Bom dia,
Parece que as autoridades estaduais finalmente decidiram acordar e, em conjunto, parar de ficar apenas reclamando da dissídia com que o governo federal vem tratando dos gravíssimos problemas trazidos pela imigração, especialmente a venezuelana, para o Brasil, através de Roraima. Sob provocação do Ministério Público Estadual, autoridades de setor estadual de segurança pública foram, ontem, terça-feira (11.02), a Pacaraima para ver de perto o agravamento da situação sócioeconômica naquela cidade fronteiriça, que levou a uma mobilização popular que fechou a BR-174 e o comércio local.
Como resultado da visita, ficou delineado um conjunto de ações pelos órgãos estaduais de segurança – polícia civil e polícia militar – para reprimir com mais vigor as ações criminosas de imigrantes venezuelanos e também de bandidos brasileiros que aproveitam da ocasião para igualmente praticar crimes. Já era hora de as autoridades locais saírem da zona de conforto, que é reclamar contra os resultados parciais da Operação Acolhida, e partir para a ação. É igualmente salutar que o Ministério Público Estadual seja o provocador desta reação. Talvez assim, fazendo sua parte, que as lideranças administrativas e políticas do estado tenham mais legitimadas as denúncias contra o descaso do governo federal para com a questão imigratória no estado.
SUA PARTE
Tomando como exemplo a decisão das autoridades de segurança do estado que foram à Pacaraima para agir com mais rigor contra a bandidagem que tomou conta de lá, a Prefeitura Municipal de Boa Vista (PMBV) bem que poderia sair do imobilismo com relação à presença dessas centenas de crianças imigrantes que são exibidas nos cruzamentos de quase todos os cruzamentos de ruas e avenidas importantes da cidade. É claro que não se está pedindo apenas medidas repressivas, mas qualquer estratégia que possa dar a essas crianças abrigo e alimentação adequados. A competência para tal é do governo municipal.
OPORTUNIDADE Se nada for mudado, Roraima será o primeiro estado visitado pelo vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), depois que foi indicado oficialmente, ontem, como presidente do conselho que vai definir as ações do governo federal para a Amazônia. Será uma oportunidade única para que o governador Antonio Denarium (sem partido) e as demais autoridades do estado, especialmente os parlamentares federais, possam mostrar a Mourão que não é possível mais à população roraimense aguentar os graves problemas trazidos pela imigração e pela garimpagem ilegal do estado. É bom receber com todo carinho o vice-presidente, mais deixar o puxa-saquismo de lado. AMAZÔNIA Em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) presidiu a cerimônia de assinatura de decreto de criação do Conselho Nacional da Amazônia. Na ocasião, o presidente falou que o objetivo da criação do Conselho era de criar propostas para preservar e desenvolver a região amazônica. E, de novo, falou de Roraima, citando que o estado “é praticamente tomado” pela demarcação indígena. “Deixo claro que ninguém é contra dar devida proteção e terra aos nossos irmãos índios. Mas da forma como foi feita, é um tanto quanto abusivo”, disse Bolsonaro. O presidente precisa passar da palavra à ação.
RÁPIDAS
Embora, faz muito tempo, o Supremo Tribunal Federal (STF) tenha suspendido a exigência do diploma para o exercício da profissão de jornalista, o cerimonial do Palácio do Planalto continua exigindo o registro profissional (DRT) para credenciar profissionais para fazer coberturas de visitas do presidente e do vice-presidente da República a estados. ### A Medida Provisória Nº 901, que trata da transferência das terras da União para os estados do Amapá e Roraima, é o segundo item na pauta de votação do Congresso Nacional. Segundo o deputado Édio Lopes (PL), que foi o relator na comissão mista, existe grande possibilidade de ser votada hoje, quarta-feira (12.02). ### “Ontem, atravessei a ponte do Rio Mucajaí e tive vontade de chorar quando vi a cor extremamente barrenta da água. Parei para olhar mais de perto e fiquei com a impressão ruim de que o rio está sendo destruído aos poucos diante da incapacidade do governo federal de coibir a garimpagem ilegal”. O desabafo é de um leitor da Parabólica. ### Quatorze ministros integram o Conselho Nacional da Amazônia. É tanta gente que o perigo de não funcionar é grande. ### O Banco da Amazônia vai bancar, através de empréstimo, com juros subsidiados, o projeto da usina termoelétrica Azulão-Jaguatirica, em Roraima. O valor do financiamento é de um bilhão, que será pago em mais de 16 anos. ### Segundo o presidente Jair Bolsonaro, quem começou a “indústria de demarcação” de terras indígenas na Amazônia foi o ex-presidente Collor de Mello, quando demarcou a Terra Indígena Yanomami, com mais de nove milhões de hectares em territórios dos estados de Roraima e Amazonas. ### Números ainda parciais que chegaram à Parabólica mostram que a arrecadação de ICMS que incide sobre combustível chegou perto de meio bilhão em 2019.