Opinião

OPINIAO 11688

HÁ BALA DE PRATA PARA AS QUESTÕES EDUCACIONAIS NO PAÍS?

Paulo Emílio de Castro Andrade*

Há 20 anos, minha preocupação cotidiana está em contribuir com a construção de caminhos que favoreçam o desenvolvimento integral das novas gerações de brasileiros. A pandemia, que escancarou e aprofundou ainda mais os problemas educacionais brasileiros, me fez e faz refletir ainda mais sobre esse campo que é fundamental para nosso país.

Em conjunto com muitos colegas educadores, invisto em aprofundar a compreensão sobre quem são as crianças e jovens que estão em nossas escolas, identificar as condições necessárias para que todos eles possam aprender. Queremos contribuir com a construção de metodologias que incentivem a aprendizagem significativa que fortaleçam as comunidades escolares. Desafios, portanto, complexos diante do atual panorama do cenário que veio se construindo ao longo dos anos.

Nessa longa trajetória, aprendi que se queremos construir uma educação pública de qualidade, é essencial ter um olhar sistêmico, amplo, profundo. Não existe bala de prata, um único foco a ser cuidado e transformado, há um conjunto de aspectos que precisam ser trabalhados adequadamente pelos vários “atores” envolvidos na educação, ou melhor, por toda sociedade. Aqui, destaco a importância do investimento para promover o desenvolvimento profissional dos educadores.

Sim, o professor que está na sala de aula, o coordenador pedagógico e o diretor (e os demais educadores que atuam na comunidade escolar) realizam um trabalho de alta complexidade, para o qual precisam mobilizar um repertório amplo de conhecimentos, experiências e métodos. Somos mais de 2 milhões de professores, sendo que mais de 75% atuam na educação pública. Em tempos de pandemia, em que os processos de ensinar e de aprender tornaram-se ainda mais desafiadores, investir tempo e esforço em formação continuada mostra-se essencial. E os educadores brasileiros estão fortemente comprometidos nesse sentido. Formação continuada é um termo já recorrente entre nós, profissionais da educação. Temos sede de aprofundar conhecimentos, partilhar e vivenciar experiências, construir metodologias, aprender com os colegas.

Para a formação de educadores, vi várias organizações e empresas se unirem em um ano difícil para todos. O Instituto iungo é um desses casos. Em seu primeiro ano de atividade, firmou parcerias com as secretarias de educação de Minas Gerais e de Santa Catarina, além de universidades de ponta e outros institutos. Esse trabalho envolveu 4.070 educadores em seus programas de formação e disponibilizou gratuitamente inúmeros materiais pedagógicos formativos para apoio ao trabalho docente, beneficiando indiretamente milhares de estudantes. Além disso, as lives e webconferências formativas promovidas pelo iungo alcançaram a marca de 170 mil visualizações. Outro que também buscou apoiar os educadores e vale conhecer melhor é o Instituto MRV. Por meio do seu programa ‘Educar para Transformar – Chamada Pública de Projetos’, a organização sem fins lucrativos mantido pela MRV tem apoiado 10 projetos de Organizações da Sociedade Civil (OSCs) que realizam ações e atividades junto aos professores de escolas de Ensino Fundamental II e Ensino Médio das cidades de Recife (PE), São Paulo (SP), Maringá (PR), Salvador (BA), Manaus (MA), Porto Alegre (RS), Belo Horizonte (MG) e em São José (SC).

Educação é um direito de todos e, em tempos de pandemia, evidenciou-se ainda mais a relevância da escola para que as novas gerações de brasileiros se desenvolvam integralmente. Não há educação de qualidade sem professor qualificado.

*Diretor de Educação do Instituto iungo. Mestre em Educação pela Faculdade de Educação da UFMG. Doutorando em Educação pela Faculdade de Educação da USP. Pesquisador do Núcleo de Pesquisas em Novas Arquiteturas Pedagógicas da USP. Professor do IEC/PUC Minas.

AÇÃO! O RESULTADO É PROPORCIONAL AO ESFORÇO

Valdenir Ribeiro*

Um elemento importante para a obtenção de resultados é a ação, pois não importa o quanto o indivíduo está preparado, muito menos o quanto o indivíduo tem de conhecimento agregado em seu currículo, o que vai contar efetivamente são as ações executadas para alcançar os objetivos, logo o resultado é diretamente proporcional ao esforço, tornando-se a chave mestra para a melhor performance.

Precisamos colocar metas e planos em ação se quisermos obter resultados, pois se considerarmos a falta de ação não haverá resultado e vice versa, quanto mais ações planejadas e efetivamente executadas mais resultados iremos alcançar.

A falta de ações efetivas voltadas para o resultado e aumento de performance, impede o indivíduo de alcançar grandes resultados. A partir deste prisma o coaching entra para reativar as ações básicas necessárias para o aumento de performance e melhoria dos resultados. O coaching busca voltar ao básico bem feito, através de ações efetivas voltadas para o resultado esperado. O que ocorre na maioria das vezes é a falta da percepção de atividades básicas, focando apenas nas atividades mais complexas, as pessoas buscam resultados extraordinários focando no mais complexo sem efetivamente fazer o básico bem feito. A final o que é o básico bem feito? O que você entende por básico bem feito? Precisamos fazer estes questionamentos todos os dias, ou seja, o que estamos deixando de fazer, que se fizermos obteremos resultados?

Aí vai a resposta! AÇÃO!!! Todo o resultado depende de uma atitude, e neste ponto o nosso subconsciente tem uma tendência a sabotar nossos sonhos e projetos pessoais e profissionais, inclusive da empresa que trabalhamos, quando deixamos de executar as atividades básicas dentro do ambiente de trabalho, transferindo responsabilidades na maioria das vezes.

Vamos analisar algo básico? Quantas vezes você viu um papel jogado no chão de onde trabalha e esperou a faxineira recolher o papel e não fez nada? Quantas vezes você já entrou em uma loja para comprar alguma coisa e nem se quer foi percebido, mesmo havendo vários colaboradores conversando uns com os outros como se ninguém mais estivesse no ambiente? Isso é complexo ou básico? Quantas vezes você foi a um restaurante e ficou esperando muito tempo para receber o menu? Quantas vezes você chegou em algum estabelecimento e encontrou o colaborador de cara amarrada e totalmente descompromissado? Outra situação de desconforto que tenho observado nos locais onde vou fazer compras rotineiramente, é o fato dos colaboradores estarem falando de outros colaboradores perdendo tempo e não falando de metas e ações para melhoria do ambiente e do atendimento, não falando para e sim falando de, ou seja estão deixando de fazer o básico, estão sabotando inconscientement
e a empresa para a qual foram contratados para gerar lucros.

A execução de ações básicas pode levar qualquer pessoa a alcançar resultados extraordinários, alguns exemplos de brasileiros que fizeram história ao romper as barreiras fazendo o básico bem feito: Pelé após os treinamentos coletivos continuava a treinar os fundamentos do futebol; Airton Senna tinha problemas em pilotar na chuva, então ele passou a fazer o básico, quando chovia ele ia para a pista treinar até que se tornou na minha opinião no melhor piloto de formula um na chuva e também em pista seca, porém ele se destacava na pista molhada por ter feito o básico ou seja entrou em ação e se tornou o melhor!! Ninguém chega no topo se não fizer o básico bem feito e este não é um problema, basta focar no resultado e fazer o que precisa ser feito sem procrastinar, pois qualquer pessoa pode chegar em qualquer lugar.

Pedro Nadaf secretário-chefe da Casa Civil e presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Mato Grosso-Fecomércio/Sesc e Senac no ano de 2014 citou Francisco de Assis em um artigo publicado na gazetadigital do Mato Grosso com o seguinte teor: ‘comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará fazendo o impossível’. Ou seja, comece com o básico bem feito, porque é necessário, isso te levará a fazer tudo que é possível para gerar um grau de satisfação, e esta atitude te levará a fazer o que pode lhe parecer impossível. Não fazer nada disso verdadeiramente é o mesmo que ficar num lugar comum sem prospectar o crescimento na carreira. Me lembrei agora de uma cozinheira de casa de família, que de tanto fazer o trivial bem-feito virou dona de um bom restaurante.”

Ações efetivas a partir do básico geram paixão, aumentam a energia e engajamento, levam os times e as pessoas a alcançarem grandes resultados, pois efetivamente o resultado é diretamente proporcional ao esforço, quanto mais você executar ações planejadas, mais resultado você terá em todas as áreas de sua vida!!! Não perca tempo reveja suas metas e objetivos, reveja suas ações, recomece do básico se for necessário e você vai se surpreender com seus resultados!

Seja ousado!! Faça o básico bem feito!!!

*Valdenir Ribeiro é Especialista em empreendedorismo, gestão corporativa, desenvolvimento e comportamento humano, liderança e CEO da VPR Coaching Soluções Alta Performance – [email protected].

AINDA CAMINHANDO

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Somos o único caso de democracia que condenados por corrupção legislam contra os juízes que os condenaram”. (Joaquim Barbosa)

A minha preocupação aumenta, com a aproximação das eleições. Na verdade, o que vemos é uma monotonia doentia no desempenho da educação política. Mesmo porque não imaginamos que esta existe. E nada mais conveniente para os donos dos Direitos. Naquela de que se a coisa está boa, por que mudá-la? Que rumo tomaria a política brasileira se os eleitores se educassem politicamente? Infelizmente não são só os políticos que pensam que a política é a forma mais segura para o enriquecimento.

Mas não vamos criar uma inquisição política. Não vamos queimar os políticos que consideramos infiéis, desonestos, e coisa tais. Vamos nos educar e reconhecer que ainda temos bons políticos no Brasil. Assim como no mundo a fora. Mas, o que nos preocupa são os maus políticos. E estes são, infelizmente, a maioria. Mas só iremos corrigir isso quando nos conscientizarmos de que a responsabilidade é toda nossa, eleitores. Todos os maus políticos que estão nos nossos poderes, foram eleitos por nós.

Ainda não nos convencemos que ainda não somos um país democrático. Ainda somos obrigados a votar, mesmo quando sabemos que o candidato não merece nosso voto. Mas não temos escolha. E a justiça não nos perdoará se não elegermos, mesmo sabendo que o candidato é desonesto. Porque se não votarmos, pagaremos multas ou seremos privados de viajar e coisas assim. Conhece algo mais ridículo?

Vamos acordar para viver a vida real? Porque até agora só vivemos sonhos próprios de ignorantes políticos. O tempo corre e as eleições se aproximam. E nós, o que estamos fazendo para merecer o voto facultativo? Mas, não nos esqueçamos de que para merecê-lo é preciso que nos eduquemos politicamente. Converse com seu candidato e veja se ele está de acordo com você. Se ele pretende fazer alguma coisa pela Educação do eleitor. Porque continuamos sem dar importância à fala do Miguel Couto: “No Brasil só há um problema nacional: a educação do povo”.

Enquanto não formos um povo educado não seremos um povo civilizado. E só quando civilizados mereceremos a liberdade no voto. E sem ela nosso voto não vale nada. Então vamos nos educarmos. Já que não nos educam. Vamos fazer nossa parte para que os maus políticos não continuem brincando com nossa ignorância. Como você distingue um bom político de um mau político? Faça essa análise silenciosamente, de acordo com sua visão de democracia. Veja em que nível político você está, na sua condição de cidadão ainda incipiente. Porque é o que somos. Pense nisso.

*Articulista – E-mail: [email protected] – 95-99121-1460