Bom dia,

Os brasileiros, especialmente os roraimenses, continuam desfocados do que realmente é importante para nosso futuro. Exemplo? Ontem, segunda-feira (02.03), foram realizadas eleições presidenciais na República Cooperativista da Guiana. O atual presidente daquele país caribenho, David Granger, tenta a reeleição, mas tem candidatos de oposição muito fortes. O Brasil, ou melhor, o governo brasileiro, continua dando pouca importância às relações com a Guiana, talvez pela pouca expressividade do comércio bilateral entre os dois países. Por isso, é natural que o carioca, o paulista, o mineiro e os habitantes dos demais estados das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste não queiram saber de qualquer envolvimento com a República Cooperativista da Guiana.

Para nós, roraimenses, a história é diferente. Estamos umbilicalmente ligados à Guiana, que sem lugar a dúvida é a mais importante das alternativas de logística, tanto para nossas exportações quanto como alternativa para abastecer o estado de matérias-primas e insumos agrícolas. E a Guiana, na visão de muitos economistas, mais que dobrará sua renda per capita nos próximos 10 anos, por conta da exploração de petróleo em sua costa atlântica. Isso propiciará ao governo guianense condições econômicas para asfaltar o trecho da rodovia que liga Lethem à capital Georgetown, bem como a construção de um porto capaz de ancoragem de navios de médio e grande calado.

E por que devamos estar atentos ao que acontece no mundo político guianense? Pela simples razão de que é preciso torcer para que não aconteça à República Cooperativista da Guiana a chamada “maldição do ouro negro”, que pode ser entendida como a submissão dos interesses maiores de um país exportador de petróleo, ao poder da corrupção, o que impede que os benefícios da riqueza gerada pelas exportações possa se traduzir em elevação do nível de bem-estar da população. Por isso, devíamos prestar mais atenção ao que está acontecendo neste país vizinho e estratégico para Roraima.

TEMPO FECHADO

“Será a operação das operações”, foi com esta expressão que uma fonte da Parabólica informou da possibilidade de que ocorra, nos próximos dias, mais uma operação policial em Roraima. “O tempo vai fechar, minhas fontes garantem que não ficará pedra sobre pedra. As providências estão sendo tomadas para que as coisas não fiquem apenas nos bagrezinhos, mas que sejam fisgados peixes bem grandes”, complementa a fonte da Parabólica. Será?

LIDERANÇA

Os trabalhos na Assembleia Legislativa do Estado (ALE) começam de fato hoje, terça-feira (03.03). Existem vários vetos do governador Denarium (sem partido) que deverão ser incluídos e votados nas primeiras sessões, e até agora não foi indicado o novo, ou nova, líder do governo. Talvez que não haja pressa nesta indicação, porque a dinâmica da relação entre o Legislativo e o Executivo é tocada por iniciativas diretas de negociação entre o governador Denárium e o presidente da ALE, o deputado estadual Jalser Renier. Fonte da Parabólica disse ontem que os parlamentares estão apenas esperando um convite do governador para tratar do assunto.

REPOSIÇÃO

É natural que lobbies privados tenham influência em qualquer poder de uma república ou de um estado. Mas aqui em Roraima as coisas são muito escrachadas, mais do que o aceitável. Lembra, o leitor, daquela lei de reposição florestal aprovada na Assembleia Legislativa de Roraima para beneficiar apenas um reflorestador? Pois bem, os deputados prometeram que iriam modificá-la para beneficiar todos os extratos de produtores, mas o assunto nunca mais foi ventilado. É Roraima quem perde por conta dessa omissão.

RÁPIDAS

E a Organização para Cooperação para o Desenvolvimento Econômica (OCDE), que congrega os países mais desenvolvidos do mundo – o Brasil sonha dele participar –, reduziu em 0,5% as previsões de crescimento da economia planetária em 2020. A causa da redução é a ocorrência do novo Coronavírus que já está presente em 60 países. ### Faz quase um ano que o ex-deputado estadual Ionilson Sampaio está presidente interino da Fundação de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh) e, até ontem, seu nome ainda não estava em análise, como manda a Constituição Estadual, pela Assembleia Legislativa. ### Outro nome que ainda vai passar pelo crivo dos deputados estaduais é o da presidente da Junta Comercial do Estado, Mariana Poltronieri. Ano passado, os deputados recusaram seu nome para o mesmo cargo. ### E o julgamento das ações contra o governador Antonio Denarium e seu vice, Frutuoso Lins, acusado de abuso de poder econômico nas eleições de 2018, que tramitam no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), continuam sem data prevista para inclusão na pauta daquele colegiado. ### “Ainda não há qualquer indício sobre quem será o candidato do Palácio Senador Hélio Campos para disputar a eleição de prefeito de Boa Vista”. Quem deu essa informação foi um parlamentar da base de apoio do governo na Assembleia Legislativa.