Bom dia!

Hoje é terça-feira (05.05). A vontade de muitos políticos em se beneficiar com o resultado da corrupção no Brasil é atávica, e parece incontornável. Pequenos detalhes mostram que esse tipo de político é capaz de “tirar leite de pedra”; e quando a possibilidade dele locupletar-se da corrupção no uso do dinheiro público -e não importa quão grave seja a situação, como a atual-; não existe, eles, os políticos corruptos, dão um jeito de inventar a ocasião, e uma justificativa.

Ontem, em Manaus, ao responder a pergunta de um repórter se o Ministério da Saúde estaria estudando a possibilidade de construir um hospital de campanha na capital amazonense, uma das mais atingidas pela pandemia, o ministro Nelson Teich foi rápido à resposta ao dizer que isso não estava em cogitação. Acrescentou que se providências fossem adotadas para otimizar a estrutura já existente no estado, a infraestrutura que lá existe será suficiente para enfrentar a esta fase crítica da Covid-19. A reação do ministro Teich foi na contramão da vontade dos políticos/governantes locais, que querem a todo custo construir esse tipo de hospital que virou febre no Brasil.

É claro, em casos mais específicos, não resta dúvida de que hospitais de campanha sejam construídos como solução para expandir o número de leitos destinados aos pacientes contaminados pela Covid-19. A palavra do ministro da Saúde passou meio desapercebida pela maioria da imprensa, mas o que pode estar por trás é hipótese de que a construção de hospitais de campanha pode ser uma alternativa a mais para compra de equipamentos, contratos de construção e tantas outras despesas sem processos licitatórios, o que é uma via aberta para o superfaturamento, e portanto, para a corrupção. E Reich tem inteira razão.

MÁSCARAS

A Parabólica não costuma dar qualquer credibilidade ao conteúdo do que transita nas redes sociais, quase sempre uma lixeira de baixo nível. Mas, quando a fonte parte de gente com credibilidade é preciso levar na devida conta. Ontem, na sua conta no Facebook, o médico Lúcio Távora -experiente e conceituado profissional de medicina local; e que já foi deputado estadual-, denunciou que o superfaturamento na compra de material e equipamento pela Secretaria Estadual de Saúde para o enfrentamento da Covid-19 em Roraima, não ficou no caso dos respiradores mecânicos. O médico afirmou que máscaras, que antes da pandemia custavam cerca de R$ 2,50 por unidade, foram compradas agora pelo governo estadual por nada menos de R$ 50,00. É mole?

OUTROS

E o médico Lúcio Távora não ficou na denúncia de que máscaras de proteção, hoje exigidas como indispensáveis no combate à propagação da Covid-19, compradas com sobrepreço -cinco vezes maiores que o preço praticado, em média, no mercado local-, pelo governo local, não pode ser tratado mais uma vez como caso isolado. O profissional, voltamos a dizer um dos mais experientes do estado, diz não ser razoável imaginar que compras de tamanho vulto, possam ter passado desapercebidas por autoridades de nível hierárquico superior da administração estadual, que ele não nominou. De qualquer forma, pela origem da denúncia é preciso levá-la na devida conta. Além dos deputados estaduais, que ganham regiamente e se dizem disposto a investigar, o estado conta com Ministério Público Estadual, Ministério Pública de Contas, Tribunal de Contas do Estado, que custam milhões de reais, cuja finalidade é exatamente a de evitar que essas coisas aconteçam.

MOTIVO

Nestes tempo de utilização de redes sociais quase universalizadas, nada parece escapar aos olhos e ouvidos da população. Às vezes a informação vem imprecisa, mas de qualquer forma chega ao conhecimento do grande público. Ontem, por exemplo, minutos depois de um avião da Polícia Federal pousar no aeroporto de Boa Vista fotos da aeronave -com a informação de que transportava 30 agentes federais-, foram espalhadas em todos os aplicativos de celulares. As opiniões sobre os motivos da chegada dos agentes policiais federais ao estado foram diversas. Muita gente creditava a presença deles às recentes denúncias de corrupção na Secretaria Estadual de Saúde, mas também circulava a informação de que o motivo real estaria ligado à repressão ao garimpo ilegal em terras indígenas.

INFLAÇÃO

A projeção do Banco Central para a inflação brasileira para 2020 é de cerca de 2%, a menor taxa anual desde a implantação do Plano Real em 1994. A principal causa para esta projeção do Banco Central é a estagnação da economia brasileira, verificada em quase todas as atividades econômicas do país, inclusive, com redução drástica no consumo da população. No caso de Roraima, é preciso acreditar com reservas nesta projeção. Aqui alguns preços estão sendo reajustados em nível bem maior. Especialmente, os preços de produtos regionais, cuja oferta é feita por grupos oligopolizados (poucos produtores/ofertadores).