Opinião

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O discurso das portas

Walber Aguiar*

“Eu sou feita de madeira, madeira, matéria morta”… (Vinicius de Moraes)

Há muitas portas que são homens e homens que são portas. Caracterizados pela obtusidade e pela polarização, as “portas” foram sendo abertas e ao mesmo tempo fechadas. Abertas para o discurso duro e sem graça do culto presencial, sob o risco de contagiar ou se deixar contagiar pelo vírus da COVID-19. Fechadas para qualquer argumento racional à semelhança do livro “La plague”, de Albert Camus.

Ora, nessa perspectiva, muitos afirmam ser inimigo de Deus quem fecha os templos para os cultos lotados de gente e do risco de contaminação, que hoje mata mais de três mil pessoas por dia. No entanto, assim como o médico lutava pela saúde, vida e dignidade dos habitantes de Orange, muitas “portas” usam o discurso, a falácia da perseguição, do fechamento de igrejas como trampolim para a não liberdade do pensamento religioso, o mesmo pensamento usado contra o presidente eleito Tancredo Neves, de quem se disse ser um perseguidor dos evangélicos e sua liberdade de culto, conforme preconiza a Constituição Brasileira de 1988.

Como a propalada perseguição nunca se cumpriu, teve sua “profecia” malograda, as “portas” buscaram outros argumentos para suas manias de perseguição e indiferença ao pequeno deus que adoram e dizem servir. Ameaçam a sobriedade do evangelho com seus temporais em copos de plástico, trocando o fechamento temporário dos templos por um discurso de neurose persecutória, na tentativa de distorcer os argumentos dos que lutam contra a morte, o cinismo e o deboche dos portadores de antivida e anticristo.

Nesse viés, o discurso e a questão das portas, se fortaleceu pela obtusidade daqueles para quem “templo é dinheiro”, os que vendem a fé e mercadejam o sagrado. Percebe-se, quase que a total ausência das chamadas igrejas históricas diante da confusão e hipertrofia do evangelho por parte dos grupos pentecostais e neopentecostais, em sua ânsia pelo circo e pela transformação de “pedras em pães”, de frequência a templos em detrimento da adoração em espírito e em verdade, independente de espaço ou geografia do lugar.

Assim, todos somos portas, inclusive Jesus. O Jesus do evangelho que afirma que aquele que por ele entrar nessa dimensão do espaço-tempo, encontrará pastagem rica e verdejante; e não argumentos que tornam bizarro e caricaturesco o rosto de Deus. E não a infantilidade dos que distorcem a visão do Reino, como se o fascinante projeto de vida de seguir a Jesus fosse trocado por uma visão denominacional, por templos sem graça e sem vida, em sua maioria…

*Poeta, professor de filosofia, historiador, membro do Conselho de Cultura, advogado e membro da Academia Roraimense de Letras.

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Pandemia e suas consequências

Marlene de Andrade

“Por isso os ímpios não sobreviverão ao julgamento, nem os pecadores na congregação dos justos, pois conhecer o SENHOR é o caminho dos justos; o caminho dos ímpios, porém, conduz à destruição”. (salmo 1: 5 e 6)

O Brasil está vivendo dias difíceis devido a esta desgraça chamada de Covid-19, além disso, ouvimos a todo instante falarem através das mídias acerca da roubalheira do dinheiro público, entre outros, dos respiradores que não chegaram aos hospitais públicos e de tantas outras injustiças sociais, as quais também aumentaram drasticamente nessa pandemia. É triste perceber, que em outros países também existem problemas parecidos com os nossos. Não bastasse, o Lock Down, que está em descrédito pela população, tem sido muito bem aceito por alguns governantes, sabe-se lá por quê…

Esse perigoso vírus alcançou todos os países do nosso planeta, também pudera, ele viaja de avião, aí chega bem rápido mesmo, diferente, por exemplo, da gripe espanhola que viajava de navio, os quais demoravam pelo menos três meses para chegar ao seu destino.

Salvo engano, chama muito nossa atenção do número crescente, nesta pandemia, do aumento de pedofilia, suicídios, ansiedade, síndrome do pânico, assassinatos, enquanto muitos políticos estão vivendo tranquilamente, em seus palacetes, sem remorso e arrependimento, pois o uso de drogas lícitas e ilícitas tiram-lhe a capacidade de pensar no próximo e também porque acreditam que nada lhes acontecerá, nem nesta vida e nem do outro lado após a morte, mesmo que tenham cometido crimes atrozes.

Muitos países, aqui na América do Sul, têm se envolvido nas mais terríveis histórias de corrupção sem que a mesma se acabe de uma vez por toda. No entanto, para Deus tudo é visto e revisto. Tudo que plantamos colhemos, mas os corruptos desconhecem que suas alegrias têm tempo certo, visto que Deus não dorme e nada passa em branco por Ele.

As sociedades em geral, banalizaram a moral e os bons costumes e as fraudes na área da Saúde Pública não tem sido poucas. Falta tudo nos hospitais públicos brasileiros e aí, só tem assistência médica e hospitalar digna, quem tem dinheiro para pagar atendimento particular. Além do mais, a fome e as doenças crônicas abalam profundamente a saúde dos cidadãos, os quais enfraquecidos sucumbem ainda mais, frente esta pandemia.

Como se pode perceber estamos vivendo numa sociedade, a qual vem se adoecendo devido a miséria e a corrupção que se instalou em todos os recantos do nosso país, uma terra tão rica e com um povo, em sua grande maioria, tão pobre.

Médica Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMT-AMB-CFM; Técnica de Segurança do Trabalho-SENAI/IEL; Membro da Associação Nacional de Medicina do Trabalho-ANAMT

Vamos motivar

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Motivação é a arte de fazer as pessoas fazerem, o que você quer que elas façam por vontade delas”. (Dwight Eisenhouwer)

Uma tarefa aparentemente difícil, mas muito simples. Todos nós queremos progredir. O que ainda não sabemos é que não progrediremos enquanto não nos aperfeiçoarmos no relacionamento humano. E este depende de cada um de nós. Porque se não nos aperfeiçoarmos não conseguiremos incentivar ao aperfeiçoamento. E, sobretudo, no profissionalismo. Simples pra dedéu.

Recentemente estive numa agência de um Banco famoso. Enquanto esperava ao balcão, observei o atendimento de um dos funcionários. Tudo como o figurino exige. Só faltava o que ele quer e necessita, mas não exige: o aperfeiçoamento na presença. E a presença de um profissional está no enriquecimento do seu trabalho, com atenção à observação. Porque nas relações humanas aprendemos que todos nós estamos sendo observados, a todo momento. E o que mais observei naquele atendente, sem que ele soubesse, foi o linguajar.

A maneira como você fala, como se expressa, ou coisa assim, é muito importante como sua representante. Sua postura e
stá no seu falar, no seu sorrir, no seu riso e por aí. Aquele funcionário postava-se dentro dos padrões profissionais. Com respeito e ordem. O que lhe faltou foi aperfeiçoamento na linguagem. O verbo usado erradamente, como é costume no popular, não se enquadra no profissional. Várias vezes ouvi ele dizer: “Pra mim fazer isso depende…”.

Faz muito tempo que digo que precisamos nos ajustar profissionalmente, independentemente do trabalho que fazemos. E as relações humanas são fundamentais para o aprimoramento profissional. Talvez a rejeição que ela sofre pelo empresariado esteja na sua simplicidade. Mas é no simples que produzimos a perfeição. “As insignificâncias causam a perfeição, e a perfeição não é uma insignificância”. E são as insignificâncias no falar que causam a perfeição, quando observadas e corrigidas. Então vamos corrigir, com preferência, no âmbito profissional.

Não podemos deixar de alertar, sempre, com citações, mesmo quando já conhecidas e repetidas. E o empresariado deveria levar isso mais em conta, levando em conta o crescimento do nosso Estado. E não podemos mudar sem melhorar, nem melhorar sem mudar. “Não se mede o valor de um homem pela tarefa que ele executa, e sim pela maneira de ele executá-la”. E conversar com um cliente é executar uma tarefa. Então vamos nos aperfeiçoar para que cresçamos colaborando para o crescimento do Estado e do País, pelos quais somos os responsáveis. E não há como ser responsável sem reponsabilidade. Pense isso.

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