Bom dia,
Hoje é segunda-feira (14.09). Os brasileiros e as brasileiras começam a semana com a preocupação voltada para o aumento de preços. E como virou quase uma repetição, escolhem um produto para simbolizar que a inflação está corroendo com muita rapidez o poder de compra, especialmente, dos salários. E têm razão para tanto, afinal, o país experimentou uma persistente inflação por mais de 20 anos, que durou desde meados dos anos 60, do Século passado, até os anos 90 -exatamente até 1994, com a implantação do Plano Real-, ainda no governo de Itamar Franco. Foram anos terríveis, com a desorganização da economia e uma enorme concentração de renda, que transformou o Brasil numa das mais desiguais sociedades do planeta.
Depois de domada, só no segundo governo de Dilma Rousseff (PT), em 2016, tivemos um prenúncio da volta da inflação, quando os preços evoluíram a quase 12% ao ano. O susto foi tanto que o impeachment da então presidente teve grande apoio popular e veio das ruas a principal força para a decisão de deputados federais e senadores que a substituíram por Michel Temer (MDB). Nestes últimos quatro anos voltamos a conviver com índices de inflação sempre abaixo de 5%, e essa relativa estabilidade tranquilizou a população brasileira, que apesar de convier com uma crise econômica que produziu um brutal desemprego, viveu sob o manto de uma moeda forte, capaz de preservar a renda dos mais pobres.
O aumento de preços de alguns produtos que compõem a cesta básica, especialmente do arroz, ocorrido neste segundo semestre de 2020, acendeu a luz amarela no governo Bolsonaro, e está apavorando muita gente, de boa e má-fé. Logo voltamos a conviver com o fantasma de aumento de preços (inflação) e muitas vozes mais apressadas já estão prevendo o pior. Embora devamos ter cautela -combater a inflação é responsabilidade primária do governo, mas depende também do comportamento da população-, não teremos a volta da inflação nos níveis que muitos estão preconizando.
O desemprego, o fim do auxílio emergencial, as medidas facilitadoras de importação do arroz e, infelizmente, o fraco desempenho da economia neste momento de pandemia, são a garantia de que nos próximos meses teremos um processo de acomodação dos preços dos alimentos no Brasil. Quem viver, verá.
RECADO 1
Ontem, em entrevista ao programa Agenda da Semana, da Rádio folha FM 100.3, o superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (DNIT), engenheiro Marcelo Geber foi muito claro quanto à situação daquela unidade em matéria de disponibilidade de recursos para manter, e melhorar, a malha rodoviária federal de Roraima, que tem cerca de dois mil quilômetro de extensão. Decididamente os recursos existentes representam apenas 30% das necessidades para manter essas estradas em condições minimamente razoáveis de trafegabilidade. Faltam mais de R$ 200 milhões para que as obras projetadas, e em execução, possam ser concluídas até o próximo inverno de 2021.
RECADO 2
O superintendente estadual do DNIT afirmou que esses recursos necessários para a cumprimento do programa de trabalho da instituição só virão para o estado se houver um forte empenho da bancada federal de Roraima em Brasília, na apresentação de emendas ao orçamento da União par 2021, que começa a ser discutido no Congresso Nacional e deve ser aprovado até o final de 2020. Dentre outros projetos, a única obra de construção em execução pelo DNIT-RR, a pavimentação da BR-432 -que liga a capital do município do Cantá, à localidade de Novo Paraíso-, precisa de urgente suplementação de cerca de R$ 40 milhões para que possa ser concluída em maio de 2021. Sem isso, é mais uma obra que se arrastará por anos a fio.
PROPOSTAS
O programa Agenda da Semana, da Rádio Folha FM 100.3, entrevistou ontem mais dois candidatos à Prefeitura Municipal de Boa Vista: o deputado federal Antônio Nicoletti (PSL) e a ex-secretária administração Gerlane Bacarin (Progressistas/PDT). Os estilos e as propostas dos dois candidatos são bem diferentes e marcam programas de governo, que seguramente servirão para balizar a escolha do leitor. Com relação a questão dos serviços de água e esgotos, Nicoletti diz por exemplo, que ainda não tem uma posição definitiva com relação à privatização, ou não, desse serviço. Gerlane Bacarin, foi incisiva ao dizer que a PMBV não tem como montar uma estrutura a própria para realiza-lo, e por isso pretende renovar a concessão à Companhia de Águas e Esgoto de Roraima (CAER), e vai exigir para tanto melhoria na qualidade do serviço prestado pela estatal do estado. No domingo retrasado (06.09), o candidato Fábio Almeida (PSOL) disse que pretende municipalizar esse serviço.
OUTROS
Esta semana será decisiva para a definição dos demais candidatos à PMBV. Se forem confirmadas as pretensões já manifestadas por pré-candidatos, o cenário final de opções para os eleitores e as eleitoras boa-vistenses será formado por mais de uma dezena de candidatos. Como é natural, os burburinhos que saem dos bastidores da política local dizem da possibilidade de algumas desistências, bem como o lançamento de alguns candidatos, que absolutamente não constavam entre as possibilidades. O jeito é esperar.