Bom dia,
O anúncio de que o governo da China cumpriu o prazo prometido de 10 dias para construir um hospital de 25 mil metros quadrados e mil leitos, só para tratar dos contaminados com o novo coronavírus, dá uma boa ideia de como estamos muito longe de competir com os chineses. Para atingir essa meta, o governo daquele país asiático utilizou cem tratores e cerca de mil operários e engenheiros, que se revezavam em dois turnos de trabalho. E tem mais! Como julgaram que a construção dessa unidade hospitalar seria insuficiente dada a dimensão que tomou a propagação de endemia, outro hospital ainda maior já está sendo construído em prazo semelhante ao primeiro.
Para se ter uma pálida ideia da cavalar diferença entre nossas autoridades brasileiras e as chinesas, basta tomar como exemplo a construção, aqui em Boa Vista, de um anexo ao Hospital Geral de Roraima (HGR), com menos de duzentos leitos. A obra iniciada em 2012 – quase nove anos depois, ao custo inicial de R$ 38 milhões, ainda não tem prazo de conclusão definido e vai precisar de aditivos que elevarão o custo em mais alguns milhões. Sejam quais forem as justificativas para explicar essa demora escandalosa, ela é um atestado inquestionável da incompetência e da impunidade que é a marca registrada na administração pública brasileira.
SALÁRIOS
Ontem, em entrevista ao programa Agenda da Semana, da Rádio Folha FM 100.3, o desembargador Mozarildo Monteiro Cavalcanti, presidente do Tribunal de Justiça do estado, fez uma revelação, que parece não ser do conhecimento de muita gente. Segundo o desembargador, os salários dos magistrados brasileiros ocupam hoje, em valor, a quinta posição entre as remunerações da carreira jurídica no Brasil. Ele assegura que em virtude disso, tem caído o interesse dos jovens em prestar concurso para juízes, preferindo, por exemplo, a de procuradores de muitos estados.
VISITA
Aliás, o desembargador Mozarildo Cavalcanti visitará hoje, na companhia do coordenador da Operação Acolhida, o general Antônio Manoel de Barros, a cidade de Pacaraima. Eles vão concretizar as ações de uma parceria entre o Tribunal de Justiça e a Operação Acolhida para facilitar e aligeirar a emissão de documentos de acompanhamento de menores imigrantes, que terão esse tipo de documento – que é de competência da Justiça estadual – expedido antes de virem para Boa Vista ou seguirem para outros estados através da interiorização. Embora o Tribunal de Justiça ainda esteja construindo um prédio onde funcionará esse serviço, as ações nesse sentido começarão já agora através da utilização de espaços cedidos pela Operação Acolhida, naquela cidade fronteiriça.
CENÁRIO 1
Pré-candidato à Prefeitura de Boa Vista (PMBV) pelo Republicanos, na próxima eleição de outubro, o secretário estadual de Planejamento e Desenvolvimento, Marcos Jorge de Lima, mandou levantar alguns dados sobre o cenário possível que poderá ser enfrentado pelo próximo administrador. E dentre os componentes mais preocupantes deste cenário está o recebimento das cotas do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que vêm sendo repassado desde à PMBV desde 2014 – por conta de uma decisão liminar da justiça federal local – em valores bem superiores àqueles definidos tecnicamente pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
CENÁRIO 2
Caso esta decisão liminar da justiça federal local seja reformada pelo Tribunal Regional Federal, da 1ª Região (TRF-01), que é uma hipótese possível, a queda dos repasses de FPM será para a PMBV será desastrosa. Para se ter uma ideia do tamanho da queda, se for tomada a situação deste ano de 2020, os totais de repasse previstos para o corrente exercício, se mantida a liminar é de R$ 405,5 milhões. Se reformada a sentença, este repasse desaba para 231,5 milhões, um tombo cavalar de R$ 174 milhões, que não será fácil para manter a PMBV funcionando regularmente. É um desafio, sem qualquer sombra de dúvida, muito grande.
PRODUÇÃO MINERAL
Dados encaminhados a Parabólica pelo geólogo Salomão Cruz mostram que em 2019 o estado do Pará ocupa a primeira posição no ranking entre os estados brasileiros com maior produção mineral, com cerca de R$ 66,9 bilhões, produzidos ano passado; em segundo vem Minas Gerais, com R$ 58,2 bilhões. Roraima, com R$ 14,4 milhões ocupa o penúltimo lugar neste ranking, que tem o Acre como lanterninha com apenas R$ 6,3 milhões. É um cenário que parece contraditar os que falam pelos cotovelos, sem ouvir os técnicos, sobre o potencial mineral de Roraima.
BR-174
Como sempre faz, o ex-deputado federal Remídio Monai viajou para Manaus através da BR-174 e pode verificar que, nalguns trechos, a rodovia clama por ação imediata do Departamento Nacional de Infraestrutura (DNIT), sob pena de piorar sua trafegabilidade. Dentre outros trechos, um dos mais críticos é aquele que atravessa a Terra Indígena Wamiri-Atroari, que está tomado por buracos e com visibilidade comprometida por árvores que estreitam a estrada. Remídio diz que já ocorrerem vários acidentes naquele trecho.