Vida ou Existência?
Debhora Gondim*
Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá. (Gálatas, 6:7)
Estava pensando em muitos acontecimentos ao redor do mundo, inclusive sobre o cenário econômico, político e social do nosso país, e veio o seguinte questionamento: Por que a maior parte da humanidade vive aqui na Terra como se este lugar fosse o único começo, meio e fim? Foi quando percebi que isto era mais que uma indagação, já era a resposta que trazia a causa para estas atitudes desprovidas de humanidade, trazendo realidades vazias, que vejo nos jornais e, que percebo em algumas pessoas. Analisando concluo que muitos só existem, acreditando que são frutos do acaso e isto acaba por ditar a forma de enxergar o outro.
Os seres providos de inteligência que habitam este planeta não percebem a importância real do que é viver. A maioria das culturas, tanto ocidentais como orientais há anos vem banalizando a vida, principalmente, a vida do outro. Enquanto ele servir para os propósitos egoístas de alguém estará vivo, depois que não servir mais o racismo, as guerras, os conflitos, ataques terroristas e homens bombas serão armados. Por que existe tráfico humano? Por quê a vida do outro já não tem mais importância. Enquanto conseguir lucrar com os ” benefícios” de ser “dono” do outro melhor. Depois que causar prejuízo, a morte é o pagamento. “Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.” (1 João 4:8)
Outro fator que aponta para a desvalorização da vida é a legalização do aborto em alguns lugares do mundo, incluindo nosso país. Nem a vida que está começando, que não tem como opinar se quer viver tem sido respeitada. Afinal, é fácil quem está vivo decidir quem morre. A sociedade tem buscado os seus interesses próprios, lucro, fama, poder, prazeres. Mas no final de tudo se sentirão vazios, pois passaram a vida só existindo. “Pois, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” (Marcos 8:36)
Quando o mundo passou a acreditar no que Nietzsche disse: “Deus está morto”, foi quando a humanidade caminhou mais ainda para uma condição de existência e não mais de vida. Por que a vida só é realmente vivida quando se está próximo da essência da vida, Deus. Pois foi do seu sopro de vida que passamos a existir. Romanos 1:22 “Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.”
Até o momento em que a humanidade não perceber que existe um Deus e que Ele não habita em imagens, em ideologias, em elementos da natureza e, não se der conta de que Ele é único. De que Deus não está em culturas, religiões e em nenhuma denominação, que não seja cristocêntrica, a condição humana será de existência temporal. Sem perspectiva para o que é vida, para o que é eterno. E só percebe isto, quem se relaciona com quem é eterno, Jesus. “Respondeu Jesus: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai a não ser por mim.” (João 14:6).
Assim caminha a humanidade: com passos largos em portas largas para uma existência de ilusões e versões baratas de si mesmo, escrito por um autor que mata sonhos, rouba vida e destrói a humanidade que habita em cada criatura, o Diabo. E estas escolhas levarão para um juízo final, no qual tudo o que foi semeado será colhido aqui na Terra, mas o pagamento será efetuado diante de Deus. E de Deus não se zomba. Nada do que acontece ficará impune diante Dele. Lucas 12:20, Mas Deus lhe disse:“Louco! Esta noite lhe pedirão a sua alma; e o que você tem preparado, para quem será?”
*Professora e teóloga
O Que é a Vida?
Paulo Eduardo de Barros Fonseca*
Com base no pensamento empírico, ou seja, movido pela observação e sobre os fundamentos da realidade, os filósofos buscam desvendar questões existenciais e relacionadas ao conhecimento, à busca da verdade, aos valores morais etc. Assim, diferentemente das religiões, a filosofia não está baseada na revelação divina e sim na razão.
Na busca da construção de um pensamento crítico em relação à vida, sobre o que é a vida, que num conceito biológico mais genérico pode ser definido com a capacidade das estruturas moleculares de estabelecer matéria necessário para sobreviver em um ambiente condições favoráveis para tanto, alguns filósofos, assim se posicionaram: Pitágoras, que foi o primeiro filósofo ocidental a sustentar a teoria da metempsicose, afirmou que o ar é cheio de alma e foi “devido a uma culpa original, a alma é obrigada a reencarnar em sucessivas substâncias corpóreas em um ciclo que só é interrompido após a purificação”. Já para Demócrito, a vida nasceu do vórtice atômica, que é “a agregação de átomos em corpos sólidos e compactos deve-se a fenômenos puramente mecânicos, particularmente à força centrípeta agregadora desenvolvida pelo movimento em vórtice”. Para Bérgson, a inteligência não explica a vida, pois segundo seu ponto de vista, “a vida é um impulso construtivo que, a cada momento, explora todas as variações possíveis, sem seguir um projeto preciso; é uma onda que arrasta e ultrapassa qualquer obstáculo, sem nunca, todavia, abandoná-lo definitivamente”. Em cada reino da natureza, a vida foi vencendo os seus obstáculos. No reino hominal, tece comentários sobre o instinto e a inteligência: “O instinto animal está cercado por um halo de inteligência e a inteligência humana não funcionaria se não se baseasse também na contribuição do instinto”. Disto resulta que “a inteligência não consegue explicar a vida, mas a vida explica a inteligência” (Nicola, Ubaldo. Antologia Ilustrada de Filosofia: das Origens à Idade Moderna. Tradução de Margherita De Luca. SP: Globo, 2005.).
Entretanto, desses pensamentos constata-se que a reflexão filosófica sobre a vida não pode ser respondida somente pelo empirismo experimental, porquanto essa questão guarda íntima relação com a divindade, simplesmente porque, como ensinou o mentor espiritual Irmão Pedro, “a vida é o amor que tudo anima e Deus é o amor! Vivendo o amor em tudo que realizarem, verão que não sofrerão nem se lastimarão com as costumeiras lamúrias do dia-a-dia. Coloquem o amor nos olhos da alma e observem que panorama maravilhoso se descortinará diante de vocês.
Com a prática do amor, observem que se resumem em um só os Dez Mandamentos da lei de Moises, pois amando a Deus sobre todas as coisas, amando ao próximo como a si mesmos, estão praticando neste ato os restantes mandamentos impostos.
Com amor a alma se renova e a vida de cada um é enriquecida de tranquilidade e esperança. É no amor que está a verdade e a salvação, pois vivendo o amor luzes de verdade serão derramadas no coração da humanidade” (Fonseca.Alberto. A maneira de mostrar o caminho para se aprender a viver. p 167. 1ª edição. SP: Edit. GraficaCairu. 1975).
Se a vida é um eterno aprendizado, lembre-se que amor é uma luz que não deixa escurecer a vida!
*Vice-presidente do Conselho Curador da Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho, mantenedora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
Encare o inimigo
Afonso Rodrigues de Oliveira*
“A vida é para quem topa qualquer parada, e não para quem para em qualq
uer topada.” (Bob Marley)
Viver é estar preparado para os trancos da vida. Os inimigos são incontáveis. Nunca sabemos de onde eles realmente vêm. O Corleone também disse: “Ponha o seu amigo bem perto de você, e o seu inimigo, mais perto ainda.” Sabemos quais os pensamentos do Corleone, mas devemos saber e conhecer os nossos. E o importante é que nunca consideremos nossos inimigos como superiores a nós. Podemos, e até devemos usar máscaras para espantar o vírus, nas não devemos nos curvar a ele. Vamos ser cautelosos, mas não medrosos.
Somos todos vulneráveis. E é precisamente por isso que devemos treinar nossa mente para que saibamos viver a vida, confiantes em nossos pensamentos. Porque é no nosso pensamento que estão as veredas da vida. Cabe a cada um de nós saber qual a vereda que deve tomar para caminhar rumo à racionalidade. Não vamos viver a eternidade sem vivê-la. Não é no ir e vir que iremos ser realmente racionais. Vamos nos valorizar no que somos, e não no que pensamos que somos.
Precisamos de muita coragem para encarar o inimigo, sem demonstrar fraqueza. Olhe sempre nos olhos do seu inimigo. Nunca baixe sua cabeça diante de quem o ameaça. Mas, nada de euforia nem vaidade na demonstração do seu valor. Seu valor está no que você realmente é. Então seja o elemento que você é como um ser de origem racional. E o mais importante é que você se prepare para o seu retorno. E você ainda vai ter muitos ires e vires. Mas isso faz parte da imunização. E tudo está à sua disposição.
Seja cauteloso, ou cautelosa, no confronto com a doença. Ela é sempre perigosa, seja qual for. Mas só quando sabemos encarar o perigo sabemos viver. É quando aprendemos a atravessar o campo minado, sem o perigo de explosão. Encare o vírus, mas, sem o menosprezar. Cumpra os regulamentos, mas como regulamentos. Eles indicam quanto ainda estamos despreparados para a vida. Ainda não sabemos quantos dilúvios já tivemos sobre a Terra. E por isso não nos preparamos para o próximo dilúvio, e nem para os pequenos dilúvios que nos alertam em temporadas de Coronas.
Seja corajoso, mas sem arrufos nem demonstrações de irresponsabilidade. Somos todos responsáveis pelo mundo em que vivemos. Seja humilde, mas seguro da sua responsabilidade. Cuide de você cuidando do seu próximo. Não o infeccione nem se infeccione com ele. Se não puder lhe apertar a mão, sorria-lhe com amizade e respeito. Cuide-se cuidando do seu próximo que pode estar na sua família ou nos desconhecidos. Somos todos iguais nas diferenças. Pense nisso.
*Articulista
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