Faltando cinco dias para o fim da segunda etapa da campanha de vacinação dos rebanhos contra a febre aftosa, a Agência de Defesa Agropecuária do Estado de Roraima (Aderr) está otimista com a possível elevação do status de médio risco para livre de aftosa com vacina.
Em entrevista ao programa Agenda da Semana, da Rádio Folha AM 1020, o presidente da instituição, Vicente Barreto, informou que entre os dias 23 e 27 de novembro, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) irá realizar uma auditoria para averiguar se as metas foram cumpridas e se o Estado possui a estrutura necessária para combater a doença.
Segundo Barreto, um dos pré-requisitos para a mudança de status é a vacinação de 80% do rebanho. Ele frisou que até o momento a cobertura está baixa. Segundo o último levantamento, realizado no dia 15 de outubro, apenas 13,06% das 820 mil cabeças do Estado haviam sido imunizadas. “Estes números já eram esperados, pois os produtores sempre notificam a Aderr na última hora. Nesta segunda etapa da campanha, eles têm até o dia 15 de novembro para fazer isso”, disse.
Apesar do baixo número de notificações, o presidente da Aderr afirma que está otimista em relação ao cumprimento da meta. “Nós também temos controle sob a quantidade de vacinas vendidas. Até o momento, cerca de 50% das doses já foram comercializadas, ou seja, com apenas duas semanas de campanha, metade delas foram vendidas e os produtores têm até o dia 31 para comprar o restante”, explicou.
Barreto frisou que, durante a auditoria, o Mapa também irá verificar se a Aderr possui toda a estrutura necessária para combater a doença caso surja algum foco. “Desde o início do ano, estamos equipando a Agência para isso. Adquirimos novos computadores, mais carros para que os agentes possam atuar nas localidades mais distantes dos postos, entre outras melhorias”, pontuou.
A mudança de status pode contribuir para o desenvolvimento econômico do Estado. “Hoje, Roraima comercializa sua carne apenas para o Amazonas. Essa classificação é o termômetro que atesta a qualidade do nosso produto. Se conseguirmos mudar esse status, teremos a possibilidade de ampliar o mercado para o produto local e vender carne para outros estados e até mesmo para outros países”, pontuou.
VACINA – Em Roraima, cada dose está sendo vendida a R$ 1,90, em média. No mês de vacinação, todo criador de bovinos ou búfalos deve procurar uma loja de produtos agropecuários e comprar a dose contra febre aftosa para todos os seus animais, incluindo os bezerros, lembrando sempre de exigir a nota fiscal.
A vacina deve sair da loja sempre em um isopor com três partes de gelo para cada parte de vacina para garantir a conservação da vacina à temperatura ideal (2 a 8º C). Na propriedade, a vacina pode ser conservada na geladeira até o momento da aplicação, mas nunca na porta da geladeira, freezer ou congelador.
A pistola ou aparelho de vacinação e as agulhas devem ser esterilizadas em água fervente por no mínimo 15 minutos e a agulha deve ser trocada a cada dez aplicações. E deve haver disponível água fervente para lavagem das agulhas utilizadas para que elas possam ser reutilizadas.
Após vacinar o rebanho, o criador deve procurar um escritório da Aderr, com a nota fiscal da vacina, a ficha de Certificação de Vacinação Contra Febre Aftosa, o CPF do criador e a quantidade de animais.
PENALIDADES – O produtor que não vacinar o seu rebanho estará sujeito a multa de R$ 1.140 por propriedade, além de R$ 71,00 por animal não vacinado. Além destas penalidades, o proprietário fica impedido de solicitar uma Guia de Transporte Animal (GTA) e de vender o produto.
“Todos os produtores do Estado devem estar conscientes que estamos na reta final para tiramos o nosso Estado do risco de aftosa e essa campanha é fundamental para isso. É importante que todos vacinem os seus rebanhos”, destacou Barreto. (I.S)