A VIOLÊNCIA EM TEMPOS DE COVID
Dolane Patrícia*
Todos os tipos de violência são reprováveis!!! A violência não é um ato inteligente! O mal permanente que a violência faz, é um dos motivos pelo qual ela precisa ser evitada.
Ao se discutir o contexto de violência e COVID-19 se faz necessário uma reflexão, pois, o casal passa mais tempo em casa, em razão do isolamento e isso trouxe um aumento da violência doméstica o que impõe dores e sofrimentos, que poderiam ser evitadas.
O Brasil está entre o quarto e quinto lugares dentre os cinco países com maior número de feminicídios do mundo, o que demonstra uma histórica perpetuação de violência de gênero e de violências fatais contra as mulheres, produzindo a negação de direitos e acirrando as violências por parceiro íntimo.
A violência tem atingido as mulheres, em maior escala, mas o brasileiro tem sido vítima de todas as espécies de violência. A própria corrupção é um tipo de violência, se levarmos a fundo o seu conceito.
No que diz respeito a mulher, de acordo com o artigo 7º da Lei nº 11.340/2006 são formas de violência doméstica, dentre outras: “a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal, violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause danos emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento.
Além dessas, traz ainda a violência sexual e a patrimonial, muito comum no período de isolamento.
Segundo o CNJ, a violência intrafamiliar/violência doméstica – acontece dentro de casa ou unidade doméstica e geralmente é praticada por um membro da família que viva com a vítima. As agressões domésticas incluem: abuso físico, sexual e psicológico, a negligência e o abandono.
Mas esse é o único tipo de violência que aumentou com a pandemia?
Segundo Marilena Chauí, um dos significados da violência seria “todo ato de violação da natureza de alguém ou de alguma coisa valorizada positivamente por uma sociedade” (Folha de S.Paulo, 14/03/99: 5-3). “
“A corrupção pode ser percebida como um mal público, cuja noção só é passível de construção quando existe algo percebido como um “bem público”, digno de defesa. Nesta lenta e conflituosa construção da noção de um bem público, de uma nova noção de qual será o conteúdo de uma vida justa em comum, insere-se a tentativa de compreensão da corrupção como uma violência, um mal público, um crime.”
A propósito, é importante mencionar que roubar dinheiro público já é grave e desviar verbas destinadas ao combate ao COVID beira o absurdo e é com certeza uma espécie de homicídio, considerando os índices de morte com recordes diários no Brasil em decorrência desse flagelo mundial
Nesse sentido, é necessária uma grande mudança nas políticas públicas e uma participação maior da sociedade nas discussões e soluções desse problema de abrangência nacional.
Dessa forma, é preciso banir todas as espécies de violência e isso começa com cada um, na maneira como trata as pessoas, na consciência de que, pode-se está roubando algo que alguém levou anos para adquirir, ou seja, simplesmente se colocar no lugar do outro.
Assim, é preciso tomar a decisão de ir à luta e conquistar seus próprios objetivos, com trabalho e honestidade, respeitando mulheres, crianças, idosos, enfim, todos os seres humanos precisam de respeito.
É necessário tornar outras vidas melhores e não tirar delas a esperança e a dignidade.
Afinal, é preciso uma reflexão geral, dos pequenos e dos grandes, ricos e pobres, pois, é preciso contribuir para um mundo melhor, começando dentro da nossa própria família, na certeza de que: “se o mal nunca desiste, o bem nunca se cansa.”
*Advogada, Juíza Arbitral, escritora, coach jurídico, apresentadora de TV e analista de perfil comportamental. Personalidade da Amazônia e Personalidade Brasileira, Mestre em Desenvolvimento Regional da Amazonia, pós graduada em Direito de Família, Direito Processual Cil, pós-graduanda em Direito empresarial, Marketing Digital e Personal Branding. #dolanepatricia. Baixe o aplicativo Dolane Patrícia
O AUTOAMOR E SUA RELAÇÃO COM A SAÚDE MENTAL
Sabrina Alves*
Autoamor ou amor-próprio é a capacidade que um ser humano possui de gostar de si mesmo. Se trata de um estado de autoestima onde se atinge não somente um grau de autoaceitação, mas uma apreciação de si em relação a quem se é, ou seja, sua imagem, valores, virtudes, qualidades, visão de mundo e a sua clareza de ser quem realmente é e não o que esperam que seja.
O fato é que o autoamor é fundamental para se manter uma boa saúde mental, uma vez que o ser humano é constituído por muitos pilares internos, mental, psíquico, emocional, social, biológico, fisiológico e espiritual. Dessa forma, harmonizar-se internamente é o caminho para o bem estar, especialmente durante esse período difícil que estamos enfrentando já há um ano.
Muitas pessoas conhecem a famosa orientação que todos os passageiros recebem quando viajam de avião: “Em caso de emergência, máscaras de oxigênio cairão sobre suas cabeças, COLOQUE-AS PRIMEIRO EM SI e DEPOIS ajude a pessoa que estiver ao seu lado!”. Pois bem, na vida a coisas funcionam mais ou menos da mesma forma, se não nos cuidarmos primeiro, dificilmente conseguiremos realizar um bom trabalho com o outro. Dessa forma, cultivar autoamor regado de autoestima faz com que conseguimos gerir melhor nossas vidas e cuidar melhor daquilo que estimamos e de quem amamos.
Para obter ou realizar a manutenção desse autoamor é necessário prestar sempre atenção a si mesmo e ao que está sentindo. Perceber o quanto de tempo e energia está despendendo para si, o quanto de autocrítica desproporcional está lançando contra si, como está se sentindo em relação às diversas situações e diante dos relacionamentos e, especialmente, alinhando o que espera de si diante das tomadas de decisões e circunstâncias da vida.
A auto observação é sempre o que há de mais efetivo quando o assunto somos “nós mesmos”. Dar ao outro o poder de sinalizar o que está adequado ou não, demonstra o quão frágil está sua autoestima e como está sem autonomia. É exatamente nesse ponto em que é preciso buscar ajuda profissional, quando não se consegue mais ter esse senso crítico em relação a si, uma apatia quando se trata de realizar coisas em prol do benefício próprio ou quando não há, sequer, entusiasmo quando se pensa no futuro.
Claro que, quando se chega a esse extremo, uma ajuda profissional é necessária, mas para exercício de uma boa autoestima que inspira esse autoamor podemos, a cada dia, nos atentar a pequenas atitudes possíveis. Valorizar-se, se “presentear”, aprender a lidar com frustrações diárias, não ser cruel consigo mesmo, cuidado em como usar as redes sociais, exercício físico, limitar notícias trágicas no dia a dia, se cercar de pessoas que te fazem bem, ser grato e viver o presente são alguns desses pequenos passos que podemos incluir no nosso cotidiano e que podem fazer muita diferença.
*Psicóloga
NÃO CHUTE A LATA
Afonso Rodrigues de Oliveira*
“Vocês riem de mim por eu ser diferente, e eu rio de vocês por serem todos iguais.” (Bob Marley)
Não é tão difícil assim, entender o pensamento do Bob. Lembrei-me disso ontem à noite, ouvindo um papo entre dois entendidos, pela televisão. No que seria uma discussão, ouvimos uma concordância que não sei por que, foi considerada como uma discussão. Mas vamos deixar pra lá o que realmente não interessa. O que importa mesmo é que acompanhemos o ritmo da caminhada, na
estrada da evolução.
O único meio de se alcançar o desejado é ir sempre em frente, na direção do que se deseja. Mas não basta desejar, o importante é querer. Porque quando queremos de verdade, vamos atrás. Mantenha seus pensamentos firmes no que você realmente quer. Mas antes analise se o que você quer é realmente o que vai lhe fazer bem. E só você tem o poder de decidir o que realmente quer. Então não tema. Enfrente os obstáculos, pule por cima da árvore atravessada, e siga sempre. E procure sempre mudar na caminhada.
Alguém já disse que “Aquele que fica parado esperando que as coisas mudem, descobrirá depois, que aquele que não parou está tão adiantado que já não pode ser alcançado.” O Bob Marley também disse: “A vida é para quem topa qualquer parada, e não para quem para em qualquer topada.” Acho que já falei pra você, do dia em que chutei a lata.
Eu ainda nem era um adolescente. Certo dia faleceu o pai de um coleguinha meu. Preparei-me para o velório. Vesti o terno, pus a gravata e saí. Lá na frente tinha uma lata, galão de tinte, na beira da estrada. Não resisti à tentação. Preparei o chute e chutei a lata. Ela nem se mexeu. Estava cheia de cimento. Não sei como suportei a dor. Voltei pra casa, sem poder correr. Você nem imagina a dificuldade para tirar o sapato, com o pé já inchado. Nem me lembro mais da bronca que levei da minha mãe, enquanto ela cuidava do meu pé inchado.
Às vezes as lições são brabas, mas são lições. E o importante é que a aprendamos para usá-las durante toda a vida. Aprenda sempre com os seus erros. Não importa se eles lhe trouxeram benefícios ou prejuízos. O que vais importar mesmo é o que você aprendeu com eles. Quando erramos podemos não estar errando, mas aprendendo como não errara novamente. Um aprendizado que só obtemos na Faculdade do Asfalto. Que é onde realmente aprendemos no asfalto.
Preste mais atenção no caleidoscópio da vida. Porque ela, a vida, é um verdadeiro caleidoscópio. Cabe a cada um de nós, saber usá-lo no encanto da beleza colorida. Vamos viver, sorrindo, cantando, dançando e vivendo cada momento como se fosse o último. Pense nisso.
*Articulista – E-mail: [email protected] – Fone: 95-99121-1460