Bom dia!
Hoje é quarta-feira (13.05). Arnaldo Jabor, que faz tempos deixou de fazer cinema para dedicar-se a escrever crônicas geniais, anda muito pessimista com o futuro do Brasil. Para ele, o país caiu na casa do sem jeito, vergado pelo poder dos canalhas -da direita e da esquerda-, dos banqueiros e das corporações. Como não conseguiu fazer reformas, o Brasil está a caminho, com celeridade, para o caos definitivo com desemprego em massa, violência grassando por todos os cantos e uma sociedade que não sabe mais em que e em quem acreditar.
Embora possamos não concordar em todos os termos com as previsões de Jabor, o certo é que não dá para ser otimista com a realidade do país. Faz pouco tempo, muita gente ficou otimista quando um grupo de juízes, promotores, procuradores e delegados da Polícia Federal começaram a operação Lava Jato, que levou para a cadeia políticos, empresários e servidores públicos, flagrados em corrupção endêmica. Muitos brasileiros e brasileiras acreditaram que estaríamos começando uma nova fase mais ética da vida nacional.
Ledo engano. Ainda no começo das investigações, um dos mais bem acabados exemplos de gente que surrupia o dinheiro público reagiu dizendo que era preciso estancar a sangria desatada pela Lava Jato; e foi mais longe ainda, citando quase todos os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) -excetuando apenas o falecido Teori Zavascki, primeiro relator da Lava Jato-, como aliados na tarefa de combater os efeitos das investigações daquela gente de Curitiba. Quase todo o mundo entendeu aquilo como bravata, mas passado o tempo, desgraçadamente, era verdade. Cadê, aquele ambiente criado pela Lava Jato? Arnaldo Jabor, parece ter razão.
EXEMPLO
Por falar em gente que lutou a vida inteira para construir um mundo melhor e mais ético, Roraima acorda hoje com a triste notícia da morte da professora Lídia Maria Coelho Tavares, vítima de infarto. Exemplo de mestra, mulher, religiosa, esposa, mãe e especialista em educação, Lídia foi admirada em vida por todos os que a conheceram e tiveram o privilégio de com ela conviver, no âmbito pessoal e profissional. Era atualmente superintendente do Instituto Euvaldo Lodi (IEL-RR), da Federação das Indústrias de Roraima (FIER). Deixa saudade.
GRANA
Pois é, apesar dos escândalos que grassam nas compras e contratos feitos pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) continua caindo grana nos cofres daquela instituição. Ontem, dois deputados federais -Hiran Gonçalves (Progressistas), que é líder da banca federal de Roraima; e Jonathan de Jesus (Republicanos) anunciaram a liberação de R$ 49 milhões para a Sesau, com a finalidade de enfrentar gastos para o enfrentamento da Covid19, no estado. “É preciso vigiar bem de perto o destino dessa grana toda”, disse um parlamentar a Parabólica.
MEIO BILHÃO
Somados esses R$ 49 milhões -frutos de remanejamento de emendas de bancada ao orçamento da União, de autoria dos três senadores e de três deputados federais (Jonathan de Jesus, Ottaci Nascimento e Haroldo Cathedral)-, aos recursos que serão transferidos ao estados e municípios, Roraima vai ter cerca de meio bilhão de reais para combater a Covid-19. É tanta grana, que vem a tentação dos inescrupulosos de desviar parte dela através da corrupção.
CARTILHA
Aliás, por falar em mau uso do dinheiro público destinado a combater a Covid-19, a Parabólica recebeu uma denúncia, documentada, sobre a compra sem licitação de cartilhas feitas a preços superfaturados numa gráfica de Manaus. Segundo a fonte que trouxe a notícia à Coluna, o preço do material é mais que o dobro daquele vigente em algumas gráficas locais. As tais cartilhas chegaram a ser distribuídas, mas foram recolhidas depois que algumas autoridades estaduais souberam da bandalheira, mais uma, no âmbito da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau). Ainda segundo a mesma fonte, o processo das cartilhas estaria no Palácio Senador Hélio Campos.
MANAUS
E tem sido comum nos últimos tempos, dirigentes públicos corruptos realizarem compras e contratos com empresas amazonenses. A lógica dessa prática criminosa contra a economia interna do estado parece ser a possibilidade dos malfeitos ficarem longe dos olhos locais, bem como a maior facilidade de recebimento da propina. E o pior é que os órgãos de fiscalização parecem fazer vistas grossas a isso.
CANDIDATURA
Embora à sombra do cenário criado pela Covid-19, os políticos não têm permanecido parados na construção das pré-candidaturas, especialmente à Prefeitura Municipal de Boa Vista (PMBV). A exceção parece vir do grupo Teresa Surita/Romero Jucá, do MDB. “Parece que o grupo da prefeita acredita firmemente que o pleito será adiado, e por aqui, quase não se fala em candidatura”, disse a Parabólica um correligionário.