua, ali na Praça da Sé, mas nunca parei para uma conversinha. Mas os cumprimentos eram sinceros e cordiais. E me sentia feliz quando eles me cumprimentavam com respeito.
Os pessimistas não têm sonhos, claro. E quem não tem sonho não tem objetivo. E não precisa ser morador de rua para viver em contato com a derrota. Ser feliz é viver em paz consigo mesmo. É prestar atenção às coisas mais simples à sua volta. Porque é assim que você mantém a porta aberta para quando a sorte chegar. Mas não fique esperando-a a todo momento. Ela chega sempre na hora certa. O importante é que você esteja preparado para a chegada. Procure sempre ver o lado iluminado. Por que ficar perdendo tempo procurando vultos na escuridão? E a vida é uma escuridão para os que não sabem viver. Toda a felicidade está em você.
“O reino de Deus está dentro de nós.” E se é assim, por que ficar perdendo tempo com coisas que não vêm do reino de Deus? É o mesmo que você jogar para o lixo o melhor que você tem dentro de você e está lhe incomodando. É quando você começa a se aborrecer quando ouve a batida na porta e nem se dá conta que pode ser a sorte. E olha que isso é mais comum do que você imagina. E na medida em que a coisa vai se avolumando você vai ficando mais pessimista, derrotista, antipático. É quando ninguém concorda mais com você, porque você não concorda mais com ninguém. Aí o namoro se acaba, o emprego fica insuportável e o casamento vai pro brejo. E quem você culpa pela desordem? Da sorte, claro.
Respire, cara. Olhe-se no seu espelho interior. Ele vai lhe mostrar no que você está transformado. Mas tem que saber se mirar. Não são as rugas que devem preocupá-lo, mas o que você vai ver no seu íntimo. O remédio está no seu interior, na sua mente. Use-a como um meio de comunicação entre você e seu subconsciente. Mande seu recado para ele, mas diga-lhe apenas o que você quer, e nunca o que você não quer. Porque é aí que você vai encontrar a chave para abrir a porta para a sorte. Pense nisso.
*Articulista [email protected] 99121-1460