A política brasileira não é para amadores
Luís Cláudio de Jesus Silva*
Por conta do pronunciamento do demissionário Sérgio Moro, como num passe de mágica, a mídia mudou de assunto e, vendo na fala do então ministro a oportunidade de derrubada de Bolsonaro, agiram ferozmente como tubarões que se agitam quando sentem o cheiro de sangue na água. Por um instante, na fatídica sexta-feira, o país se curou e a pandemia se foi no mesmo vento que a trouxe. Infelizmente, tanto o vírus quanto a guerra de egos de Moro e Bolsonaro, continuaram por algum tempo perturbando a vida dos brasileiros e pautando o noticiário. Assim como a maioria dos brasileiros, assisti atônito e surpreso o pronunciamento do, agora, ex-ministro Moro e, horas depois, já esperando o que poderia vir, assisti também a fala do presidente Bolsonaro. Muito do que foi dito só será esclarecido com o tempo e qualquer análise de conteúdo será prematura. Porém, alguns pontos da repercussão em torno do episódio, podem ser avaliados com uma certa margem de acerto, e são nesses pontos que vamos tentar refletir.
Eu votei em Bolsonaro, sou um dos 57.797.847 que o colocaram na presidência e, lamento desapontar os opositores, mas, não me arrependi da confiança depositada. Principalmente, quando lembro, que a opção seria votar no “poste” Haddad e permitir que sua gangue retomasse o poder e os assaltos aos cofres públicos. Quanto ao ex-magistrado Moro, não tenho dúvidas que se trata de um grande brasileiro que prestou grande contribuição ao país e, com sua atuação, contribuiu e muito para que Bolsonaro fosse eleito. Ao comandar a Lava Jato, combatendo de forma sistemática a corrupção e desbaratando a maior quadrilha que este país já viu, Moro colocou o combate a corrupção em pauta, o que deu grande destaque para Bolsonaro, tirando-o do ostracismo de duas décadas como Deputado Federal e transformou-o no depositário da confiança dos brasileiros de bem. Possivelmente, o grande erro de Bolsonaro se deu ao nomear Moro para compor seu ministério, sabendo da admiração do povo pelo ex-juiz, e das dificuldades que teria quando precisasse demiti-lo.
Pois bem, no ministério, Moro controlou as constantes rebeliões nos presídios, não se fala mais em sequestros e assaltos a bancos, reduziu os índices de homicídios e dessa forma salvou milhares de vidas. Mesmo que não tenha tido a efetividade que Bolsonaro queria, principalmente a dedicação esperada na elucidação dos crimes de Adélio e Mariele, fez um trabalho técnico e competente. Porém, não se governa só com decisões técnicas. Nos países democráticos o exercício da política requer composição e participação com vários atores, só não podemos admitir que essa aproximação e apoio se estabeleça na troca de favores inconfessáveis. Bolsonaro, como mandatário do país, tem a obrigação de pensar e agir de forma holística, tem que pensar no todo e não só na parte, como faz um ministro que só tem que administrar os problemas de sua pasta. Trocar ministros é uma prerrogativa dada ao presidente da república e é indelegável, e, no caso concreto, quem pode o mais, pode o menos. Se pode nomear e demitir um ministro o que dizer dos seus assessores subalternos?
Ao meu sentir, o presidente atendendo a questões políticas, decide exonerar o diretor da PF e, foi confrontado pelo ministro que cobrava uma justificativa técnica. Estabelecido o impasse, o resto foi decisões precipitadas, manifestações truncadas, meias verdades e acusações mútuas, adjetivos comuns quando se coloca o ego em destaque num debate em que nenhum estava disposto a entender as razões do outro. Prevaleceu o desejo do presidente, que detêm a prerrogativa outorgada pelo voto e pelo povo.
Como dito, pelo histórico e importância do ex-juiz, o governo perdeu, até este momento, um símbolo de combate a corrupção. No entanto, é preciso compreender que numa democracia, a política não se faz só com decisões técnicas e é imprescindível buscar o equilíbrio para governar. Por outro lado, o jogo político não é para amadores e, devemos considerar que as vezes um passo atrás, uma guinada para o lado político inimigo, ceder, negociar, dialogar, seja o único caminho capaz de nos levar para frente e para o alcance de nossos objetivos. Prefiro ser otimista e torço que, o movimento de agora tenha sido estratégico e necessário para evitar rupturas e retrocessos e, num futuro próximo teremos o Brasil que desejamos. O tempo dirá onde está a verdade, a razão, os erros e acertos das decisões. Quero crê que esse é um daqueles episódios em que o fim justifica os meios. Até lá, continuarei torcendo pelo melhor, mesmo desapontando os arautos do caos. Porém, não espero milagre e sim um gestor capaz de lidar com as crises, ao invés de criá-las, e que nos conduza para um futuro melhor.
*Professor universitário, Doutor em Administração
Site: www.professorluisclaudio.com.br
Inteligência emocional
DolanePatricia* Aline Sanz*
A Inteligência Emocional (I.E) é um tema de grande relevância diante da atual crise global desencadeada pelo Corona-vírus.
De acordo com Associação Brasileira de Inteligência Emocional (www.sbie.com.br) o conceito de I.E foi definido academicamente pela primeira vez em 1990, pelos psicólogos e pesquisadores estadunidenses Peter Salovey e John D. Mayer, que a partir do artigo EmotionalIntelligence, publicado na revista Imagination, CognitionandPersonality, definiram Inteligência Emocional como sendo “(…) a capacidade de perceber e exprimir a emoção, assimilá-la ao pensamento, compreender e raciocinar com ela, e saber regulá-la em si próprio e nos outros.”
O site ainda destaca que o psicólogo, escritor e Ph.D. de Harvard, Daniel Goleman, considerado o pai da Inteligência Emocional, foi responsável por popularizar o conceito com o livro Inteligência Emocional, publicado em 1995, aduzindo ainda que:
“A partir de uma visão mais recente e atualizada, a Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional, define essa competência como um somatório de habilidades que tornam as pessoas capazes de administrar os obstáculos que a vida moderna impõe, de modo a aceitar e perceber as emoções e direcioná-las para obter melhores resultados em diferentes esferas da vida.”
Segundo Daniel Goleman, inteligência emocional é a capacidade de identificar e desenvolver competências emocionais pessoais e competências emocionais sociais, isto consiste, em ter habilidade de nos conectarmos com nós mesmos, de forma a lidar da melhor maneira possível com nossas emoções e sentimentos, e a habilidade de lidar com as emoções dos outros, para termos maior conexão e melhores relacionamentos.
Para ter mais I.E é necessário desenvolver o autoconhecimento, identificar quais as emoções mais frequentes, compreender o que estão propondo, como elas se expressam e como afetam o comportamento, atitudes e ações. A inteligência emocional pode ser desenvolvida, treinada e aprimorada com a construção de novos hábitos, pensamentos e comportamentos.
Um dos primeiros passos para obter inteligência emocional é conhecer as emoções, o que são e o que promovem. A emoção nasce de estímulos externos e cognitivos, do significado que se atribui a uma experiência, que promove alterações neurobiológicas. Diante de um estímulo, o organismo reage e se prepara para uma resposta, e esse impulso é a emoção.
De acordo com o médico psiquiatra Eric Bern, o ser humano apresenta cinco
emoções básicas: a raiva, a tristeza, o medo, a alegria e o afeto. Entender cada uma delas é fundamental para desenvolver inteligência emocional.
Em tempos de pandemia, muitas pessoas estão com medo, sentimento que retrata a tomada de consciência de um possível estado de perigo e representa o sinal de alerta de que é necessário se proteger.
Algumas pessoas estão sentindo tristeza, que é a percepção de uma perda ou decepção. Tal sentimento promove a necessidade de retraimento, que cria um momento de reflexão indispensável à aceitação da frustação.
Outros, porém, estão expressando raiva, que se manifesta em situações de ameaça à vida e atua como uma defesa espontânea diante dos obstáculos, que quando mal canalizada promove violência e agressividade, mas, quando bem direcionada, promove a ação necessária para a solução dos problemas.
É verdade também que o período de quarentena nos proporcionou mais tempo para sentirmos e expressarmos afeto, a fim de aprimorarmos as relações familiares, amorosas e fraternas. A emoção do afeto engrandece a alma e promove carinho e amor.
Por fim, temos a alegria, que envolve o prazer de compartilhar momentos de bem-estar com as pessoas. É o sentimento de ganho, de conquista. Aos que olham esse momento por uma perspectiva positiva, certamente devem estar alegres com o tempo de sobra para investir na família, em novos projetos, na criatividade, enfim, se reinventar para obter novos e melhores resultados.
Sentir essas emoções é natural, contudo, o excesso ou a escassez delas é sinal de que algo precisa ser trabalhado internamente. Vivenciar sentimentos desconfortáveis frequentemente e com alta intensidade pode desencadear doenças físicas e emocionais, bem como conflitos de relacionamentos.
Sendo assim, é de fundamental importância refletirmos sobre a capacidade de entender as emoções e como elas estão afetando nossa qualidade de vida e bem-estar, afinal, a inteligência emocional, como aptidão mestra, tem o poder de influenciar todas as outras, facilitando ou dificultando nosso desempenho em todas as áreas da vida. Quando conhecemos e controlamos nossas emoções, podemos transformar experiências dolorosas em aprendizados e oportunidades.
De certa forma, cada indivíduo vive aquilo que realmente tolera, ou do qual não consegue se livrar. Assim, para modificar uma situação insatisfatória é preciso que ocorra uma mudança. Porém, para que isso aconteça, é necessário tomar decisões.
No entanto, nem toda decisão é fácil de ser tomada, principalmente a decisão de mudar, pois, essa conduta pode significar a saída de uma zona de conforto. Mas, em tempos de crise repentina como devemos agir? Como reagir a uma mudança drástica na vida financeira ou emocional diante de uma pandemia sem precedentes?
No atual momento em que a humanidade passa por uma crise social e econômica sem precedência, gerenciar as emoções para não sofrer demasiadamente com as adversidades, obstáculos e desafios, se torna uma necessidade ainda maior para todos nós. Agir com I.E é indispensável para atravessarmos esse momento de crise com mais saúde emocional e física.
Essa capacidade se torna indispensável, pois a inteligência emocional dá o suporte necessário para passarmos por esse momento sem maiores danos e consequências, pois a partir dela, desenvolvemos mais autoconsciência, autocontrole, autoestima, autoconfiança, motivação, iniciativa, foco, empatia, capacidade de liderança, comunicação mais efetiva, melhor tomada de decisão e nos tornamos mais hábeis na solução de conflitos.
É nesse sentido que inteligência emocional promove a infraestrutura necessária para que possamos ser capazes de enfrentarmos a mudança e superarmos a crise, pois ao reconhecermos nossas emoções, podemos controlar comportamentos, humor e estado de espírito diante das diversas experiências da vida. Com isso, conquistamos a capacidade de nos motivarmos, mesmo em meio as adversidades.
Um artigo publicado por Lisandra Thomé no site lisandrathome.jusbrasil.com.br, traz uma importante análise sobre a inteligência emocional. A autora destaca a habilidade de se conectar com pessoas novas, a capacidade de ser flexível e resiliente diante das adversidades e situações imprevistas, além da facilidade em saber lidar com outras pessoas e opiniões.
Salienta também em seu artigo, que o caminho para se atingir a maturidade emocional e traz uma reflexão de Mahatma Gandhi, ao tentar definir a palavra felicidade:
“Felicidade é quando o que você pensa, o que você diz e o que você faz, estão em harmonia”.
Por fim, na prática, inteligência emocional acontece quando razão e coração estão em harmonia. Mas, é na frase de um autor desconhecido que talvez esteja a maior das definições:
“Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir.”
*Advogada, juíza arbitral, apresentadora de TV, escritora, colunista, Mestre em Desenvolvimento Regional da Amazônia, pós-graduada em Direito Processual Civil e Direito de Família, Personalidade da Amazônia e Brasileira.
Site dolanepatricia.com.br.
Baixe o aplicativo DolanePatricia
WhatsApp (95) 99111-3740.
**Master Coach, administradora, MBA em Gestão de Pessoas e escritora
Instagram: @aline_sanz
E-mail: [email protected]
WhatsApp: (95) 98114-1811.
Somos os construtores da vida, sim
Afonso Rodrigues de Oliveira*
“Não pergunte o que o seu país pode fazer por você. Pergunte o que você pode fazer por seu país.” (John Kennedy)
Vamos à luta. Pegue a sua ferramenta da inteligência, alie-a com a cultura misturada com a educação, e você estará pronto, ou pronta, para fazer, o que deve ser feito, para a grandeza do nosso País. É simples pra dedéu. Tudo depende só de conscientização. E só você pode se conscientizar de você mesmo. Valorize-se, dando-se o valor que você merece. Quando nos julgamos superiores não precisamos mostrar que somos superiores. Basta que cumpramos nosso dever com superioridade. E todos nós somos capazes. Tudo de que necessitamos para sermos ou devemos ser, está dentro de nós mesmos.
Faça isso. Sinta-se superior e nunca abaixe sua cabeça diante dos que se julgam superiores a você. “Você é tão rico ou tão pobre quanto o seu vizinho, senão não seria vizinho dele.” Então não misture seus pensamentos com os dos pobres de pensamentos. Associe-se aos ricos de pensamentos. Mas, muito cuidado para não confundir riqueza com empáfia. A simplicidade faz parte da riqueza espiritual. E esta é indispensável para o engrandecimento racional. E sem racionalidade nunca chegaremos ao ponto definido nos sonhos. Sonhe firme e positivamente, mas aja positivamente para alcançar os sonhos. Nunca perca seu precioso tempo com pensamentos negativos. Afinal, somos o que pensamos. “Quem não sonha vive preso ao passado.” E os sonhos podem vir a qualquer momento, na contemplação a algo muito simples. Tudo vai depender do seu atual estado de espírito.
Mas tenha em mente que tudo brota no brotar do amor. Só quando amamos somos feliz. E o amor está na simplicidade, e não na vulgaridade. Sempre que falo disso, lembro-me da garotinha que me encantou no início de minha adolescência, quando estudávamos, ela e eu, na Escola d
e Base, na Base Aérea de Natal. Já falei dela, do quanto me sentia encantado com sua postura e elegância, numa criança podre e muito simples. Do quanto nossos professores a amavam e a respeitavam, com carinho. E eu sempre percebi que todo aquele afeto era fruto da elegância daquela garotinha simples, que brincávamos na quadra de basquete da Base Aérea. Já falei dela aqui, na Folha, há muito tempo. Por tanto, vamos mudar de assunto.
Viva seu dia, hoje, com felicidade e nada de aborrecimentos nem pessimismo. Tudo que acontece na vida faz parte da vida. E a vida é pra ser vivida e não para ser sofrida. Nunca conseguiremos resolver um problema concentrado nele. Mais importante do que o problema é a solução. Então vamos nos concentrar nela. Pense nisso.
*Articulista
99121-1460