Opinião

Opiniao 04 03 2020 9867

*E se fosse com você?*

Deputada Federal Shéridan de Oliveira

Assistindo recentemente a um programa de televisão, vi uma “disputa” entre homens e mulheres. Eles com suas “verdades” machistas e elas, por outro lado, unindo-se para se tornarem mais fortes. O mais engraçado é que tudo teria começado a partir de um suposto plano para atingir os relacionamentos das tidas como as mais populares da casa, para que assim, essas fossem enfraquecidas e perdessem sua popularidade. Para aquelas pessoas pouco importava quem iriam magoar, os parceiros, a família, amigos e etc.. Pouco importava tudo que aquelas meninas fizeram ou tiveram que abrir mão para alcançar os milhares de seguidores delas. O importante era O JOGO.

E como a vida imita a arte ou a arte imita a vida. Vamos aos fatos reais: Todos os dias sou bombardeada com uma série de postagens, sempre de uma única pessoa. Tenho até dificuldade para classificar este cidadão, porque acho até injusto chamá-lo de jornalista. Conheço a profissão de perto. Já tive que cobrir pautas, muitas vezes no calor ou na chuva, com salários muitas vezes não tão bons, mas sempre comprometida dignamente com a informação e com a veracidade, mantive meu compromisso com a boa comunicação. Conheço muitos profissionais dessa área que querem e acreditam que, através do bom jornalismo, podemos sim, fazer uma sociedade mais justa. Por isso tenho dificuldade para nominar este senhor. É apenas uma pessoa que dissemina de forma irresponsável mentiras nas redes sociais e que traduz a prática do comércio de “informações”, se aproveitando do jornalismo para obter vantagens pessoais. O famoso: paga bem que falo bem, e se não pagar falo mal. Inclusive, como este senhor bem sabe, já tive o desprazer de receber sua oferta de “propostas de parcerias” na condição de financiar seus luxos e outras coisas mais. Porém, recusei e recusaria mil vezes. Não por ser puritana, longe disso, mas por pautar minha vida pelo respeito e pelo compromisso com o que acredito. E eu acredito no jornalismo de verdade, ainda sou das pessoas que não consegue conviver ou sorrir para quem não gosto, ou para aqueles que lutam contra tudo que acredito. Sou verdadeira!

Não vou me dar ao trabalho de pontuar as sandices e insinuações que você escreve. Suas declarações machistas não atingem só a mim, mas a todas as mulheres que todos os dias tentam reconstruir suas vidas, após uma perda ou uma separação.

Não cabe mais em mundo politizado, onde as pessoas buscam por mais igualdade e, sobretudo, mais respeito às suas escolhas, comentários pequenos e machistas como os seus.

O mais impressionante é que não atacam minha atuação parlamentar, mas a minha vida pessoal. Não criticam minha postura enquanto deputada, mas preocupam-se em atacar minha família. Por quê? Será por que, diferente de muitos, tenho uma história política coerente? Não vivo mudando de lado? Já fui muito prejudicada por ter uma postura única, mas não me rendo às ameaças, chantagens, pressões e nem tampouco ao modelo de conveniência tal qual muitos, inclusive o senhor, vivem?

Os que financiam o “trabalho” deste homem e, certamente, o pautam para tentar desconstruir minha imagem, já estiveram ao meu lado e ao lado do meu grupo político. Já nos traíram! Mas não fomos os únicos, fizeram isso com todos os outros grupos políticos também. Instalando a mesma e única história que têm, a de oportunismo e traição. Afinal, como diz aquela fábula do escorpião e do sapo: É da natureza deles!

Todo ano eleitoral eles fazem isso. Usam as mesmas pessoas para o jogo baixo e ardiloso. Atacam aquilo que mais fere e sabem que, no meu caso, é a minha família. Mas o que esperar de pessoas que não têm o menor respeito pela família deles, se são capazes de envolver filhos em negócios que sabem que podem ser investigados? Se são capazes de conviver, mesmo se odiando, por interesses políticos, serão capazes de pagar, e pagar caro, para quem se dispõe a fazer essas manobras mentirosas.

Não se engane achando que publicações torpes e maliciosas intimidarão a mim ou minha candidatura. Pelo contrário, elas apenas confirmam que nós, mulheres, precisamos cada vez mais ocupar espaço de fala e de poder para confrontar esse machismo sórdido que insiste em tentar nos calar, intimidar e tolir.

Respeite minha história, minha família, meus eleitores e a folha de serviços prestados ao meu Estado e minha gente. Essa manobra política com fatos da minha vida privada não são novidade, porém não interessam ao senhor nem a ninguém. Essa falta de críticas ao meu mandato parlamentar, que é inteiramente dedicado ao povo de Roraima, apenas demonstra o jogo desprezível destes praticantes da velha política.

Sou uma Deputada Federal em seu segundo mandato, a mais votada da história do meu Estado e já eleita como uma das mais atuantes do país e, como todos sabem, em minha cidade lidero pesquisas em vários cenários eleitorais para o pleito da prefeitura de Boa Vista, que ocorrerá este ano. O que, certamente, explica esses ataques infundados.

No mais, gostaria que respeitassem, ao menos uma vez, minha vida íntima. Me respeite como mulher, respeite minha família e quem faz parte dela! Seja decente e honre inclusive suas filhas. Lute por uma sociedade que também as preserve e as respeite. Lembre-se que elas são tão vulneráveis quanto eu a esse mundo de cultura misógina que vítima, humilha e atinge a vida de mulheres todos os dias.

Concluo com uma reflexão que cabe a todos que tiverem acesso a esta carta: será que os aspectos da vida privada de um homem seriam postos ou sensacionalizados na mesma régua com que fazem a todas nós, mulheres?

A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER! Dolane Patrícia*

É impressionante o aumento da violência contra a mulher em todo país, e em Roraima não é diferente. Alguns homicídios simplesmente chocam pelo requinte de crueldade. Uma mulher de 22 anos foi encontrada morta em seu apartamento, deixando uma filha de cinco meses de idade; o marido a matou e se suicidou depois.

Não é fácil falar sobre isso, mas é necessário!

Vários Estados da Federação estão desenvolvendo projetos para o combate da violência contra a mulher, até porque, o número de mulheres mortas com requinte de crueldade tem aumentado em todo país.

Segundo a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), cerca de 2 milhões de mulheres são espancadas por ano no Brasil, o que equivale a 15 mulheres por segundo. Mas ela lembra que esse número pode ser bem maior, pois a maioria dos casos de espancamentos não é levada às autoridades e não consta das estatísticas.

Em 1994, o Brasil assinou o documento da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher, também conhecida como Convenção de Belém do Pará. Este documento define o que é violência contra a mulher, além de explicar as formas que essa violência pode assumir e os lugares onde pode se manifestar. Foi com base nesta Convenção que a definição de violência contra a mulher constante na Lei Maria da Penha foi escrita.

O caso nº 12.051/OEA, de Maria da Penha Maia Fernandes, foi o caso homenagem à lei 11.340. Ela foi espancada de forma brutal e violenta diariamente pelo marido durante seis anos de casament
o. Em 1983, por duas vezes, ele tentou assassiná-la, tamanho o ciúme doentio que ele sentia. Na primeira vez, com arma de fogo, deixando-a paraplégica, e na segunda, por eletrocussão e afogamento. 

Após essa tentativa de homicídio ela tomou coragem e o denunciou. O marido de Maria da Penha só foi punido depois de 19 anos de julgamento e ficou apenas dois anos em regime fechado, para revolta de Maria com o poder público. A lei entrou em vigor no dia 22 de setembro de 2006, e já no dia seguinte o primeiro agressor foi preso, no Rio de Janeiro, após tentar estrangular a ex-esposa.

Anos atrás, em Fortaleza, o corpo de uma mulher queimada pelo marido foi enterrado no Cemitério do Iguape, em Aquiraz, Região Metropolitana. De acordo com a Polícia, João Lopes Filho, 42, teria jogado combustível em sua ex-esposa e ateado fogo.

O Tribunal de Justiça do Tocantins chegou a sediar o seminário de lançamento da campanha Compromisso e Atitude pela Lei Maria da Penha: a Lei é mais Forte. Fruto de parceria entre o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) e o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), a campanha fomentou o combate à violência doméstica no Brasil. Uma das ações visa sensibilizar magistrados de todo o País para que tribunais do júri priorizem o julgamento dos processos criminais que envolvem assassinatos de mulheres.

A Lei nº 11.340/2006, Lei Maria da Penha, alterou o Código Penal Brasileiro e possibilitou que agressores de mulheres, no âmbito doméstico ou familiar, sejam presos em flagrante ou tenham sua prisão preventiva decretada. Essa legislação define que são formas de violência doméstica e familiar contra a mulher todas as agressões de caráteres físico, psicológico, sexual, patrimonial e moral.

Segundo a ONU, “Cerca de 70% das mulheres sofrem algum tipo de violência no decorrer de sua vida. As mulheres de 15 a 44 anos correm mais risco de sofrer estupro e violência doméstica do que de câncer, acidentes de carro, guerra e malária, de acordo com dados do Banco Mundial.”

A forma mais comum de violência experimentada pelas mulheres em todo o mundo é a violência física praticada por um parceiro íntimo, em que as mulheres são surradas, forçadas a manter relações sexuais ou abusadas de outro modo.

Um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS), realizado em 11 países, constatou que a porcentagem de mulheres submetidas à violência sexual por um parceiro íntimo varia de 6%, no Japão, a 59%, na Etiópia. Diversas pesquisas mundiais apontam que metade de todas as mulheres vítimas de homicídio é morta pelo marido ou parceiro, atual ou anterior.

Precisa matar? Não seria melhor seguir a vida? É como diz uma publicação muito compartilhada no facebook:

 “Lindo é quando um pássaro pousa ao seu lado, podendo voar, quando, mesmo sabendo que existem outros ninhos e que pode procurar, resolve ficar.”

 É o que todos nós devemos pensar. Tirar a vida? Espancar? Queimar? Esfaquear? Só vai causar mais feridas, às vezes no coração de pessoas que não têm nenhuma culpa, como no caso da criança de cinco meses que foi deixada órfã em razão da morte brutal da sua mãe pelo seu amante.

“Quem bate na mulher, machuca a família inteira!”

*Advogada, juíza arbitral, apresentadora de TV, colunista, mestre em desenvolvimento da Amazônia, pós-graduada em direito da família e direito processual civil. Acesse o site dolanepatricia.com.br e baixe o aplicativo Dolane Patrícia.

Somos os filhos

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Filhos são como flores que a gente vai colhendo pelos jardins da vida. Meus filhos, como certas flores, são bonitos e perfumados.” (Leide Moreira)

Na verdade, quando construímos uma família calcada no amor não podemos deixar de sentir saudade. Não importa qual a distância na separação. O importante é que haja amor. E é aí que a saudade, bate sem sentimentalismo. Quem não sente saudade é porque não foi feliz. Estou com saudade dos meus filhos. E de todo o conjunto familiar que eles constroem na vida construída com amor. É muito gostoso sentir saudade, quando ela é construída como resultado da construção no amor. Simples pra dedéu. 

Quando se ama, não se separa. As distâncias nada significam, porque não são maiores do que a presença, na saudade. Lembra-se de que já lhe falei do pensamento do Laudo Natel? “Saudade é a presença da ausência.” Então vamos viver os momentos de saudade como se estivéssemos revivendo o passado. O Bob Marley também manda esse recado lindão: “Saudade é um sentimento que quando não cabe no coração escorrega pelos olhos.” E quem não sentiu vontade de chorar ao sentir saudade, sobretudo dos filhos? Viva cada segundo dos seus momentos de saudade. Sinta-se feliz, em vez de triste. Se lacrimejar sinta no escorregar da lágrima, a presença da felicidade passada, que retorna.

Ame cada momento de sua vida, para que você possa relembrá-lo no futuro, como se estivesse vivendo o passado. Por isso procure viver cada momento do dia de hoje, para que possa vivê-lo no pensamento, no futuro, como saudade. E não confunda saudade com lembranças. A saudade está no cadinho da felicidade. Então vamos ser felizes para que possamos sentir saudade do que vivemos. E a felicidade está dentro de cada um de nós. O importante é que a valorizemos para que ela apareça-nos a cada momento dos nossos dias. Não perca seu tempo com coisas ou momentos que não possam lhe trazer saudade ano futuro.

“A neve e as tempestades matam as flores, mas nada podem contra as sementes.” (Gibran Khalil Gibran) Sinta-se a semente na criação das sementes, que estão nos seus filhos. Você sempre sentirá saudade deles, na sua ausência. E isso vai fazer você se sentir feliz. Não importa se a saudade está trazendo a ausência ou se está escorrendo pelos olhos. De qualquer maneira ela está trazendo felicidade no sentimento. Quando sentir saudade, sinta-se feliz. Você estará revivendo momentos vividos com amor. Nunca, em momento nenhum, crie desarmonia no seu lar. Nunca permita que o amor esteja ausente, na construção da família, na criação dos seus filhos. Ame-os, dedicando-lhes amor. Pense nisso. 

*Articulista [email protected] 99121-1460