Bom dia,

Hoje é quinta-feira (13.08.2020). “O costume do cachimbo faz a boca torta”, diz um velho adágio popular, muito conhecido por quem já passou dos 50 anos. Nesses tempos de pandemia a verdade trazida neste adágio nunca foi tão importante, e sob dois aspectos: do ponto de vista do autoritarismo de governantes que invadiu a liberdade de cidadãos e cidadãs e da frouxidão nas regras de aplicação do dinheiro público. Tudo em nome do combate à pandemia trazido pelo covid19, que tem assustado o mundo inteiro e o Brasil também.

Do ponto de vista da supressão da liberdade de ir e vir, consagrado constitucionalmente; do fechamento compulsório dos negócios -especialmente daqueles tocados pelo pequenos-; a imposição de conduta em lugares públicos, como o uso de máscaras e do distanciamento entre pessoas; da obrigatoriedade para que as pessoas não frequentem lugares públicos, criando uma espécie de prisão residencial. Tudo isso entregue compulsoriamente à população como uma estratégia de combate a uma doença desconhecida -surgida na China-, que até agora não foi dobrada por tratamentos clínicos, e sem vacinas preventivas. O perigo do uso desse cachimbo é que os governantes gostem da ideia de exercer mais poder controlando a vida das pessoas e queiram seguir praticando esse controle no pós-pandemia.

De outro lado, o afrouxamento das normas e princípios na aplicação do dinheiro público -criado sob a justificativa de que a pandemia não era previsível e que exigia um enfrentamento imediato-, teve como consequência mais visível um festival de casos de corrupção em vários estados e municípios espalhados Brasil à fora. Governadores, prefeitos, empresários e servidores públicos desonestos aproveitaram, desavergonhadamente, da oportunidade para tungar uma grande parte dos recursos públicos destinados ao combate da Covid-19. E o fizeram à custa de milhares de vidas -cujo número já ultrapassa 104 mil-, com raríssima punição. Aqui o costume do cachimbo pode induzir esses governantes a seguirem gastando dinheiro público com regras frouxas e induzidoras de desvio pelos ralos da ineficácia e da roubalheira.

EMERGÊNCIA

O governador Antonio Denarium (sem partido) assinou, e fez publicar, decreto com objetivo de tornar emergencial a situação de todos os municípios roraimenses por conta da precária situação das estradas que compõem a malha viária -principal e secundária-, incluindo aí, centenas de pontes de madeira; por conta da estação chuvosa que é típica neste período no estado. O que torna estranha a utilização desse instrumento legal -que permitirá a contratação de empresas sem qualquer processo licitatório-, é que diferentemente da pandemia, a previsão de que estradas e pontes necessitam de reparos para enfrentar o período chuvoso é perfeitamente previsível, e deveria ter sido observada na elaboração e aprovação do orçamento estadual de 2020, que ocorreu ano passado.

DIFICULDADE

A grande maioria dos partidos que já lançaram pré-candidatos à Prefeitura Municipal de Boa Vista (PMBV) tem encontrado enormes dificuldades para atrair outras siglas para coligação de apoio à chapa majoritária, já que na eleição proporcional para vereador a coligação não permitida pela legislação eleitoral. Assessor de um pré-candidato disse à Parabólica que não são encontradas resistência do ponto de vista ideológico/doutrinário, mas quase sempre a exigência é de grana para financiar os candidatos/candidatas a vereador/vereadora de cada partido. E não interessa se a grana vem do fundo eleitoral ou do velho e conhecido Caixa 2.

NÚMERO

O número de pré-candidatos à PMBV, contado a partir de manifestações pessoais e dos dirigentes partidários soma, atualmente, 10. Segundo especialista ouvido pela Coluna este número tende a ser reduzido para seis, ou no máximo 8, o que implica que algumas negociações que estão em curso -e que devem ser finalizadas até o final deste mês de agosto-, devem resultar na junção de pré-candidatos em chapa única. A Parabólica não adianta os detalhes dessas negociações para evitar “barrigadas”, afinal, as “nuvens no céu da política”, mudam bastante e rapidamente, conforme a direção e intensidade dos “ventos”.

RÁPIDAS

O pastor-presidente da Assembleia de Deus em Roraima, Izamar Ramalho (Podemos) jura que sairá candidato à PMBV, apesar dos boatos de que poderia negociar sua desistência para indicar a esposa, Nazaré Ramalho, vice na chapa encabeçada pelo deputado federal Ottaci Nascimento ### Ramalho diz que seu partido o apoia integralmente, e teve cerca de 34.000 votos em Boa Vista na eleição para o Senado Federal em 2018. Esses seriam argumentos definitivos para afastar a possibilidade de sua desistência. ### E, enquanto a Parabólica era redigida, recebemos a notícia de que uma operação da Polícia Federal estava no prédio da Assembleia Legislativa do Estado (ALE) cumprindo mandados de busca e apreensão de documentos relativos a desvio de recursos federais para combater a pandemia da Covid-19, praticados por um parlamentar daquela Casa Legislativa. ### Ah! Sim. Antes de concluirmos, pedimos desculpas aos leitores/leitoras pela não circulação da Parabólica, ontem, quarta-feira (12.08). Problemas técnicos causados pela má qualidade da energia que nos é fornecida, causaram a perda de todo o arquivo da Coluna.