Opinião

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Urbanismo e a aplicação de Recursos Públicos

Nos últimos dias, temos presenciado o valor da ciência na garantia da saúde da humanidade. Só que antes de medidas corretivas existem medidas preventivas, nas quais a ciência nos mostra que saneamento básico é a gênesis da saúde básica. A máxima do “um real investido em saneamento equivale a quatro reais aplicados na saúde” é verdade, desde que o investimento seja no lugar e na forma adequada, senão anula qualquer efetividade desses recursos. A ideia de que obra enterrada não dá voto ou que educação se limita a construir escolas pode ser a raiz de muitos problemas que vivemos.

O Urbanismo como ciência aponta, em forma de resultados, mapas com Índices de Vulnerabilidades de Saúde. Esses mapas reúnem informações de falta d´água encanada, esgoto tratado, concentração de idosos e crianças, população com renda inferior a um salário-mínimo, pessoas com diabetes ou hipertensão, ruas e avenidas sem a infraestrutura mínima de drenagem, dentre outras. Os resultados desses mapas indicam fragilidades urbanas onde carecem investimentos na construção de novas unidades de saúde, galerias para água da chuva, asfalto com calçada adequada, ajustes nas ações das Equipes de Saúde da Família, medidas que reduzem as mazelas da cidade.

O nome disso? Planejamento estratégico na aplicação dos Recursos Públicos e prevenção de uma infinidade de doenças infectocontagiosas. Elas podem ser evitadas repensando a cidade. O bairro Jardim Tropical é exemplo da ausência de prioridades ao contemplar Mapas de Vulnerabilidades. Este apresenta grande concentração proporcional de crianças, idosos, mulheres em idade fértil, hipertensos, diabéticos, fraca infraestrutura de saneamento e mesmo assim não é contemplado por uma unidade básica de saúde dedicada. Airton Rocha, Monte Cristo, Pedra Pintada e Cruviana repetem o enredo.

No mesmo tom, o Urbanismo indica análises por zonas censitárias, deixando o olhar cartesiano de lado, indicando fragilidades e necessidades na origem, onde, de fato, dentro do recorte técnico, as mazelas estão. A ciência serve exatamente para isso: afastar o achismo, preterir especulações, e assim fomentar a aplicação coerente dos recursos. É aí que a pesquisa aplicada, casada com o planejamento estratégico, ganha morada.

Entendido o valor da Ciência e do Urbanismo na aplicação dos Recursos Públicos é necessário destacar que vulnerabilidades são variáveis, mudam a cada instante, a cada nova migração inesperada, a cada pandemia, a cada ocupação desordenada e a cada surpresa econômica, o que implica em constante monitoramento e levantamento de informações.

Não se engane, a cidade e seu estilo de vida precisam cuidar da saúde pública, principalmente a partir da adoção de medidas sanitárias. E como cada uma sabe onde o sapato aperta, é preciso agir com dados para que serviços de assistência acompanhem o desenvolvimento de forma mais eficiente. Assim, viver na nossa cidade passa a ser uma vantagem para todos. Fazer das praças, da atividade física, do conforte térmico com mais árvores, do transporte público coisas que sirvam à qualidade de vida é possível. É só ajustar a cidade que queremos ao orçamento que temos com intervenções urbanas adequadas a quem somos.

 Linoberg Almeida

Professor e Vereador de Boa Vista       

Nikson Dias

Professor, Arquiteto e Urbanista

Construa com amor

Afonso Rodrigues de Oliveira

“O que se faz por amor sempre se faz para além do bem e do mal.” (Nietzsche)

O amor só constrói. Só os desajustados tentam se justificar, nos crimes e erros, dizendo que fez por amor. O perigo nos relacionamentos está na incapacidade de amar. Ainda não ouvi nenhum técnico ou especialista falar sobre o quarteto formado pelo amor, a paixão, o sexo, e o ciúme. Não está na nossa educação. E estou me referindo ao ser humano, independentemente de sua nacionalidade. Ainda temos muito chão a pisar na caminhada para a racionalidade. Estamos embora não percebamos, cansados de ouvir notícias tolas e descabidas sobre crimes no relacionamento entre casais.

Vamos começar a refletir sobre nós mesmos. O que somos, como somos, e porque somos. E só nos conheceremos quando amarmos nós mesmos. Porque só amamos o próximo quando amamos nós mesmos. Quem não se ama não ama. Então veja em que grau de racionalidade você se encontra. Analise-se com racionalidade. E nada de confundir a racionalidade com religião, filosofia, ciência ou coisa assim. Só seremos realmente racionais quando nos conhecermos. Porque até agora, vinte e uma eternidades de vivência sobre este planeta, ainda não nos autoconhecemos. Ainda não sabemos quem somos, de onde viemos, por que viemos, nem para quê.

Ainda cometemos o erro primitivo de destruir com a ferramenta que consideramos amor. Quando a que usamos não é mais do que o desequilíbrio mental. O amor não atinge com excesso. Ele é sempre equilibrado. Só quando não somos capazes de amar de verdade é que descontrolamos os sentimentos, confundindo-os com amor. Que é o que leva o ser humano ao descontrole mental. Sempre que estiver perdendo o controle de sua mente, com o sentimento excessivo de amor, cuidado. Talvez você esteja necessitando de apoio psicológico. Não sei se os especialistas vão concordar comigo, mas não me preocupo. Continuo afirmando que o amor é o caminho para a racionalidade; o sexo é vida; a paixão é descontrole emocional; o ciúme é descontrole mental.

Nunca permita que o ciúme faça de você um títere de si mesmo, ou mesma. O ciúme está firmemente ligado à irracionalidade. Ele sempre leva você para o caminho do mal. E quanto mais você caminhar, mais cairá no lamaçal da irracionalidade. O que vai fazer de você um animal que, apesar de ser de origem racional ainda é irracional. Seu cachorrinho é ciumento. E você o admira por isso. E por isso o considera um animal irracional. E nem se toca que está se comportando como ele. Faça uma leve reflexão sobre isso. Mas seja sincero com você mesmo, ou mesma. Ame-se para poder amar de verdade. Pense nisso.

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