Bom dia,

Hoje é segunda-feira (01.03). Começamos a redigir a Parabólica, premeditadamente, um pouco mais tarde (9h). A intenção foi a de saber sobre os números da pandemia em Roraima. Vamos lá, o que conseguimos apurar: a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) não informou o número de mortes nos estado causadas pela Covid19 -nos últimos dias, a imprensa nacional divulgou que o número de mortes em Roraima por conta do vírus chinês está diminuindo-; as autoridades estaduais não dizem se o sistema estadual de saúde está em colapso, especialmente sobre a lotação dos leitos de Unidades de Tratamento Intensivo-; as mesmas autoridades negam a falta de medicamentos nos unidades hospitalares, todas as vezes que a população reclama da ausência deles -no máximo acusam servidores de desviá-los-; e, ao final de contas, até tranquilizam os roraimenses dizendo que o governo estadual está providenciando a compra de 500 mil doses de vacinas.

É a partir deste cenário, quase cor-de-rosa, que se deve analisar o recente decreto assinado pelo prefeito de Boa Vista, Arthur Henrique (MDB), que estabeleceu novas regras de endurecimento para o funcionamento das atividades econômicas no âmbito município, bem como “recomendou” ao governo estadual que não deixe falar medicamentos nas unidades estaduais de atendimento à população. As medidas adotadas pelo dirigente municipal de Boa Vista, como era de se esperar, dividiram a opinião dos “especialistas” que infestam as redes sociais sobre suas eficácias. O interessante é que tais “especialistas” quase sempre dizem suas “respeitáveis opiniões” motivados por seus interesses políticos: os apoiadores do prefeito falam do acertos das medidas, enquanto seus adversários descem o porrete contra as medidas adotadas.

Sem querer tomar partido, parece que as autoridades, estadual e municipal, utilizam de óculos que mostram tanta discrepância entre seus olhares sobre a realidade local. O óculos que mostra uma realidade quase cor-de-rosa para as autoridades do estado, não é o mesmo que exibe um quadro caótico para os dirigentes do município. No meio dessa visão tão diferente de ver a realidade, que devora tantos empregos e mata tanta gente, está uma população, também dividida, entre os que têm vontade de seguir os cuidados sanitários preconizados pelos cientistas -que seguramente representam a minoria-; e os que seguem, como o próprio presidente da República, desafiando a capacidade de infecção do vírus chinês, agora na ocorrência da cepa brasileira.

Pobre população roraimense, especialmente aquela que não se comporta como rebanho, que segue, cegamente, a orientação de suas lideranças políticas que, infelizmente politizaram uma crise tão profunda que parece não ter fim. Politizaram tanto, que não conseguiram sequer providenciar a tempo, a única saída até agora visível que é a vacinação em massa da população. Enquanto alguns países já vacinaram até 50% de suas populações, aqui exibimos vergonhosos 6%.  Lamentável, especialmente porque nossa população parece não estar disposta a responder nas urnas contra essa lamentável demonstração de incompetência e dissidia.

PERDA 1

É claro, todas as perdas humanas são importantes, especialmente para os mais próximos das vítimas. Algumas, por exemplo, ultrapassam o nível familiar e alcançam repercussão social. Este é o caso da morte por Covid19, do empresário e pai de família José Almir (Zé Almir) de Lima, morto na semana passada, depois de ser levado em UTI/avião até São Paulo. Zé Almir foi parceiro por vários anos aqui do Grupo Folha, sempre solícito todas as vezes que era chamado para atender problemas elétricos em nossas instalações. Simples e competente, ele mesmo atendia nossas solicitações acompanhados de seus auxiliares. Pioneiro como técnico e empresário, Zé Almir era sabido por como exemplo de marido, de bom filho, bom pai e amigo muito leal. Ficam aqui nossas condolências a sua dedicada esposa e companheira; e as seus filhos, dos quais ele tinha muito orgulho.

PERDA 2

Também na semana passada, Roraima perdeu para a Covid19 uma pessoa importante para nossa história, Trata-se da morte de Zenilda Dias Fraxe, uma senhora elegante e discreta que deixou entristecidos seus filhos e amigos. Filha de um dos mais importantes pecuaristas de Roraima, Bernardino (Gaúcho) de Souza Cruz Dias e de sua esposa Alcinda Marques Dias, D. Zenilda era viúva de outro pioneiro, no comércio roraimense, Abdala Fraxe, que foi junto com Said Salomão, dono da A Bandeirantes, uma das lojas mais antigas e importantes do comércio local, que ficava situada ali no final da Avenida Jaime Brasil. A Parabólica registra com tristeza sua morte e estende condolências aos seus filhos e netos.

CAVERNAS

Ontem, no programa Agenda da Semana, da Rádio Folha FM 100.3, o economista Haroldo Amoras disse que essa história de mandar a população ficar trancafiada em casa, para se livrar do contágio da Covid19, não tem nada de científico. Ao contrário, como a ciência falhou, até agora, no combate ao vírus chinês, os cientistas, feito os antigos chefes tribais, mandam que a população fique em casa; da mesma forma que os chefes mandavam a população da antiguidade ficar nas cavernas, todas as vezes que as intempéries, os animais selvagens e os adversários a ameaçavam.