Bom dia,
Hoje é quarta-feira (10.09). O Brasil parece uma carreta imensa atolada num grande lamaçal. Quando todos parecem torcer para seguir viagem, as rodas parecem estar presas inexoravelmente e restam cada vez mais aprofundadas na lama. Não bastassem as agruras decorrente da pandemia, que bate todos os dias recordes de contaminados e do número de pessoas que não resistem ao vírus chinês, e morrem, nossas autoridades e lideranças produzem diariamente fatos que só abatem ainda mais. Ontem, por exemplo, apesar do anúncio do ministro da Saúde, Eduardo Pazzuelo, e do próprio presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), sobre a futura aquisição de imunizantes contra a Covid-19, a sensação que se tem, inclusive de fontes do próprio governo federal, é de que o Programa Nacional de Imunização (PNI) venha parar, simplesmente porque faltam imunizantes. Isso quando o percentual da população que já tomou a primeira dose mal chega a 4% da população.
Enquanto o governo federal, muitos estados e municípios estão enredados, e se mostrando incompetentes para vacinar os brasileiros e as brasileiras, um único agente público, o ministro Edson Fachin elevou a temperatura política no país, e fez desviar a atenção da opinião pública e de grupos do mundo político e jurídico do Brasil, ao decidir anular as condenações do ex-presidente Lula da Silva, por considerar que ele foi condenado por uma jurisdição, a 13ª Vara da Justiça Federal com sede em Curitiba (PR), estranha aos crimes que ele praticara. É uma filigrana jurídica, que trouxe um inquietação e desesperança aos muitos que achavam que o Brasil, nalgum momento, tentou enfrentar a corrupção instalada no país.
O imbróglio criado pela decisão do ministro Edson Fachin foi capaz de fazer esquecer que que o Brasil tem outros problemas muito mais urgentes a resolver, entre os quais a queda na economia e no emprego -país acaba de desabar para o posto de 12ª economia do planeta-; o enfrentamento da pandemia da Covid-19; a recriação imediata do Auxílio Emergencial -um colchão amortecedor para evitar a expansão da miséria no pais-; e finalmente, as reformas que se não avançarem o país quebra de vez daqui a pouco tempo.
SUSPEIÇÃO
De um leitor da Parabólica recebemos, via Zap, a seguinte mensagem: “Eu ontem assisti por inteiro a sessão da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), quando se julgava o pedido dos advogados de Lula da Silva (PT) para considerar suspeito o ex-juiz federal Sérgio Moro. Ouvi o longo relato do ministro Gilmar Mendes construindo uma narrativa para votar pela suspeição de Moro. Como tenho boa memória, me lembro das inúmeras manifestações de Gilmar Mendes contra o ex-juiz, quando ele ainda atuava à frente da Lava Jato. Ora, se Moro vai ser suspeito de ter outros interesses ao condenar Lula, que moral e isenção tem Gilmar Mendes para condenar, por suspeição, o ex-magistrado. Apelar para quem?”.
SÓ NA VEZ
Outra leitora contou uma história que vale apenas registrar: “Ontem, terça-feira, eu passei por um posto de vacinação e notei que não havia ninguém se vacinando. Passei pouco tempo de novo pelo local, e verifiquei que continuava absolutamente sem que alguém estivesse sendo vacinado. Decidi então ir lá em casa para buscar meu pai, que tem 74 anos e ainda não tomou a vacina. No posto de vacinação me disseram que não era possível imunizá-lo pois a faixa etária que está na vez é de 75 anos a mais. Tentei argumentar que não tinha ninguém procurando o posto para se vacinar, logo poderiam adiantar a vez do meu pai, que está na próxima faixa etária. Não adiantou. Sei, que no fundo, os servidores têm razão, mas quero registrar o fato, para reflexão, e possível correção do planejamento”.
POSSÍVEL GOVERNAR?
No último domingo (07.03), no programa Agenda da Semana, da Rádio Folha FM 100.3, o secretário estadual de Saúde, Marcelo Lopes, disse discordar do decreto do prefeito Arthur Henrique (MDB), que impôs mais de restrição às atividades econômicas e de circulação de pessoas no município de Boa Vista. E foi mais longe, ao levantar a hipótese de que haveria alguém por traz de Arthur, mandando-o tomar essas medidas por puro interesse eleitoreiro. Pois bem, em resposta aos comentários de Marcelo Lopes, a Secretaria de Comunicação Social da Prefeitura Municipal de Boa vista (PMBV) mandou algumas notas justificando o ato do prefeito, elogiando-o quanto à forma de governar e decidir olhando olho no olho; e fez uma comparação com o estilo da ex-prefeita Teresa Surita (MDB). O castigo veio à galope: segundo fontes da Parabólica, o secretário de Comunicação da PMBV, Weber Negreiros, foi convidado a deixar o cargo.
EMPRESÁRIOS
Grandes empresários brasileiros, entre os quais o nosso já conhecido Carlos Wizard, já manifestaram ao governo o desejo de comprar vacinas no exterior para imunizar contra a Covid-19 seus próprios funcionários. Acontece que, atualmente, isso não é possível legalmente, o que é um equívoco, pois se isso não fosse ilegal, um percentual imenso da população, sobretudo em idade de trabalhar, já estaria imunizado, e sem despesa para os cofres públicos. Fontes da Parabólica dizem que tem muita gente no Congresso Nacional simpática a essa ideia. Tomara.