Bom dia, Hoje é quarta-feira (1° de julho). E metade deste acidentado 2020 já se concluiu. Está sendo um ano até agora perdido do ponto de vista econômico, mas que pode ser aproveitado como um período de imenso aprendizado, que revelou algumas de nossas mazelas estruturais e que devem ser enfrentadas se quisermos construir uma sociedade mais afluente e sustentável. Dentre essas mazelas, sem dúvida alguma -e já dissemos isso daqui deste espaço-, está a reveladora  condição de uma pátria que abriga uma sociedade com tanta desigualdade de riqueza; que moral, social e economicamente; mostra-se insustentável. Não dá para continuar a viver num país cuja esmagadora maioria da população está excluída dos benefícios e dos efeitos da geração de riqueza.

Outra verdade revelada nestes primeiros seis meses de 2020 é que os brasileiros e as brasileiras precisam mudar rapidamente a maioria dos políticos que elegem. A estarrecedora revelação de que dezenas de governadores -ontem, quarta-feira (30.06) mais um governador, o do Amazonas (Wilson Lima) esteve às portas da cadeia-, prefeitos, parlamentares e outros servidores públicos graduados não de apiedaram com a morte dos quase 60 mil mortos pela Covid-19, e aproveitaram o afrouxamento da legislação regulamentadora na compra e contratação de serviços, para roubar o dinheiro público destinado a combater a pandemia é, simplesmente, estarrecedora. O nível de corrupção no serviço público brasileiro é inaceitável, e muito menos é sustentável.

O pior é que nesse cenário de desigualdade social estrutural, e de corrupção deslavada, o  principal órgão estatal brasileiro de fiscalização, o Ministério Público Federal (MPF) é acometido por uma briga intestina que revela uma, aparente, decisão da cúpula do órgão de não priorizar mais o combate à corrupção, como se a Operação Lava Jato já tivesse atingidos seus objetivos, e portanto, deve ser esvaziada. As demonstrações de roubalheira do dinheiro público, mesmo nessa quadra de imenso infortúnio de quase todos os brasileiros revela o fato de que os efeitos da Lava Jato, sequer fizeram os políticos mudarem suas condutas no manuseio da coisa pública.

LONAS A Prefeitura Municipal de Boa Vista (PMBV) abriu processo licitatório para a “Aquisição de Lona Dupla Face”, com a finalidade de embalar cadáveres infectados pela Covid-19. As propostas devem ser entregues até o dia 14 de julho na CPL. No mês passado, a prefeitura comprou sem licitação, 150 serviços funerários, incluindo caixões e translado de cadáveres até o cemitério, para enterrar exclusivamente vítimas de coronavírus nos cemitérios da Capital. O pedido foi feito de forma emergencial e quatro empresas foram convidadas a apresentar propostas. Segundo o Termo de Referência 006/20 a empresa escolhida foi contratada pelo valor de R$ 164 mil para realizar o serviço funerário.

IBGE 1 O IBGE divulgou nesta semana uma atualização da malha municipal da região. Os limites da Amazônia Legal foram se estendendo em função da área de atuação da Sudam – a Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia. Atualmente são mais de 5 milhões de km², o que corresponde a 58,9% do território nacional. Os nove estados que compõe a chamada Amazônia Legal continuam sendo: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão.

IBGE 2 Segundo o IBGE, no mapa constam as divisas estaduais, limites municipais e posições das sedes das cidades que constituem a base logística para o controle estratégico do território e para a exploração econômica da região. A Amazônia Legal foi delimitada pela primeira vez em 1953. A atualização do mapa pelo IBGE ocorre a cada cinco anos.

VAI APOIAR  Com postura política quase sempre de esquerda -elegeu-se pelo PDT-, tanto no discurso quanto nas votações, no Senado, o senador roraimense Telmário Mota (PROS) anunciou uma aliança inesperada com o presidente Jair Bolsonaro (Sem partido). O senador, que chegou a mudar de sigla após seu antigo partido, o PTB, declarar apoio a Bolsonaro no segundo turno das eleições de 2018, afirmou que vai apoiar o presidente nas votações após ter uma reunião a portas fechadas com Bolsonaro.

OBRAS E AGLOMERAÇÃO  O Ministério Público de Contas (MPC) entrou com representação no TCE pedindo a paralisação das obras em Boa Vista para evitar contaminação dos trabalhadores e aglomeração nas obras, entre elas a restauração da malha asfáltica. Ao que parece a recomendação tem que seguir para o interior também. Em Mucajaí, a prefeita Eronildes (Nega) Lopes (PL) fez essa semana solenidade para iniciar várias obras. Além dos trabalhadores e máquinas, o evento estava lotado de convidados, que se aglomeravam. Deve ser tudo por conta do calendário eleitoral.  

IMBRÓGLIO O governo estadual, através da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), precisa aperfeiçoar e auditar melhor os dados oficiais de mortes, contaminações e internações por conta da Covid-19. Os números não batem quando são analisados com mais cuidados. Por exemplo, sobre internações, os números indicam que o Hospital Geral de Roraima (HGR) já poderia voltar a dar prioridade ao atendimento a outros pacientes desde que os pacientes com Covid-19, ali internados fossem transferidos para o hospital de campanha, da Operação Acolhida, que segundo as declarações oficiais já teria mais de 200 leitos disponíveis. Ou será que as notícias não batem com a realidade?