Bom dia!
Hoje é sexta-feira (12.06). Hoje nossa disposição não era de começar a escrever sobre a pandemia da Covid-19. Nas repartições públicas, com exceção daquelas que prestam serviços essenciais à população, o ponto é facultativo, o que significa dizer que não haverá expediente. De outro lado, os brasileiros/brasileiras que dependem do trabalho para comprar o pão de cada dia, apesar das recomendações para que permaneçam em casa, quase todos estarão na lida diária para ganhar no mais das vezes um salário bem abaixo de suas necessidades primárias: comer, vestir-se, deslocar-se e comprar remédios. Aliás, apesar do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) anunciar que o Brasil registra dois meses de deflação (queda nos preços de bens e serviços), a verdade é que o preço dos remédios anda subindo muito.
Por falar em na pandemia da Covid-19, Roraima é destaque nacional, e como sempre, negativamente. O governo federal divulgou dados que indicam o município de Boa Vista como o que apresenta a maior taxa de contaminação da população dentre todos do país que abrigam capitais de estado. É um triste recorde, especialmente quando se sabe que não existe retaguarda de leitos hospitalares para atender os casos mais graves. Basta lembrar que o único hospital do estado, o Hospital Geral de Roraima (HGR), destinado a atender pacientes acometidos pelo vírus não tem as mínimas condições de fazê-lo. Por outro lado, o hospital de campanha do Exército, a Área de Proteção e Cuidado (APC), tem incerta a data de sua abertura.
É claro, não é razoável deixar de investigar as causas desse caos sanitário que se instalou na capital roraimense. Em primeiro lugar, sem qualquer dúvida, ele é consequência direta da omissão e incompetência das autoridades locais, estadual e municipal, que não cumpriram minimamente suas obrigações de tomar providências prévias para enfrentar a pandemia, apesar dos recursos financeiros, remédios, e equipamentos fornecidos pelo governo federal. Em vez de cumprirem suas obrigações, os dirigentes do estado e do município, preferirem utilizar redes sociais para atribuir a culpa pelo caos; um, ao outro.
Ao lado desse descaso e irresponsabilidade dos governantes, juntou-se os hábitos, cultura e visão de mundo de uma população, que na média, tem baixo nível de cidadania. Já dissemos aqui deste espaço que o andar pelas ruas e logradouros boa-vistenses possibilitava ver que maioria das pessoas não utilizava máscaras, e sequer, guardava o distanciamento exigido para diminuir as possibilidades de contágio. E, se faziam isso em público, é muito provável que nas casas, a maioria não adotava as medidas mínimas de higienização, como por exemplo, a lavagem rotineira das mãos com água e sabão -cujo custo é desprezível-, ou com a utilização de álcool e gel. É tudo uma questão de cidadania, que nos falta, inclusive, na hora de votar.
PIONEIRO
Morreu nesta manhã de sexta-feira (12.06), um dos pioneiros da pecuária e da atividade mineral de Roraima. José Ferreira da Silva, foi um piauiense que chegou ao antigo Território Federal do Rio Branco nos anos 50, do Século passado, e daqui nunca mais saiu. Tornou-se um dos mais importantes compradores de diamante e ouro produzidos nos garimpos roraimenses, sendo um dos responsáveis pela ligação da produção de pedras preciosas nos garimpos locais, e o mercado europeu/israelense, num tempo de precárias comunicações. Investiu tudo o que ganhou em Roraima aqui mesmo, na pecuária, tornando-se um empresário rural de sucesso. Zé Ferreira, como era conhecido, tinha 94 anos, e deixa viúva sua fiel e dedicada esposa Leonice Mota Ferreira; com quem formou uma prole de oito filhos, vários netos e bisnetos. Era leitor diário da Folha de Boa Vista. Morreu deixando um exemplo de vida exitosa e digna.
REFERÊNCIA
Ninguém tem dúvida de que o governador Antonio Denarium (sem partido) tem como referência absoluta o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). E essa tentativa de imitação não para na orientação partidária, é estendida também à orientação e às práticas de governo. Agora por exemplo, Bolsonaro abriu as porteiras da administração federal para a indicação de correligionários do chamado Centrão, conjunto de partidos, médios e pequenos, que dispõem de cerca de 250 parlamentares na Câmara dos Deputados. Aqui, por emulação, Denarium levou para a Casa Civil o deputado estadual Soldado Sampaio (PC do B) e Marcelo Lopes; indicado pelo deputado estadual Jalser Renier, presidente da Assembleia Legislativa do Estado (ALE), para chefiar a Secretaria Estadual de Saúde (Sefaz).
MAIS
Fontes da Parabólica dizem que as composições entre o governador Antonio Denarium e os parlamentares de sua base de apoio estão só no começo. Uma delas, envolve a Secretaria Estadual de Planejamento e Desenvolvimento (Seplan), sob a justificativa de que Denarium precisa dar um rumo mais definido de seu governo. Depois damos mais detalhes.