Bom dia, 

Estamos iniciando mais uma semana, e o terceiro mês de 2020, ainda profundamente divididos enquanto sociedade. As redes sociais têm sido o palco de um debate cheio de ódio, onde a questão ideológica é apenas pano de fundo para a troca de ofensas que não obedecem a qualquer limite ético, chegando a atingir a honra e a vida íntima das pessoas. Os meios utilizados nessa guerra incruenta vão desde a distorção de fatos reais até mesmo à manipulação de notícias falsas, para atingir aqueles ou aquelas de quem discordamos. 

E nesse cenário de quase conflagração, quase ninguém tem proposta para fazer do Brasil uma pátria que comporte abrigar a todos independente de condição social e ideológica. As expectativas quanto ao crescimento econômico, e geração do emprego, que começaram relativamente cercadas de otimismo, entre o final do ano passado e início do atual, vão aos poucos sendo tomadas pelo pessimismo. Estamos assim: os admiradores do atual governo continuam com a catilinária de que a esquerda destruiu o Brasil, enquanto os críticos do governo Bolsonaro não reconhecem qualquer avanço do atual governo para corrigir os problemas estruturais brasileiros.

Mesmo que se reconheçam os sérios equívocos dos últimos governos, que foram tomados no âmbito de um populismo político viciador e destruidor do valor da meritocracia, é preciso reconhecer os acertos da política de inclusão de boa parte da população brasileira, cujos resultados são fundamentais, não só do ponto de vista social, mas, e fundamentalmente, como condução necessária para o crescimento econômico do país. E neste sentido, o atual governo precisa reconhecer que, se não houver o surgimento de um mercado interno menos anêmico, as medidas econômicas não surtirão os efeitos esperados.

De outro lado, é cegueira política não enxergar os esforços do atual governo no sentido de reduzir os gastos públicos, o que pode sinalizar com melhores condições de administrar a dívida pública, que hoje tangencia a 100% do Produto Interno Bruto da (PIB), algo em torno de R$ 4 trilhões. Também não é razoável ignorar os esforços do governo Bolsonaro no sentido de criar um ambiente mais favorável aos negócios no país, condição indispensável para gerar os milhões de brasileiros que formam o exército de quase trinta milhões de desempregados ou subempregados, que envergonham todos nós. 

ALARMISMO

O médico infectologista Mauro Assato, um dos mais respeitados de Roraima, foi entrevistado ontem, domingo (01.03), no programa Agenda da Semana, da Rádio Folha FM 100.3. Do alto de sua incontestável experiência, o médico diz que é preciso tomar algumas providências para agir, caso o novo Coronavírus chegue a Roraima, mas é igualmente importante que não se deixe criar um cenário de alarmismo desnecessário. Assato lembrou que mais que o Coronavírus, é preciso cuidar da Dengue, mais letal e com capacidade de contaminação maior. O médico está consciente de que o combate ao Coronavírus no estado precisa contar com apoio financeiro do governo federal.

GUERRA 1

E no final da semana foi grande o compartilhamento pelas redes sociais de uma troca de acusações entre a médica Eugênia Glaucy e a secretária estadual de Educação, Leila Perussolo. Amiga pessoal e correligionária do falecido ex-governador Anchieta Júnior – de quem foi secretária estadual –, a médica não gostou das críticas que a atual secretária de Educação fez sobre administrações passadas, insinuando, inclusive, que Glaucy fazia críticas ao governo de Antonio Denarium (sem partido) porque pretende ser candidata à Prefeitura de Boa Vista, nas eleições de outubro próximo.

GUERRA 2

Em resposta às críticas, a médica Eugênia Glaucy disse que a secretária de Educação Leila Perussolo não pode criticar as administrações passadas de Anchieta Júnior e de Suely Campos, como se fosse estranha a esses governos, uma vez que ela e suas irmãs ocuparam cargos estratégicos durante eles. A troca de farpas foi feita em redes privadas de Whats, tendo Eugênia Glaucy lembrado que a atual secretária de Educação fez campanha para Anchieta Júnior em 2014, quando o atual governador foi candidato a suplente na chapa da ex-senadora Marluce Pinto.

CIVILIDADE

Os brasileiros deviam tomar como exemplo a posse do presidente do Uruguai, Luís Lacalle Pou, ocorrida ontem, em Montevideo, com a presença do presidente Jair Bolsonaro. Ele recebeu o governo do esquerdista Tabaré Vasques, dentro de um clima de respeito mútuo, sob os aplausos dos uruguaios que querem o melhor para seu país, independente da orientação ideológica. Lacalle é de direita e a esquerda estava há mais de 14 anos governando o Uruguai.

DIFICILMENTE

E pouco provável que o deputado estadual Soldado Sampaio (PC do B) continue na liderança do governo na Assembleia Legislativa do Estado (ALE). Mesmo que o governador não tenha indicado outro nome para este posto, Sampaio diz que não desistirá de continuar a fazer oposição, no âmbito da ALE, ao presidente, deputado estadual Jalser Renier (Solidariedade), e ainda diz que cobrará do governo apoio mais incisivo à agricultura familiar e ao retorno de programas sociais.