Esperança aérea
Dolane Patrícia*
Helena Lima**
A saúde é o que existe de mais importante, entre todas as coisas mais essenciais desta vida, principalmente porque ser saudável é uma escolha que precisa ser confirmada várias vezes ao dia. Mas, nem sempre a saúde é uma questão de escolha.
A saúde tem uma relevância colossal e o direito de possuí-la é assegurada pela Constituição onde foi elevada à categoria dos direitos fundamentais, diretamente interligado ao direito à vida e ao princípio da dignidade da pessoa humana. A saúde não pode ser algo que só se dá valor quando se perde, afinal, viver, de todas as experiências, ainda é a mais fascinante!
E é com esse sentimento que uma empresa aérea idônea e responsável para o serviço de UTI aérea – também chamado de transporte aeromédico – faz a diferença na garantia da sua saúde e dos seus familiares. A única empresa que realiza esse serviço em Roraima. Os ganhos que esta empresa está trazendo para a região, são de suma importância para a sociedade roraimense.
Uma aeronave com uma estrutura igual à de uma UTI hospitalar, com maca, equipamentos médicos avançados e medicamentos.
Médicos e enfermeiros com conhecimentos aeroespaciais e de fisiologia do meio aéreo, cursos de capacitação em UTI Aérea e suporte avançado à vida para realizar o transporte de adultos, crianças e neonatal.
Assim sendo, uma vida precisa ter o seu valor reconhecido, é importante saber que alguém se importa ao ponto de montar uma empresa para salvá-la.
A população merece uma empresa que tem aeronaves novas e confortáveis com todos os equipamentos necessários para intervenção urgentes, os mesmos usados numa UTI fixa hospitalar e no momento em que vivemos esse não é um privilégio pequeno, mas muito relevante.
Roraima não fica atrás dos grandes centros do Brasil. Todos os equipamentos tem padrão internacional e um serviço tão importante não pode passar despercebido.
O motivo da empresa investir numa UTI aérea, deu-se por conta de uma complicação renal que a proprietária da empresa, Maria Helena Lima teve em 2017, e precisou dos serviços de UTI aérea para ser transportada para um hospital de referência afim de salvar sua vida e não encontrou nenhuma empresa em Roraima nem em Manaus.
Dessa forma, teve que contratar uma empresa de São Paulo, o que colocou sua vida em risco pela distância. No final deu tudo certo, e ainda, os empresários identificaram uma oportunidade de negócio onde podem salvar muitas vidas.
No último sábado, o governador de Roraima deu uma entrevista àRádio Folha, informando à população que os pacientes com covid-19 seriam transportados através de UTI aérea para o Estado do Amazonas, uma vez que, o sistema em Roraima, estaria lotado. A população de Roraima merecia um serviço como esse.
O gabinete do Ministério da Saúde em Brasília contatou a empresa para fazer uma Cotação de preço do serviço de UTI, de Boa Vista a Manaus. A proposta apresentada foi de 14,80 o km, ou seja, um voo com paciente de Boa Vista a Manaus vai custar menos de 20mil reais. Outras empresas foram consultadas com valores de até 60mil para fazer o mesmo serviço, o que demonstra que o compromisso da empresa é com a vida!
Ocorre que existem muitas opiniões desfavorável a essa medida, mas como o hospital de base do Exército ainda não foi inaugurado, corre o risco de muitas pessoas morrerem sem atendimento e respirador. De acordo com uma reportagem local, já são mais de 55 doentes, dados de ontem, que estão na fila aguardando uma vaga na UTI de Roraima.
Não é o ideal, mas nesse momento difícil, talvez seja a única forma de amenizar o sofrimento e a morte de pessoas com o vírus. E as UTI aéreas demonstram ser um meio seguro de transporte com menos riscos e é importante valorizar a iniciativa da empresa roraimense.
A saúde dos roraimenses é a coisa mais importante no momento e o maior erro que se poderia cometer seria sacrificar os seus cuidados a qualquer outra vantagem.
Afinal, entusiasmo e paixão para salvar vidas são aspectos que jamais deverão ser esquecidos!
*Advogada, Juíza Arbitral, escritora, apresentadora de TV, colunista. Personalidade da Amazônia e Personalidade Brasileira. Pós graduada em Direito Processual Civil e direito de família, Mestre em Desenvolvimento Regional da Amazônia. Baixe o aplicativo Dolane Patrícia
**Maria Helena Lima, empresária do ramo de transporte terrestre e aéreo. Acadêmica do curso de Direito
Biodiversidade: a peça mais importante para um futuro sustentável
Malu Nunes*
Por sua capacidade de mover-se por todas as direções do tabuleiro, a rainha (também conhecida como dama) é considerada a peça mais importante do xadrez, capaz de determinar a vitória ou a derrota de um jogador. Quanto maior a aptidão de um indivíduo às mudanças de cenário, maiores suas chances de êxito. No planeta Terra, também podemos identificar um fator capaz de definir nosso sucesso enquanto espécie: fora do tabuleiro, a biodiversidade é a rainha.
Não por acaso, neste ano o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) elegeu o tema para as comemorações do Dia Mundial do Meio Ambiente. A data é fixada em 05 de junho, mas as celebrações se estendem pelo mundo durante todo o mês. A ideia é enfatizar que “somos completamente dependentes de ecossistemas saudáveis e vibrantes para nossa saúde, água, alimentos, medicamentos, roupas, combustível, abrigo e energia”.
Diante do contexto de mudanças climáticas e dos efeitos da pandemia da Covid-19, precisamos de um olhar mais atento para a nossa relação com todas as formas de vida. Já não passa despercebido o fato de que, ao combater a degradação e incentivar a conservação da natureza e de toda vida que nela habita, fortalece-se uma rede orgânica de cooperação. Sem esse esforço coletivo, muitas das tecnologias que hoje se conhece, não existiriam.
Ao pensarmos em atividades econômicas, é impossível ignorar o papel que a biodiversidade exerce sobre cada uma delas. O próprio agronegócio, por exemplo. Não é possível desenvolver uma indústria agropecuária sem a diversidade genética presente nos microrganismos que garantem a qualidade do solo e os nutrientes necessários para o crescimento das culturas e, na ponta final, a geração de alimentos.
Além disso, sem o importante trabalho de espécies polinizadoras, como abelhas, borboletas ou aves, as propriedades rurais produziriam menos e com menor qualidade. E o que dizer da pesquisa científica, da produção de medicamentos, que busca na natureza os princípios ativos das plantas? Quanto do setor turístico depende dos ambientes naturais e das diversas espécies que promovem o ciclo da vida?
A ciência tem um papel fundamental nessa integração entre economia e biodiversidade. Mesmo diante da riqueza da diversidade de vida na Terra, estima-se que, com todos os estudos e pesquisas realizados pela humanidade, 86% das espécies terrestres e 91% das que habitam os oceanos, continuam desconhecidas pelo homem.
E o que acontece quando perdemos o que ainda não conhecemos? Um relatório divulgado este ano pelo Fórum Econômico Mundial, colocou a perda da biodiversidade como o terceiro risco de maior impacto para o planeta nos próximos 10 anos. O mesmo documento estima que os bens e serviços produzidos pelos ecossistemas somem um tot
al de US$33 trilhões/ano – praticamente o Produto Interno Bruto da China e dos Estados Unidos, combinados.
Com a maior diversidade biológica do mundo, e organizações que clamam por políticas de conservação, o Brasil poderia ser referência nessa empreitada. Todas as nações precisam compreender que proteger a biodiversidade é proteger as liberdades individuais e coletivas das pessoas, promovendo a geração de riquezas e a qualidade de vida para a população. Quanto maior a adesão dos governos na construção de políticas públicas que tenham a biodiversidade como peça importante, maiores as nossas chances de vitória.
*Diretora executiva da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.
Cuidado com o que você vê
Afonso Rodrigues de Oliveira
“A beleza não é qualidade própria das coisas. Ela existe no espírito de quem a contempla. E cada espírito percebe uma beleza diferente.” (Gabriel Chalita)
Depois de um dia maravilhoso aqui na Ilha, hoje o tempo está meio maroto. Não há frio, mas, mesmo assim, muita gente caminha agasalhada como se estivesse friinho. E aí o cara aqui caiu na besteira. Tive que ir à Prefeitura e me agasalhei. Quando voltei, cheguei à casa molhado de suor, como se tivesse tomado chuva. Aí me perguntei quando seria que iria aprender a ver o tempo escondido nas nuvens enganosas. Fui até à varanda e fiquei contemplando o tempo agora firme, e rindo de mim. Voltei pra sala e liguei o televisor. Foi outra tolice, a segunda do dia.
Confesso que pelo que ouvia, na televisão, fiquei tentado a usar a máscara. Meneei a cabeça e desliguei o televisor. E como é que você pode ficar refletindo, dentro de casa, trancado e sem poder sair, nem mesmo ali na Praça, e brincar com os quero-queros. Mas não me aborreci. Olhei para o céu, que não é céu nem é azul, e ele estava azulzinho. Sorri e resolvi vir conversar com você. Só não pensei se você estaria ou não, disposto a conversas de botequim. Mas isso, na verdade, não impede quevivamos nossas avidas como elas devem ser vividas. E como ainda não somos um povo independente, vamos ter que aturar a independência dos que se julgam responsáveis pela nossa dependência. O que faz com que ela continue presa à nossa incompetência.
Mas vamos parar de ranzinzice e fazer nossa parte como ela deve ser feita. O que não é fácil. Continuamos marionetes dos que determinam como devemos viver. Porque você não tem que ficar triste, preocupado, ou preocupada, com os destemperos da Natureza, que nos mantém destemperados. O que você, eu e todos nós, devemos fazer é o que nos é recomendado pela evolução racional. Porque se não aprendermos a viver dentro da racionalidade, continuaremos à mercê da necessidade na evolução. E assim nunca evoluiremos, e continuaremos tentando viver o que os outros dizem para vivermos.
Olhe sempre com amor para tudo que quiser ver. A beleza está no seu espírito. E por isso nem sempre vemos o que queremos ver no que olhamos. E nosso espírito está no nosso grau de evolução racional. Enquanto nós não evoluirmos racionalmente, continuaremos sofrendo os trancos causados pela evolução do Planeta Terra. Não perca seu tempo com problemas naturais. Eles fazem parte da vida. O importante é que aprendamos a viver. E tudo vai depender de cada um de nós. Então vamos nos valorizar para que mereçamos nossa volta ao nosso mundo de origem. Pense nisso.
*Articulista
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