Bom dia,
Hoje é segunda-feira (08.06). Depois de vários finais de semanas marcados pela presença nas ruas de simpatizantes do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), especialmente em Brasília e São Paulo, neste último domingo o cenário foi diferente. Em várias cidades importantes do país, o que se viu foram milhares de manifestantes que protestaram contra o presidente, e nalguns casos, contra o racismo; afinal, é irresistível a tentação de copiar o que se faz nos Estados Unidos. É claro, em Brasília, São Paulo, e no Rio de Janeiro simpatizantes de Bolsonaro também se fizeram presentes, embora em menor número. E isto ocorreu, felizmente, sem confronto entre os manifestantes.
Essa fratura política e social que se está vendo nas ruas e avenidas dessas grandes cidades do país são o reflexo, agora mais visíveis, do quanto repartida está a sociedade brasileira. E elas, ao que tudo indica, devem aumentar nas próximas semanas. A fratura social exposta é, sem dúvida, a consequência de vários fatores que vão desde a imoral desigualdade de renda -de que o país é um dos campeões do mundo-, até a deliberada conduta vigente desde o primeiro governo de Lula da Silva (PT), passando pelo de Dilma Rousseff (PT) e continuada agora, com Jair Bolsonaro; de dividir os brasileiros entre “nós contra eles”. Com exceção do governo de Michel Temer (MDB), que do ponto de vista político, foi apenas um consórcio para beneficiar amigos e correligionários.
SAIU MAL 1
O bilionário empresário mórmon, Carlos Wizard, que morou por quase dois anos em Roraima, ajudando os imigrantes venezuelanos a tentar melhorar de vida noutras cidades brasileiras fez uma participação polêmica no cenário nacional de combate a Covid-19. Saiu daqui com a imagem de um cristão humanista, que fez tudo a seu alcance para minorar o sofrimento de milhares de venezuelanos tangidos para fora de seu país pelo governo de Nicolás Maduro. Depois de ver frustrada sua proposta de ampliar o processo de interiorização -é assim que se chama a transferência de venezuelanos de Roraima para outros estados-, no esquema mais abrangente de participação de igrejas evangélicas e do governo federal, Wizard deu por encerrada sua missão por aqui.
SAIU MAL 2
Convidado pelo ministro interino da Saúde, o general Eduardo Pazzuelo -com quem fez parceria no âmbito da Operação Acolhida-, para assumir a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos daquele ministério; que não se concretizou através de portaria, Carlos Wizard trabalhou informalmente, por alguns dias. Inspirado pelo clima de beligerância entre o governo federal e alguns governadores e prefeitos, Wizard disse que o Ministério da Saúde iria fazer uma recontagem dos mortos pela Covid-19, por haver suspeitas de que os números estariam superestimados devido ao interesse dessas administrações e receberem mais dinheiro dos cofres federais.
SAIU MAL 3
O anúncio dessa suspeita de super estimativa do número de óbitos causados pela Covid-19, desencadeou uma enxurrada de críticas indignadas partidas de secretários estaduais e municipais de saúde; de cientistas; e claro, de políticos de oposição. Carlos Wizard viu-se rapidamente transformado de cristão humanista, em mais um agente do governo federal interessado em aumentar a divergência entre Brasília e os estados/município quanto a estratégia de combate da pandemia. A pressão foi tão grande que o empresário virou uma espécie de viúva Porcina -aquela que foi sem nunca ter sido-, e anunciou que não vai mais participar da equipe do general Pazzuelo no Ministério da Saúde.
CENAS
Apenas dois dias depois da posse de Marcelo Lopes na Secretaria Estadual de Saúde, grupos de WhatsApp fizeram circular fotos e vídeos da má qualidade da comida fornecida a usuários e funcionários do Ambulatório Cosme e Silva; e uma cena tétrica que mostrava nada menos de oito cadáveres acumulados nos corredores do Hospital Geral de Roraima (HGR), todos enrolados em lonas de plásticos, vítimas da Covid-19. A foto e o vídeo foram datadas como do dia 07.06 (domingo), portanto, de ontem. São evidências da imensa tarefa que deverá ser enfrentada pela nova gestão da Sesau.
DESMILITARIZAÇÃO
Quando exerceu, por alguns dias, o comando da Secretaria Estadual de Saúde, o coronel Olivan Júnior levou para compor sua equipe vários militares, da reserva e da ativa; do Exército, da Polícia Militar e do Corpo Militar de Bombeiros. Pois bem, o novo secretário estadual de Saúde, Marcelo Lopes já iniciou a desmilitarização da pasta, e começou pela direção do Hospital Geral de Roraima: aceitou o pedido de um médico militar, substituindo-o imediatamente por uma médica.
RESULTADO
Finalmente, a justiça eleitoral da República Cooperativa da Guiana concluiu a recontagem dos votos da eleição presidencial realizadas faz cerca de quatro meses. O resultado confirmou a vitória do candidato da oposição Mohamed Irfaan Ali. Agora, nos próximos dias, deve ocorrer a transferência de poder neste país vizinho, de suma importância estratégica para Roraima.