Minha Rua Fala

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A IDADE MÁGICA DE 100 ANOS

Odília Pereira de Miranda- Personagem Viva da nossa História.

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Qual será a sensação de completar 100 anos de vida? Não sei. Mas, a senhora Odília Pereira de Miranda, sabe. Ontem, dia 13 de outubro de 2020, completou um Século de vida.

Odília Pereira de Miranda nasceu em Boa Vista no dia 13 de Outubro de 1920. É filha do casal Eduardo Pereira da Silva e Sylvia Garrido da Silva.

Odília Miranda casou-se com Antônio Batista de Miranda (“Mirandão”). O casal teve 9 filhos: Francisca das Chagas, Maria Luiza, Raimundo, Ernani, Ilka, Ceisther, Aglair, Reinaldo, e Nélgia. Pena que faleceram duas filhas: Maria Luiza Pereira Mendes e Aglair Pereira de Miranda.

Histórico: – Antônio Miranda (o “Mirandão”)-, foi um dos primeiros a trabalhar com metalurgia em Roraima. Miranda fez as grades, portas e janelas de ferro para os primeiros prédios públicos; portões para escolas e residências, além de equipamentos para montaria, no caso, estribos e esporas para cavalos, além de brida, ferraduras, cabeçote, arreios, e tinha até encomenda para fazer Sino de igreja. Sua oficina, ao mesmo tempo moradia, chamava-se “Oficina Progresso – de A.B. De Miranda”, e estava instalada em terreno próprio onde hoje é o novo prédio da Defensoria Pública, ao lado da Igreja Universal (na esquina das Ruas Sebastião Diniz, com Araújo Filho).

Mas, aquela casa-oficina era uma verdadeira casa de festas nos finais de semana e principalmente na época do carnaval, quando o “Mirandão” era aclamado o “rei Momo” da folia. Ele usou a coroa de rei Momo pela primeira vez em 1968, e por muitos anos seguidos, continuou como rei Momo (escolhido pelo povo).

 A escolha para ser o rei do carnaval era feita através da Rádio Roraima (quando a emissora funcionava no prédio do antigo Teatro Carlos Gomes). Os ouvintes telefonavam, escreviam ou iam pessoalmente manifestar o voto. Mas, a escolha recaia sempre no “Mirandão”.

A festa começava na casa dele e depois seguia em cortejo até a esquina da Rua Sebastião Diniz, esquina com a Avenida Jaime Brasil, no Centro, onde já o esperava a Banda de Música da Prefeitura (e, amigos com seus próprios instrumentos musicais). E, no embalo do carnaval havia desfiles das fantasias, pessoas em cima de um Jeep ou mesmo no chão, nas “batalhas de confetes”. A festa carnavalesca só terminava às 22h, quando era desligada a energia elétrica dos postes da cidade.

Depois de um descanso, as pessoas iam à noite para a União Operária e para as sedes dos Clubes de futebol onde aconteciam os Bailes Carnavalescos, tudo organizado e bem familiar.

A família do Miranda é privilegiada. Todas as filhas são bonitas. A NÉLGIA, por exemplo, foi várias vezes Miss GRESSB (título disputadíssimo, à época); além de Rainha da Exposição/Expofer, e destaque em todos os eventos em que participou.

A outra filha, a CEISTHER, foi Miss Roraima (representou o Território Federal de Roraima no Rio de Janeiro); também foi Rainha da Feira de Exposição, Garota do Esporte, Garota Verão, Garota Biquíni, etc, etc. E, devido ao pai que foi rei Momo por vários anos consecutivos e as filhas misses e rainhas, a residência do Miranda era chamada de a “Casa da Monarquia”, devido à “realeza” que ali habitava.

A Ceisther é nutricionista em Manaus e casada com Jaime Marques Brasil (roraimense e ex-prefeito de Manaus, filho de Aluysio Brasil e da senhora Salette Brasil). O casal tem um filho: o Advogado Jaime Marques Brasil Junior. E, a Nélgia é profissional da área da Saúde do Estado.

O patriarca da família, o senhor Antonio Batista de Miranda, nasceu em Manaus em 22/10/1910. Era filho de Alberico Batista de Miranda e de Maximiliana Soares de Miranda. Na juventude Antonio Miranda ingressou como Oficial na Marinha Mercante e, depois de viajar por vários países, retornou a Manaus. E, ao deixar a vida militar, veio para Boa Vista chegando no dia 10/05/1940, passando a trabalhar com fundição de metais. Casou a primeira vez com a senhora Palmira, com a qual teve 6 filhos; no segundo casamento, com a senhora Eva (Branca), mais 6 filhos; no terceiro, com a senhora Ilda, mais 4 filhos; e, no quarto e último, com a senhora Odília Pereira de Miranda (hoje ela completa 100 anos de idade).

Antônio Batista de Miranda faleceu no dia 16/11/1997, aos 87 anos de idade.

            A Câmara Municipal de Boa Vista o homenageou pondo seu nome numa rua em Boa Vista. A Rua Antônio Batista de Miranda inicia na Rua Z-6, no Bairro Equatorial, atravessa a Avenida Ataíde Teive, e finda na Rua Nivaldo Conceição Gutierrez, no Bairro Santa Luzia.