Bom dia,

Hoje é sexta feira (23.10).  E para aproveitar o final de semana  vamos começar hoje falando de novo de eleições municipais para contar duas cenas do que está ocorrendo durante o presente pleito com relação à eleição de Boa Vista. São dois episódios que marcam bem a forma como se faz política em Roraima, que alia candidatos dispostos a pagar com ,eleitores/eleitoras safados que fazem do processo eleitoral uma oportunidade para conseguirem dinheiro fácil e venderem seu voto e , que podem facilmente definir o resultado eleitoral.

O primeiro episódio diz respeito à uma apoiadores  de um candidato -não vamos dizer se à prefeito ou a vereador para evitar identificação-, mas, a história é rigorosamente verdadeira. “Realizamos reuniões da qual participam até cinquenta eleitores que durante a fala do candudato  fazem ‘cara de paisagem’ durante a narrativa sobre não vender votos, não votar em corruptos, renovar os quadros da política local, e tantos outros valores. Ao final, invariavelmente, muitos se aproximam para pedir ‘uma ajuda’ que vai desde o pagamento de contas de luz, compra de gás, pagamento de prestações, passagens, remédios e toda sorte de pedidos. E quando dizemos não, eles são agressivos e dizem  que por isso iremos perder. Eu não aguento tanta patifaria, e como faço cara feia, meu candidato pediu que eu não fosse mais para as reuniões”. É o desabafo de quem se recusa a aceitar tanta falta de cidadania.

O segundo episódio trata de fatos trazido à tona desde os bastidores do que se passa com relação à fidelidade de candidatos/candidatas a vereador/vereadora aos respectivos candidatos/candidatas a prefeito de seus respectivos partidos e coligações. Conta-se, às escancaras, que os assessores de candidatos a prefeito  acompanham o desempenho nas pesquisas de intenção de votos na eleição de vereador. Quando algum candidato/candidata mostra bom desempenho é procurado com a proposta de ‘ajuda’ para que passe a pedir votos para o outro candidato uma oferta que varia de R$ 50 mil a R$ 300 mil -inclusive uma cota semanal de combustível-, dependendo do índice de intenção de voto. A grana, ou parte dela, só é entregue quando o candidato “comprado” faz uma reunião de apoiadores com cerca de 100 eleitores. 

É evidente que ambas as práticas narradas atingem milhares de eleitores, que sem qualquer pejo e respeito ao legítimo processo democrático da escolha, pelo voto, dos melhores candidatos e de suas propostas, o que é capaz de influenciar o resultado final do pleito. Se contamos, com tristeza tudo isso, é para motivar o que resta de bom nesta sociedade contaminada pela corrupção, para a reflexão e ação contra esse verdadeiro o balcão de negócio em que se transformou a eleição em Roraima. Bom final de semana.

DESDE CEDO

Sobre essa história de transformar as reuniões de eleitores em momento para “pedir/comprar” votos, vale à pena lembrar de um famoso político de Roraima que comparecia aos encontros com os bolsos cheios de dinheiro, com cédulas de diferentes valores em cada bolso. Quando ele chagava, ou saía, a molecada, que já sabia da bandalheira corria atrás dele pedindo dinheiro, que ele atendia metendo a mão no bolso e distribuindo as cédulas de menor valor. Quer dizer, desde cedo ele ensinava as crianças pobres a esperteza de vender votos. Ah, sim! Com as cédulas de maior valor ele ‘comprava’ votos de jovens votantes e adultos pedintes. Foi um vícios trazido para a prática política roraimense, que até hoje não foi possível corrigir.

DE BRASÍLIA

Fontes da Parabólica garantem que a condução, e execução, das recentes operações para combater o desvio do dinheiro federal que veio para combater o Covid19 partiu diretamente da Controladoria Geral e da Polícia Federal de Brasília. Os agentes locais não estavam envolvidos no episódio que tanta repercussão produziram na opinião pública, inclusive, da descoberta de dinheiro na cueca do senador Chico Rodrigues (Democratas). Talvez por isso, a imprensa local não teve acesso a outras informações que levaram o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso a decretar o afastamento por 90 dias -que perdeu efeito depois do pedido de licenciamento por 121 dias-, de Chico Rodrigues do Senado Federal.

COBRANÇA

Após ampla mobilização para cobrar a aplicação de recursos no valor de R$ 10,7 milhões, oriundos da Lei Aldir Blanc – que estão depositados nos cofres estaduais-, representantes de segmentos culturais conseguiram reunir-se com o governador Antônio Denárium. O encontro, realizado na noite dessa quarta-feira (21), foi para pedir agilidade na liberação do auxílio emergencial para a classe artística de Roraima. Só há um problema: o Fundo Estadual de Cultural só atende a pessoas jurídicas, enquanto a Lei Aldir Blanc contempla também pessoas físicas. O governador prometeu dar celeridade à modificação da lei estadual junto à Assembleia Legislativa. Só não falou em prazo.