Bom dia,
É claro, Roraima não é uma ilha isolada do Brasil, mesmo que sejamos um único estado brasileiro sem estar conectado ao sistema nacional de energia elétrica. O que acontece no país quase sempre repercute por aqui, mesmo que com algum atraso, natural numa realidade refratária como a nossa. É preciso ler assim, desta forma três indicadores mostrados ultimamente sobre o cenário estadual: a queda nos índices de homicídios; a retomada de geração de emprego formais; e o otimismo dos empresários relativamente ao futuro próximo do estado. São realmente boas notícias que devem servir para nos animar.
De qualquer forma, é preciso evitar o aproveitamento desse cenário relativamente animador para imaginar que o estado começa realmente a andar rumo ao desenvolvimento. Todos esses indicadores vieram de fora para dentro, ou seja, são reflexos do que está acontecendo no Brasil que apresentou o mesmo cenário criado por algumas medidas tomadas pelo governo Bolsonaro, entre as quais a aprovação de Reforma da Previdência, a redução da taxa de juros da economia e a política de endurecimento do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro.
Outro cuidado que se deve ter quando se lê esses resultados projetados sobre a realidade roraimense é a distorção causada pela leitura dos resultados relativos. É quase natural que o reflexo do que acontece no Brasil, projetado para Roraima, tenda a ser “proporcionalmente” muito maior por conta de pequena base de referência. Para entender melhor o que estamos dizendo é que uma variação, por exemplo, de 2 para 4 é, do ponto de vista relativo, uma expansão de 100%. Já outra variação de 2.000 para 3.000, representa, relativamente, apenas 50%. Devagar, portanto, porque o andor é de barro.
ESCLARECIMENTO
Ontem, comentamos aqui sobre a narrativa do vereador Linoberg Almeida (REDE), fruto de uma visita sua à comunidade indígena do Darôra, na Terra Indígena São Marcos. O vereador criticou da vagareza, de erros, e da má qualidade do material utilizado na construção de uma escola municipal de ensino fundamental. A obra teria como fonte de financiamento recursos federais. Sobre isso, a Secretaria de Comunicação Social da Prefeitura de Boa Vista (PMBV) encaminhou nota de esclarecimento à Parabólica informando que a obra está sendo financiada com recursos próprios do município.
EXPANSÃO
Na mesma Nota de Esclarecimento encaminhada pela Secretaria de Comunicação da PMBV à Coluna, dando conta de que a escola que está sendo construída na comunidade indígena do Darôra é financiada com recursos próprios do município, a prefeitura informa que desde 2013 já foram construídas 35 novas escolas e reconstruídas 30, todas bem equipadas e com merenda escolar de boa qualidade. Está feito o registro.
BRONCA
Ainda sobre a Prefeitura Municipal de Boa Vista. Fontes da Parabólica dizem que a equipe da prefeita Teresa Surita (MDB) anda muito bronqueada com a Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (CAER). É que muitas ruas e avenidas recém asfaltadas pela PMBV ficam cheias de buracos feitos pela CAER para colocação de redes d’água e de esgoto. Segundo estimativa das equipes do município, esses buracos causam um prejuízo equivalente a R$ 100 mil por dia para repará-los.
OBRIGAÇÃO
Embora a CAER seja uma empresa de propriedade do governo estadual, ele é, na verdade, uma concessionária da Prefeitura Municipal de Boa Vista, em virtude da responsabilidade constitucional pela prestação de fornecimento d’água e de esgoto ser dos municípios brasileiros. Em 2000, o então prefeito de Boa Vista, Ottomar Pinto, decidiu conceder à CAER a concessão para a exploração de água e esgoto, e dentre as regras da concessão está a obrigação de companhia estadual de fazer a recomposição asfáltica de todas as ruas e avenidas afetadas por obras de águas e esgotos. A atual administração da PMBV está disposta a cobrar os termos contratuais para evitar transtornos à população boa-vistense.
RÁPIDAS
A esquerda roraimense anda bastante cautelosa para definir sua estratégia para disputar a Prefeitura Municipal de Boa Vista. Nomes como o do vereador Linoberg Almeida (REDE) e Fábio Almeida (PSOL) quando inquiridos preferem deixar que os dirigentes de seus partidos se manifestem. ### Caminha também envolta em mistério a candidatura de quem vai representar o grupo político da prefeita Teresa Surita (MDB) –tida por muitos como a grande eleitora – para a PMBV nas próximas eleições de outubro. ### Apesar de muitos observadores políticos apostarem não existir interesse de Teresa Surita de fazer seu sucessor, correligionários dela garantem que o nome vai ser anunciado no momento próprio, e será uma candidatura para vencer. ### Apesar das ações do Exército Brasileiro terem se intensificado nos últimos dias, continuam os voos de teco-teco saindo do interior do estado rumo aos garimpos ilegais em Terras Indígenas. ### Aliás, experiente parlamentar federal ouvido pela Parabólica garante que é quase nula a possibilidade de o governo fazer o Congresso Nacional aprovar lei permitindo garimpagem em Terras Indígenas.