Bom dia,
Hoje é terça-feira (02.03). E os políticos brasileiros, se não conseguem viabilizar uma saída para a crises, econômica e sanitária, profundas que estão abatendo o ânimo e a paciência de todos no país, parecem pródigos em criar confusões entre si, parecendo que as inventam para encobrir a própria incompetência para dar respostas efetivas aos desafios que deveriam ser enfrentados. A última é a publicação pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) sobre o montante do repasse de recursos federais para que os estados e municípios enfrentassem os efeitos, e a própria pandemia da Covid19. Nos números do Palácio do Planalto, estados e municípios teriam recebido em 2020 quase R$ 900 bilhões -incluindo o dinheiro repassado aos habitantes de cada estado por conta do auxílio emergencial-, de repasse da União Federal, o que indicaria duas situações: primeira, o governo federal teria cumprido seu papel, de supridor de recursos as unidades federadas, conforme determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF); segunda, se tiveram recursos e não foram competentes no enfretamento da Covid19, governadores e prefeitos seriam os principais responsáveis pela caótica situação atual.
A reação da maioria dos governadores não tardou. Ontem, segunda-feira, um dia após a divulgação presidencial – para variar, através de redes sociais, onde não é possível o contraditório-, 19 governadores de estados divulgaram um manifesto onde desmentem os números e dizem que esse divisionismo não ajuda os brasileiros e as brasileiras no enfrentamento da crise. Alegam, entre outras coisas, que Jair Bolsonaro confundiu premeditadamente alhos com bugalhos, ao misturar repasse oriundos de obrigações constitucionais com recursos chamados de voluntários, estes sim, transferidos especificamente para o combate da pandemia provocada pelo vírus chinês. E para não levar o desaforo pela cara, os 19 governadores retrucaram o presidente indagando o que fez o governo federal com outros R$ 600 bilhões arrecadados dos contribuintes brasileiros no ano passado.
É assim neste tiroteio verbal entre prováveis adversários nas eleições gerais de 2022, que caminha o Brasil. Ninguém parece estar interessado na busca da verdade, mas decidido em buscar uma versão que desgaste o adversário. E nessa guerra, seguramente, não há mocinhos, sendo que a vítima são os mais de 200 milhões de brasileiros e brasileiras obrigados a enfrentar um brutal desemprego e uma crise sanitária devastadora que já matou mais de um quarto de milhão de pessoas vítimas do Covid19.
Para repor um mínimo de verdade nesta última arenga entre o presidente e os governadores, é preciso dizer que os dirigentes estaduais estão certo em dizer que o montante transferido a estados e municípios para combater a Covid19 em 2020 foi no montante aproximado de R$ 90 bilhões, ou seja, 10% daquele total anunciado por Jair Bolsonaro. Por outro lado, não assiste razão aos governadores insinuar que o governo federal não justifica os cerca de R$ 600 bilhões restantes, decorrentes da arrecadação de impostos em 2020, na verdade ignoram que a dívida pública federal passou dos R$ 5 trilhões, gerando o pagamento bilionário de impostos, além do déficit da Previdência social. Tem sido assim no Brasil, nos últimos anos, ninguém está interessado em discutir seriamente os problemas do país, mas procurar os erros do adversário para tentar miná-lo. É lamentável
NÃO ASSINOU
Sete governadores -cinco de estados e o do Distrito Federal-, não assinaram o manifesto contra as declarações do presidente da República, Jair Bolsonaro, à cerca da transferência de recursos federais a estados e municípios para combater os efeitos da Covid19, em 2020. Entre os que deixaram de assinar o documento está o governador de Roraima, Antônio Denário (sem partido), fiel aliado político do presidente em qualquer circunstância. Correligionários de Denárium dizem que nada o afastará do projeto político de Jair Bolsonaro para 2022.
MAIS VACINA
A Parabólica anuncia que devem chegar até amanhã, quarta-feira (03.03) algo em torno de 8.800 doses da vacina Coronavac a Roraima, que serão entregues à Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) para serem entregues aos municípios. Este montante só foi possível porque além da cota normal destinada ao estado (2.800 doses), o Ministério da Saúde decidiu mandar uma cota extra (6.000 doses) a Roraima por conta da grave situação local da pandemia. É claro, teve a ajuda do ex-deputado federal Airton Cascavel, que é assessor do ministro Eduardo Pazzuelo e conhece a situação local.
RÁPIDAS
Fontes da Parabólica dizem que o saldo financeiro do Fundo Estadual de Saúde, administrado pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) ultrapassa a R$ 260 milhões. Dinheiro para comprar vacinas não é problema, pois. ### Alguns deputados federais e senadores já ameaçam elevar de R$ 250,00 -proposto pelo governo-, para R$ 600,00 o valor do Auxílio Emergencial a ser definido através de Proposta de Emenda Constitucional (PEC). Vai ser o primeiro grande embate entre o Congresso Nacional e a equipe econômica do governo, depois das eleições para presidente da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. ### Pois é, gasolina, diesel e gás de cozinha estão mais caros a partir de hoje. Mas, dificilmente será o último reajuste antes do atual presidente Roberto Castello Branco deixar a presidência da Petrobrás. Fontes da petroleira dizem que ainda há uma defasagem no preços dos combustíveis no país, em relação ao aumento do dólar estadunidense. E que isto será corrigido ainda com Castello Branco na presidência da empresa. ### Até amanhã.