Olhar para o passado em Roraima e ver o presente infelizmente 11028

Bom dia,

Hoje é terça-feira (10.11). Na reta final das eleições municipais Parece ser razoável relembrar algumas coisas que marcaram o nosso atraso, e a natureza do nosso desenvolvimento nas últimas décadas. Amapá, Rondônia e Roraima foram criados na mesma época (1943) por decisão do presidente Getúlio Vargas. Tinham semelhantes condições infra estruturais, econômicas e populacionais nas três primeiras décadas após sido criados como Território Federal, mas começaram a ser diferenciados a partir do final da década de 70 no Século XX, especialmente no governo do último general-presidente (João Batista Figueiredo) do ciclo militar.

Desde o golpe de 1964, os governadores dos Territórios Federais eram nomeados pelo presidente da República, por recrutamento de coronéis do Exército, da Aeronáutica, e posto equivalente da Marinha. Cada força militar tinha seu quinhão cabendo ao Exército indicar o governador de Rondônia; a Aeronáutica indicar o de Roraima e, finalmente, a Marinha do Brasil indicar o governador do Amapá. Em 1979, João Figueiredo nomeou para governar Rondônia, o coronel da reserva do Exército Jorge Teixeira; para o Amapá foi o comandante Aníbal Barcelos; e para Roraima veio o brigadeiro da reserva -recém promovido-, Ottomar de Sousa Pinto.

Aí, começaram a ser traçadas as linhas que marcariam definitivamente as diferenças entre, especialmente Rondônia e Roraima. Jorge Teixeira havia sido prefeito biônico de Manaus e teve sua administração marcada por obras de infraestrutura que mudaram e modernizaram radicalmente a capital amazonense, que começava a ter consolidada o Parque Industrial Eletroeletrônico e de duas rodas. Ao chegar governador de Rondônia, Teixeira seguiu como um administrador técnico -nunca foi atraído para fazer carreira política-, e criou as condições econômicas para transformar Rondônia em moderno e sustentável polo de atividades agroindustrial. Teixeira deu um chute na economia do contracheque chapa branca.

E Roraima, hein? Desde lá, a economia roraimense patina numa quase minguante economia do contracheque. Desde que passou a ocupar o Palácio do Governo, que na ocasião fora batizado de Palácio 31de Março, Ottomar Pinto nunca escondeu sua decisão de utilizar o cargo como trampolim para virar político profissional e fez de seu governo uma usina de populismo desbragado, que incluía a distribuição de buchos, peixes, brinquedos de plásticos, tábuas, telhas, e farta distribuição de terras urbanas sem infraestrutura. Atingiu seu objetivo de virar político, sendo eleito em 1990, o primeiro governador do estado, transformado Território pela Constituição Federal de 1988.

Essas lembranças históricas servem para que, nesta reta final das eleições municipais, nosso eleitores/eleitoras reflitam sobre a natureza e o caráter da maioria dos nossos políticos. Já perceberam que quase nenhum deles fala sobre o que pretende fazer para mudar o perfil da economia dos municípios roraimenses? Eles sabem que o nosso eleitor foi acostumado a votar em propostas populistas, e em muitos casos, vender o voto, que em Roraima tem até preço de mercado: cem reais.

Ah! Sim. Com o lançamento da nota de R$ 200,00, os mais espertos elevaram seus preços para uma nota da moeda que traz o lobo Guará como personagem homenageado pelo Banco Central.

SERÁ?

A Parabólica ainda não tem a confirmação da notícia, mas antecipa apenas para ser acompanhada pelos que devem ser interessados nela. Com a crise no fornecimento de energia elétrica no Amapá, fontes da Coluna dizem que de Roraima estariam sendo enviados para a capital daquele estado 12 grupos geradores que fariam parte do esquema de back-up do parque gerador térmico do estado. Esses grupos de pequenos geradores teriam sido transportados por aviões da Força Aérea Brasileira (FAB). A conferir.

LIVES ELEITORAIS

Preocupado com o avanço de candidaturas que podem se opor a seu projeto de reeleição em 2022, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) resolveu que fará  lives, diariamente durante esta semana que antecede o dia das eleições pedindo votos para aliados candidatos a prefeito e vereadores nalguns municípios, que considera estratégicos ou onde seus amigos mais próximos são candidatos. Será um espécie de “Horário Eleitoral Gratuito do Jair Bolsonaro”.  Ontem, ele renovou o pedido de voto para o candidato a vereador de Boa Vista, Deilson Bolsonaro (Republicanos). É, realmente fato inédito na política tupiniquim. Será que vai dar certo?

RÁPIDAS

Com o pagamento do benefício emergencial do governo federal por conta do Covid19, e mais a autorização para saques do FGTS, mais de R$ 130 bilhões serão injetados na economia brasileira até o final deste ano. Por isso, não é razoável espera que haja uma redução nos preços dos alimentos nos próximos meses. ### E o governo estadual promete vender a pequenos agricultores algumas toneladas de milho e soja, que foram recebidas como pagamento dos grandes produtores pelo estoque e beneficiamento dos produtos nos silos do Monte Cristo. Esses silos eram administrados pela Cooperativa Grão Norte, e foram retomados pela Secretaria Estadual de Agricultura e Pecuária depois daquela roubalheira, até agora impune. ### Até amanhã.