Bom dia!
Hoje é quarta-feira (10.06). Ufa! Apesar de o Brasil caminhar para chegar ao triste recorde de 40.000 mortes por conta da Covid-19 -e de nossas autoridades do Ministério da Saúde ainda não terem conseguido sequer saber como conta-las-, ontem, terça-feira, o presidente da República decidiu fazer uma reunião do ministério para discutir os profundos problemas que se abatem sobre a realidade econômica e social brasileira. Já era tempo de trocar as matinais e vespertinas aparições na saída ou entrada no Palácio da Alvorada para disparar respostas ou provocações daqueles que deles discordam. Tomara que não seja apenas um jogo de cena, e que o presidente amiúde a ocorrência desses encontros, quase públicos, para que seu governo fale ao povo brasileiro.
Na reunião, o fortalecido ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou a intenção de o governo federal de estender políticas de distribuição de renda para a população mais pobre atingida pela pandemia, e também da criação de mecanismos para permitir que as pequenas e micro empresas possam ter acesso às linhas de créditos criadas pelo governo. Até Paulo Guedes, um economista fiel e crente nas soluções de mercado -quase como panaceia para resolver todos os problemas econômicos e sociais da população-, parece ter se convencido de que tão grave quanto aos efeitos da pandemia, é a imoral desigualdade que caracteriza a sociedade tupiniquim.
Isso parece indicar que o governo Bolsonaro vai aos poucos ficando conscientizado de que nossa situação conjuntura, nunca foi tão estrutural. A falta de emprego e de renda; as enormes filas de pessoas, quase miseráveis, que se fazem nas agências da Caixa Econômica Federal (CEF) para receber o auxílio emergencial criado pelo governo federal para amenizar a falta de renda nos lares e residências dos mais pobres, é prova inconteste de que o Brasil tem que começar a envergonhar-se de suas desigualdades. E de que é preciso urgentemente combatê-las sob pena de esgarçar ainda mais as fraturas expostas da sociedade nacional, tanto do ponto de vista moral, quanto social e econômico. Antes tarde do que nunca.
AÇÃO
A manifestação realizada por populares, ontem, que “plantaram” centenas de cruzes no jardim que fica em frente do Palácio Sanador Hélio Campos, a sede do governo estadual, para responsabilizar diretamente a administração do estado pelas centenas de mortes de pessoas vitimadas pela Covid-19, parece indicar que a paciência da população roraimense está cada dia menor. Além das inúmeras manifestações, pela imprensa e pelas redes sociais, de parentes e amigos que perdem seus entres queridos, a população agora quer passar da palavra a ação. E ninguém pode avaliar as consequências decorrentes de pessoas que vão às ruas descrentes em governos incapazes de dar respostas às suas necessidades.
RESULTADO
Por falar nisso, como ficou aquela história da compra superfaturada, sem licitação e com pagamento antecipado, dos respiradores mecânicos que resultou na demissão do ex-secretário de Saúde, Francisco Monteiro? Como se sabe, a empresa vendedora havia retirado quase todo o dinheiro depositado em sua conta pelo governo estadual antes da justiça ter mandado bloquear suas contas. Também não se sabe se tais equipamentos, ou parte deles, foi entregue como era a esperança das autoridades governamentais. Essas coisas mal explicadas é que dão origem a revolta e descrença da população que vê o vírus matar seus entre queridos.
RÁPIDAS
Apesar da manutenção do calendário eleitoral, os partidos ainda não publicaram os editais de convocação para as convenções municipais que vão definir as coligações na eleição majoritárias, e seus candidatos a prefeito e a vereador. ### Apesar de não ter recebido a resposta do deputado estadual Jefferson Alves -que preside o PTB no estado-, quanto à realização de uma pesquisa para definir o candidato do partido à Prefeitura Municipal de Boa Vista (PMBV), o ex-senador Mozarildo Cavalcanti diz continuar pré-candidato. ### Como já fora anunciado, o médico infectologista Alexandre Salomão é o novo secretário-adjunto, para a aérea clínica da Secretaria Estadual de Saúde. O decreto de nomeação saiu ontem. ### Jogando para a plateia, políticos do Executivo e do Legislativo brasileiros sugerem, uns para os outros, reduzir os salários para transformar que vai ser economizado em transferência de ajuda para os mais pobres durante a pandemia. Alguém acredita na sinceridade dessas propostas?