Opinião

OPINIAO 10532

PERDER PARA GANHAR

Debhora Gondim*

Somos seres racionais dotados de desejos, paixões e que tendem a planejar. Construímos e sonhamos com situações que se tornam importantes para nós ao longo da nossa vida. Como as decisões custam para nós! Somos limitados pelo espaço e tempo. Nossa natureza caída não nos permite ter uma visão além do que podemos ver.

Mas por outro lado temos um Deus que é bom.  Deus que é onisciente e onipresente. Atributos que atesta que Ele sabe e vê além. Nada e ninguém o limita. Sabe o que realmente devemos gerar e o que devemos renunciar. Deus recompensador. Recompensa que será plenamente desfrutada na volta de Cristo. Será maior do que tudo o que renunciamos aqui.

Quando obedecemos à ordem de Deus para renunciarmos paixões, hábitos e pessoas em nossas vidas poderemos ver nascer novamente mais forte e restaurado. Como vemos na vida de Abraão e de tantos outros heróis da fé. Poderemos receber de volta, em um momento que Deus nos perceba preparados. Tudo com a certeza de que quem faz crescer, que quem restaura é Ele.

Apesar de que existirão momentos em que o que renunciamos não voltará as nossas vidas, pois traria distanciamento da presença do Pai. Pois tornaríamos e voltaríamos a fazer daquilo ou daquele um ídolo. Disputando espaço, em nosso coração, com o Espírito Santo. Existem coisas que talvez nunca estejamos preparados para ter e/ou receber, devido a nossa humanidade caída.

Renunciar significa matar nosso ego. Negar completamente a nossa natureza caída. Renunciar a ilusão de que temos sabedoria e força. Nosso censo de direito. Nossas paixões mundanas. Nossos planos que não condizem com a vontade de Deus. Significa carregar a cruz e seguir a Cristo. Exigirá decisão. Não será fácil o processo. Trará dor e morreremos para nós a cada renuncia. Ficaremos irreconhecíveis, pois estaremos um pouco mais em conformidade a imagem de Cristo.

Quando renunciamos prostramos nosso coração diante de Cristo reconhecendo a nossa dependência Dele, “Sem mim nada podeis fazer” (Jo 15:5). Admitindo nossas fraquezas pessoais “Aquele, pois, que pensa estar em pé cuidado para que não caia” (1 Coríntios 10:12). Sendo forte através da Graça que está em Jesus Cristo.

Diante disso, caberá a nós exercer a fé de que o Senhor de nossas vidas nos ama e tem pensamentos de paz a nosso respeito. Trazendo consigo a Sua vontade perfeita. Caberá também entender que Ele é um Deus zeloso, que nunca permitiria que outro ocupe o lugar que pertence somente a Ele. Lugar este, comprado por um alto preço na cruz, por amor. (Êxodo 34:14).

Querido leitor, o que adiantará ao homem ganhar o mundo e perder a sua alma (Mateus 16:26). Quem quiser salvar a sua vida vivendo para satisfazer paixões e a esta cultura caída a perderá. Mas quem quiser renunciar a tudo, perdendo o modo ilusório de viver deste mundo por Cristo, a encontrará (Mateus 16:25). Como Paulo devemos afirmar: “Em nada considero a vida preciosa para mim mesmo” (At 20:24). O modo de satisfação deste mundo está perdido na eternidade. Mas aquele que renuncia o seu eu por Cristo ganhará a eternidade.  “Para mim, o viver é Cristo” (Fp 1:21).

Por fim, afirmaremos que somos discípulos de Cristo “Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo.” (Lucas 14:33) e afirmar também que “Nós, porém, não somos dos que retrocedem e são destruídos, mas dos que creem e são salvos.” (Hebreus 10:39)

*Teóloga e Professora

 

OS DESAFIOS PARA A REABERTURA DAS ESCOLAS

Do replanejamento acadêmico e medidas de sanitização, ao acolhimento socioemocional, recuperação e aprofundamento da aprendizagem, a hora é de pensar em estratégias para enfrentar o novo desafio da Educação Básica

Célia Bitencourt*

O enfrentamento à pandemia do novo Coronavírus continua. Enquanto alguns municípios e estados brasileiros estão iniciando análises e programando cronogramas para o retorno do ensino presencial, as escolas iniciam o novo desafio para incluir cuidados para a reabertura, tratar desigualdades no aprendizado e acompanhar a saúde mental de professores e alunos.

Muitos podem imaginar que tudo estará resolvido com a reabertura das escolas, mas a verdade é que essa será mais uma mudança na vida dos estudantes. Depois de meses em casa, eles terão que voltar à rotina de acordar cedo e a se relacionar fisicamente com professores e colegas em um cenário que ainda exigirá cuidados de prevenção ao vírus.

Do ponto de vista do planejamento pedagógico, o primeiro aspecto a ser observado e trabalhado é o acadêmico. É preciso replanejar todo o calendário escolar, repensar as avaliações escolares e criar maneiras de dar continuidade à transição e manutenção em paralelo entre o ensino remoto e o ensino presencial. Todos esses planos devem ser traçados a médio e longo prazos, pois o futuro da reabertura das escolas, infelizmente, ainda é incerto.

Tendo isso em vista, é fundamental pensar em diferentes maneiras de utilizar a estrutura da escola, combinando tecnologias e seleção de conteúdos já existentes (incluindo aqueles trabalhados remotamente durante a pandemia), para que o processo de aprendizagem seja o melhor possível, isso sem esquecer de manter a família engajada nesse novo cenário que também terá suas “novidades”.

Além de cumprir as 800 horas de aulas estabelecidas pelo MEC, o Conselho Nacional de Educação (CNE) recomenda que, no retorno às aulas presenciais, as escolas façam uma avaliação diagnóstica de cada estudante para verificar o que foi, de fato, aprendido no período de isolamento. Isso colocará em evidência os aspectos fortes e fracos de cada aluno, sendo capaz de precisar o ponto adequado de entrada em uma sequência de aprendizagem. A partir daí, será possível determinar o modo de ensino mais adequado e a forma do replanejamento dos conteúdos, sem esquecer o referencial pedagógico no desenvolvimento das habilidades em cada componente curricular.

Considerando que as escolas são feitas por pessoas, é preciso atentar-se ao acolhimento socioemocional dos alunos e como será feito o processo de recuperação e aprofundamento da aprendizagem. Uma das contribuições da escola nesse apoio aos estudantes é promover a reflexão sobre essa crise vivenciada por todos, seja pelos sentimentos que ela pode suscitar, seja porque o desenvolvimento do pensamento crítico é fundamental nessa fase. Quando possível, é válido realizar rodas de conversa sobre assuntos cotidianos, não necessariamente relacionados a conteúdos da escola, mas que possibilitem aos alunos um momento de interação social e de contato com outras questões que não sejam do ambiente doméstico ou relativos à doença.

Outro ponto extremamente importante para a reabertura das escolas pós-pandemia é o de sanitização. Para barrar a proliferação desse agente patológico na escola, o ambiente precisa ter seus espaços reorganizados. Os intervalos precisam passar por adaptações para que sejam evitadas aglomerações, além de haver restrição de visitas e estabelecimento de diretrizes de limpeza e higiene muito rígidas e claras.

O plano publicado pela Federação Nacional das Escolas Particulares listou 17 medidas sanitárias a serem seguidas pelas instituições de ensino da rede particular, mas que podem ser seguidas por qualquer escola e inclusive ser adaptadas para uso em organizações de outros segmentos. Os destaques ficam por conta de organizar todos os espaços para que os estudantes mantenham uma distância mínima de 1 metro de qualquer pessoa, a disponibilização de frascos de álcool em gel em todos os locais, uso obrigatório de máscaras e de troca a cada 3 horas para p
rofessores e alunos, e uso de calçados extras em sala de aula.

O fato é que não superamos desafios complicados, ainda vivenciamos tempos difíceis e novos obstáculos ainda surgirão até que tudo se normalize, ou uma nova realidade para a educação seja devidamente estruturada. Em meio a todo esse processo, uma coisa é certa: todos temos conquistado experiências. Esses conhecimentos precisam ser compartilhados para que esse período conturbado seja encarado com o menor desgaste possível.

Para que o processo de adaptação seja realizado da melhor forma possível, é essencial extrair o máximo potencial da sua equipe e dos colegas de trabalho, criando meios pelos quais eles possam trocar as boas práticas aprendidas e dialoguem. Isso sempre foi importante para as instituições de ensino, e em tempos de distanciamento social não deixou de ser e será ainda mais relevante para a reabertura das escolas.

*Assessora Pedagógica do SAE Digital

VOCÊ VAI VOTAR?

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“A condição mais substancial do voto é a sua liberdade. Sem liberdade não há voto.” (Rui Barbosa)

Às vezes fica até difícil entender o pensamento do Rui Barbosa. Mas a verdade é que quando somos obrigados a votar não estamos votando, mas elegendo o que dizem que devemos eleger. Simples pra dedéu. Então vamos mudar o rumo da velha piroga. Porque se levarmos em consideração, veremos que continuamos navegando em verdadeiras pirogas primitivas. Politicamente continuamos primários. Ainda não aprendemos o que deveriam ter nos ensinado no passado. Nada mas entristecedor do que você continuar assistindo aos espetáculos nauseantes nos blá-blá-blás de políticos que ainda não aprenderam a ser políticos.

“Ainda temos bons políticos, mas não temos mais estadistas”. Joaquim Barbosa também disse: “Somos o único caso de democracia que os condenados por corrupção legislam contra os juízes que os condenaram.” O Eça de Queiroz disse uma mais quente. Mas nunca tive coragem de citá-la para não ser mal entendido. Mas a verdade é que não tenho nada contra os políticos. O que realmente me incomoda são os maus políticos não deixarem os bons políticos trabalharem. E até quando iremos suportar isso, não sei.

Nem eu nem você. Mas sei que tudo vai depender do nosso desenvolvimento na educação, no Brasil. E como no universo de onde viemos e para onde iremos, não há unidade de tempo, vamos ter paciência, mas sem negligência nem descaso. Então vamos fazer nossa parte. E ela pode se iniciar nas próximas eleições.

Vamos assumir a responsabilidade pelo aperfeiçoamento da nossa educação. E devemos começar pela política. Temos que entender o valor e a importância da política para nosso desenvolvimento. “Identifica-se um país subdesenvolvido, pelo fato de nele ser a política a maior fonte de riqueza.” Identifica-se um mau político quando se tem habilidade para identificá-lo como um interessado na riqueza originada na política. E como temos tais “políticos”. Estou apostando como você conhece um montão deles. Então vamos mudar o rumo do navio. E cada um de nós é um timoneiro.

O importante é que saibamos escolher o orientador para que possamos dirigir o barco. E o orientador é o professor que tanto pode ser o da escola quanto o do lar. O que indica que devemos nos preocupar com a melhoria da nossa educação. Então vamos eleger políticos preparados para fazer o que devem fazer, como deve ser feito. Sei que esse assunto está lhe parecendo chato, mas fique na sua, porque ele, o assunto, é necessário. Temos que fazer nossa parte. Então vamos fazê-la, mas como ela deve ser realmente feita. Pense nisso.

*Articulista

Email: [email protected]

95-99121-1460